BrasilFixoPolítica

A reunião ministerial de Bolsonaro e a ofensiva para decolar nas pesquisas

Eles esperam ver a tarefa repassada ao primeiro escalão de Bolsonaro na reunião ministerial desta manhã, no Palácio do Planalto.

Os estrategistas da campanha de Jair Bolsonaro à reeleição estão programando uma ofensiva de viagens dos ministros aos locais onde o presidente da República precisa de um impulso para ganhar força eleitoral e tomar votos de Luiz Inácio Lula da Silva.

Os locais para onde os ministros devem ir e quais as mensagens que cada um deve passar já foram mapeados pela cúpula da campanha. Eles esperam ver a tarefa repassada ao primeiro escalão de Bolsonaro na reunião ministerial desta manhã, no Palácio do Planalto.

O discurso oficial, claro, será feito em outros termos, para não dar margem a acusações de uso da máquina. Bolsonaro vai pedir aos ministros que se esforcem mais para mostrar ações do governo para geração de emprego e recuperação econômica.

Mas o fato de Bolsonaro comandar a reunião junto com o general Walter Braga Netto, que já se afastou formalmente do cargo de assessor da presidência para disputar a eleição como vice na chapa de Bolsonaro, não deixa dúvidas sobre seu teor.

O foco da campanha agora é fazer de julho o mês da recuperação de Bolsonaro nas pesquisas, depois de um junho de péssimas notícias para o governo – como o a prisão do ex-ministro da Educação e dos pastores que intermediavam a liberação de verbas no MEC e as denúncias de assédio sexual e moral na presidência da Caixa.

A aposta dos estrategistas de Bolsonaro é que a queda nos preços dos combustíveis e os efeitos da chamada PEC das Bondades, assim como a queda do desemprego e a diminuição dos indicadores de violência, sirvam de impulso para o presidente “virar votos” de eleitores que já estiveram com ele e hoje apoiam Lula.

Enquadrado na Lei da Ficha Limpa: Os bastidores da operação de Flávio Bolsonaro e evangélicos para salvar o vice de Castro no STF

“Basta mexer um pouco o ponteirinho”, diz um integrante da campanha, que não contempla sequer a possibilidade de esse movimento não acontecer.

Até a aprovação da PEC, o clima na campanha era de derrota, com várias queixas do núcleo político da campanha em relação ao Palácio do Planalto e ao próprio presidente, que não vinha cumprindo as recomendações do marketing político para propagandear mais o governo e parar de atacar o Supremo e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Tensão entre os poderes: Temor de Sete de Setembro faz STF atrasar posse de Rosa Weber

A emenda constitucional aprovada no Senado na semana passada deu novo fôlego à campanha. A PEC das Bondades, que ainda vai passar pela Câmara, criou uma exceção legal para o governo tomar medidas de custo bilionário a menos de três meses das eleições, quando normalmente essas despesas são vedadas pela legislação eleitoral.

Além de permitir ao governo aumentar o valor do Auxílio Brasil e do vale-gás, a PEC dá munição para o governo federal apostar em um discurso de forte apelo ao eleitor mais pobre.

É nessa faixa do eleitorado que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece com larga vantagem sobre o chefe do Executivo, segundo o último levantamento do Datafolha. Entre o eleitorado que ganha até 2 salários mínimos, o petista vence o presidente por 56% a 22%.

É uma vantagem bem maior do que a registrada no universo global de eleitores, de todas as camadas sociais – 47% para Lula e 28% para Bolsonaro.

O mês de julho é também quando o núcleo político da campanha espera ver os resultados das mudanças feitas na organização do time, com a chegada do ex-secretário de Comunicação do Planalto, Fábio Wajngarten, para fazer a interlocução entre o presidente e o marketing político.

A expectativa é de que o marketing tenha condições de participar mais ativamente das atividades diárias de Bolsonaro e nos arranjos da programação de sua agenda.

Nas últimas semanas, sobraram reclamações quanto à falta de coordenação entre a equipe do Planalto e a da campanha.

 

Integrantes do núcleo político acham que o presidente desperdiçou oportunidades de capitalizar politicamente o Auxílio Brasil, ainda associado aos governos do PT e à marca de “Bolsa Família”.

Agora, com a PEC e a reorganização interna, lideranças do PL tem dito que, apesar de saber que a disputa será acirrada, ainda acreditam que Bolsonaro ganha no segundo turno – mesmo sabendo que, segundo pesquisas de opinião, hoje há chances de Lula vencer no primeiro turno.

Nos momentos de maior otimismo, os chefes da campanha passaram a fazer até projeções sobre a diferença de votos que Bolsonaro terá sobre Lula – cerca de 5 milhões, um pouco mais que os 3,6 milhões que Dilma Rousseff (PT) obteve a mais que Aécio Neves (PSDB) na disputa presidencial de 2014.

O próprio presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, prevê uma eleição “radical” e a “mais difícil da história”, mas acha que dá para virar o jogo. Resta saber se o presidente e seus ministros vão cooperar – de preferência, evitando novos escândalos.

 

Fonte G1.

Redação Gdsnews.

 

Mostrar Mais
Botão Voltar ao topo