AMPLA VISÃO

Amplavisão 1523: Candidaturas geram expectativa pelos projetos

MUITO BOM: Apesar do ano eleitoral e da polarização, o governador Reinaldo
Azambuja (PSDB) tem avaliação positiva. Segundo a ‘Ranking Pesquisas’ (3 mil
pessoas em 30 cidades), a sua aprovação é superior a 70% da população, com 45% de
bom e ótimo e 34% de regular. Fruto de suas ações presentes em todas cidades e seus
segmentos sociais.

ESPECULAR: A nossa corrida eleitoral ainda no início. O número de pretendentes ao
cargo de governador é elevado. Ouso questionar: qual o plano de administração de cada
um deles para gerir o Estado que passa por metamorfose em sua matriz
econômica/social? Ao longo da campanha oficial espera-se pelos indicativos do que eles
planejam fazer.

PROMESSAS: São acenos de esperança, ainda que em forma de referências genéricas
(elaboradas por marqueteiros) como na saúde e educação. Mas o eleitor quer algo mais
próximo e consistente. Daí que o candidato precisaria de uma consultoria técnica idônea
para subsidiar determinadas obras ou projetos sócios econômicos considerados pilares
referenciais da futura gestão.

FRACASSO: Ganhar eleição apenas com discursos e promessas genéricas é um perigo!
Foi o caso de Alcides Bernal, então prefeito eleito de Campo Grande que adiou ‘sine
die’ os nomes da futura equipe de governo. Ele, não tinha identidade social e relações
nos segmentos sociais onde habita gente com o perfil apto a gestão pública. Deu no que
deu.

AJUDA? Convenhamos, o universo do MS é pequeno, o que facilita a identificação de
pessoas com protagonismo positivo no ambiente social/político onde vivem. A notícia
da possível escolha delas por exemplo, para servir ao futuro governo pode até
influenciar positivamente junto à opinião pública e por extensão a alguns setores do
eleitorado.

‘FAZ PARTE’: O pedido de aposentadoria do conselheiro Jerson Domingos no
Tribunal de Contas e a indicação de Sergio de Paula para seu lugar na corte. A
concretização das pretensões ocorrerá sem sustos. Jerson comandaria a campanha de
Puccinelli ao Governo. Ao colunista o conselheiro admitiu que há entendimentos sobre
o assunto, mas não deu maiores detalhes.

O LÍDER: No 6º mandato o deputado Paulo Correa colhe dividendos de sua atuação
com 600 proposições no período. Na última pesquisa da ‘Ranking’ ele lidera a
preferência dos eleitores consultados em 30 municípios para as eleições ao parlamento
estadual. Apesar da pandemia, o presidente da Alems manteve o ritmo dos trabalhos
com 72 sessões no 1º semestre de 2022.

‘BRIGADEIRO’: Eleições no Brasil nada tem em comum com patriotismo ou algo
parecido. Campanha eleitoral não é cruzada cívica como pensava o brigadeiro Eduardo
Gomes ao perder em 1945 para Eurico G. Dutra e em 1950 para Getúlio Vargas. Aliás,
a maioria ignora – para arrecadar fundos seu partido (UDN) vendia doces, entre eles,
aquele de chocolate batizado popularmente de ‘brigadeiro’ em alusão ao candidato.

IDEALISMO: Como diria Galvão Bueno: “Pode isso Arnaldo? Vender doces para
conseguir dinheiro de uma campanha presidencial? ” Quanto ingenuidade ou pureza
do candidato Eduardo Gomes para demonstrar sua honestidade de propósitos. E pensar
que hoje os partidos deitam e rolam com verbas oficiais milionárias para suas
campanhas.

OS PROFISSIONAIS: Hoje não há espaço para amadores e idealistas. Os
personagens do processo eleitoral movidos pelo dinheiro e perspectivas de vantagens. A
escala destes atores da cena política vai dos legislativos das pequenas cidades ao
suntuoso Palácio do Planalto. A diferença entre esses protagonistas fica apenas no corte
dos ternos ou do estilo do nó da gravata. O resto…

DEFINIÇÕES: Eleição é igual casamento. A gente só sabe como começa. Eleição não
é um baile onde você escolhe a música, com quem dançar e a bebida que quiser. Eleição
é guerra – onde às vezes se mata ou se morre. O conceito de moral e de direito na
eleição é relativo. Depende de que lado você está. Na eleição não há ‘derrota honrosa’.
Só não vale perder.

DISCURSOS: Devem ser objetivos para alcançar o eleitor. Veja por exemplo trecho
da fala na contramão, de Eduardo Gomes no evento da UDN que oficializou sua
candidatura em 1950: “A solução dos problemas só será digna de encômios, quando
influir rápida e favoravelmente na situação dos que mais sofrem as desigualdades da
fortuna. ” Não podia mesmo ganhar com esse estilo.

JULINHO: O ex-governador do Mato Grosso, famoso pelos episódios protagonizados.
Nas eleições de 1990 acompanhava seu irmão Jaime Campos, candidato ao Governo.
Em Arenápolis, mocinhas assanhadas gritavam “Julinho…Julinho”. Ele retribuiu
beijando as mãos delas. Jaime o advertiu: “Está louco, beijando mãos de prostitutas? ”.
Sorrindo Julinho reagiu: “a mão que elege é a mesma que derrota”. Jaime venceu!

DICA: Candidato não pode discriminar religião. Precisa agradar. Vale citar a
experiência de Carvalho Pinto, candidato ao Governo Paulista, assistindo uma missa em
Itú. Sem intimidade com o rito do culto, repetia os gestos do casal ao lado. Ao final da
celebração confessou: “orientei-me por vocês”. O homem ponderou: “Nós também não
sabemos. Somos evangélicos. ”

NO VÁCUO? Vai bem a campanha de Flavio do Cabo Almi para a Câmara Federal.
Em busca de espaço deixou o PT, (onde seu pai disputou 13 eleições), ingressou no
Podemos e apoia Rose Modesto ao Governo. Comerciante, de fala fácil, acessível
Flávio herdou as relações e qualidades de Almi, mas é bem articulado e tem luz própria.
Nome interessante.

SALVAÇÃO: Discurso ajuda ou afunda o político. Candidato tinha fama de mau
orador no interior gaúcho. Na hora agá dele falar de ‘improviso’ em comício no cinema,
pifou a energia. Foi a salvação da lavoura. Ele aproveitou dizendo ao apresentador: “Dê
a palavra a outro. Vou esperar a volta da luz, não tive tempo de decorar todo o discurso
de improviso. ”

O SABERETA: Jornalista perguntou ao vereador recém-eleito sobre suas preferências
literárias. Para tentar não fazer ele feio disparou: “Agora estou lendo o Pequeno
Dicionário de Aurélio Buarque de Holanda – mas vou parar onde estou. É um livro
chato, não dá pra seguir direito – muda muito de assunto e as letras são pequenininhas. ”

O DISCRETO: Geraldo Alckmin sempre foi assim. Vice-governador de Mario Covas
era desconhecido. Certa feita num evento teve que preencher formulário e ganhou
crachá de visitante para entrar. No elevador cumprimentou a funcionária se
apresentando timidamente: “Muito prazer, sou Geraldo Alckmin”. Ela retribuiu:
“Conheço o senhor de algum lugar”.

PAGOU O PATO: Em campanha no interior gaúcho, um deputado foi jantar na casa
do aliado político. Pato ensopado devorado com gana. Intrigado com o garotinho à mesa
que não parava de chorar pergunta-lhe: “E aí guri, não vais comer? Não gostas de pato?
” Soluçando o guri reclama: “Esse aí que o senhor está comendo era meuuu.” E voltou a
chorar.

Eleição não é igual as Olimpíadas, onde ‘o importante é participar’.

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