AMPLA VISÃO

Amplavisão 1524 – Ambiente favorece reeleição dos deputados estaduais

APOSTAS: Nem sempre é preciso ser portador de conhecimentos sociológicos para
analisar o quadro eleitoral. As vezes basta ter o senso desapaixonado de observação
para se chegar a conclusão mais provável. Sobre a sucessão estadual seria precoce
apostar em determinado nome, mas para a Assembleia Legislativa já é possível falar em
favoritismo.

VANTAGENS: Em tese, quem ocupa hoje uma cadeira na Assembleia Legislativa tem
a seu favor vários fatores. O mandato é uma arma poderosa quando usada com
sabedoria em certos cenários políticos. Ele proporciona visibilidade na mídia e
instrumentaliza ações políticas e sociais que capitalizam prestígio e reconhecimento na
opinião pública.

DETALHES: Mas o candidato precisa estar no partido certo para não sofrer reveses da
legislação. O quociente eleitoral as vezes castiga candidatos bons de votos e beneficia
outros com desempenho inferior. Em 2018 Joao Henrique (PL) com 11.010 votos foi
eleito com votação inferior a 7 concorrentes, inclusive Mara Caseiro (PSDB) com o
dobro da sua votação – 23.813 votos.

PEDREIRA: Até aqui apenas dois dos 24 deputados estaduais não concorrerão a
reeleição: Capitão Contar (PRTB) eleito com 78.390 votos e Eduardo Rocha (MDB)
com 22.347 votos. Difícil identificar prováveis herdeiros dos votos de ambos por uma
série de fatores e circunstâncias inerentes a cada pleito. Transferir votos e prestígio é
complicado.

CONCLUSÃO: Além dos 22 postulantes à reeleição há vários nomes com boa votação
que ficaram como suplentes no último pleito e que concorrerão novamente. São
personagens com experiência e boa inserção em seus colégios eleitorais. A priori, em
tese, estariam em posição mais favorável, mas sem garantia absoluta de êxito nas urnas.

PALPITES: São válidos. No aprazível saguão da Assembleia Legislativa na manhã da
última terça feira, observadores foram unânimes – a disputa hoje seria por apenas 4
cadeiras. Portanto, salvo tropeços de última hora, a renovação tende a ser mínima. Vale
lembrar que os atuais detentores de mandato acabaram beneficiados pela pandemia.

AÇÕES & DEPUTADOS: Paulo Corrêa (PSDB): Imprimindo ritmo dinâmico as
sessões; comemorou o Dia do Padre na pessoa do padre Giulio Boff; esteve em Bonito
visitando obras com o prefeito Josmail. Zé Teixeira (PSDB): pede união de forças
federais e estaduais para aquisição de aparelhos de eletrocardiograma para postos de
saúde de Ivinhema. Lucas de Lima (PDT): destinando emenda no valor de R$100 mil
para Pedro Gomes em nome do radialista Genilson Santana. Capitão Contar (PRTB):
seu projeto permite que idosos e deficientes físicos façam reserva de transporte gratuito
de ônibus pela internet. Marçal Filho (PSDB): destacando a importância da campanha
‘Agosto Lilás’ contra a violência doméstica que vem aumentando também em nosso
Estado. Gerson Claro (PP): tem projeto para ampliar a publicidade sobre isenção de
custas e emolumentos em nossos cartórios.

‘MISTÉRIO’: Na Assembleia Legislativa ouvi críticas a postura do ex-governador
Zeca do PT. Após recuperar sua elegibilidade ele tem se postado distante do núcleo da candidatura petista ao Governo. Sua ausência na convenção do partido soou muito mal,
pois é a liderança maior do PT e favorito a uma cadeira na Alems.’ Estranho’ mesmo.

PREPARADO: A atuação do deputado Paulo Duarte (PSB) prima pelo embasamento
técnico desde a época do PT. Não cultiva abobrinhas. No projeto do Executivo sobre o
Sistema de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, por exemplo, ele
contribuiu com subsídios aperfeiçoando a proposta que beneficia a população de muitas
cidades do interior.

SAI DEBAIXO! Salve-se quem puder. No facebook e em outros nichos das redes
sociais a guerra eleitoral ganha contornos jamais vistos num pleito doméstico.
Esqueçam ética e princípios básicos das relações humanas. Está valendo absolutamente
tudo na batalha para seduzir o eleitor, do humor sarcástico às acusações com imagens de
arrepiar.

IMPOTENTE? O mau uso da internet nas eleições é objeto de promessas de combate
com leis rigorosas. Mas o que se vê é a esperteza, a criatividade e a ousadia formando
um trio que caminha à frente do poder público. A demora nas investigações acaba
favorecendo os abusos que provocam estragos imensuráveis. Afinal, na política o que
vale é a versão do fato.

QUE CRISE? Se até a banana anda cara, a esperança do pobre é que a generosidade
ocasional dos candidatos lhe garanta um suspiro temporário. Sobre a relação cumplice
entre eleições e a circulação do vil metal, tem certo sentido a tese surrealista de que no
Brasil as eleições deveriam acontecer todos os anos. Mas, após as eleições tudo fica
como antes e o pobre não ganha nem um ‘bom dia’.

DEPUTADOS & AÇÕES: Evander Vendramini (PP): comemora aprovação de seu
projeto obrigando a presença de dentista nas UTIs dos hospitais públicos e privados do
MS. Lídio Lopes (Patri): incansável na oitiva pessoal de prefeitos, vereadores e
lideranças das comunidades urbanas e rurais da região do Cone Sul. José C. Barbosa
(PSDB): antenado, vem insistindo na necessidade das políticas públicas de inclusão
social nos projetos de governo de Mato Grosso do Sul. Mara Caseiro (PSDB):
ampliou sua base eleitoral atingindo várias regiões, – cujas cidades vem recebendo
benefícios governamentais. Excelente parlamentar. Pedro Kemp (PT): suas
intervenções nas sessões tem contribuído no aperfeiçoamento dos debates e de decisões
que refletem positivamente na população.

1-CRITÉRIOS: Alberto Schlatter foi escolhido como companheiro de chapa de Rose
Modesto (União Brasil) menos pela sua biografia política e mais pelos predicados de
cidadão interiorano que ajuda o país na lida da terra. É possível (é esse o objetivo) que
sua imagem transfira maior textura ao projeto político. Mas isso dependerá do espaço
que lhe será destinado na campanha.

2-CRITÉRIOS: No que concerne a escolha de Tânia Garib como companheira de
chapa de André Puccinelli as motivações são outras. Caminhantes de longa data do
MDB, ambos tem identificação e uma boa sintonia administrativa de vários anos. No
caso pesou consideravelmente – também – a visão social e a notória competência
profissional dela.

3-CRITÉRIOS: Não foi por mero acaso a escolha de Viviane Orro como companheira
de Marquinhos Trad (PSD). Filha do ex-vice prefeito Odilson Nogueira (gestão Raul
Freixes) com tradição política em Aquidauna, esposa do deputado Felipe Orro, tem
facilidade de expressão, disputou a prefeitura em 2020 e como médica atuante cultiva
valores vinculados a dignidade humana.

DUPLO ADEUS: O primeiro deles é do ex-senador Delcidio do Amaral ao perder a
batalha judicial. Engajado no PTB continua inelegível à espera de um milagre para
voltar a ter espaço. O segundo, em situação diferenciada, o vice governador Murilo
Zauith que saiu sutilmente da cena eleitoral recusando o convite de Rose Modesto pelo
‘União Brasil’. Após o Covid ele mudou as prioridades na vida.

PESQUISAS: Sobre elas temos falado muito. Mas como campanha eleitoral é igual a
viagem pelas estradas brasileiras, imprevistos não são descartados. Pode aparecer de
tudo no caminho e o que era bom fica ruim. Os candidatos estão apostando no horário
eleitoral para solidificar os redutos conquistados e convencer os eleitores indecisos que
são muitos. Lembrando que o eleitor quer ouvir projetos e não apenas ‘oba oba’.

AJUDA? A vinculação de candidaturas locais ao Governo de Bolsonaro deve ser
benéfica, tendo como ponto de referência a ex-ministra Tereza Cristina. Mas é claro que
apenas esse vínculo midiático não será o bastante para garantir a eleição de alguns
postulantes com pouca eficiência comprovada ou de preparo duvidoso para suas
pretensões. Podem ficar à beira do caminho.

‘REMEMBER’: No Brasil há ondas eleitorais vencedoras. Foi assim em 1986 com o
MDB varrendo a oposição de ponta a ponta. Depois tivemos o PT protagonizando o
episódio conhecido. Nos dois casos muitos oportunistas se saíram bem. Agora percebe-
se que alguns fantasiados de verde e amarelo pegando carona na ‘Onda Bolsonarista’.
Sinceramente não sei qual o percentual de eleitores simpáticos a estratégia.

OPINIÕES: “É só fazer um raciocínio: temos eleições a cada dois anos no Brasil. Tudo
que o governo fizer é campanha eleitoral” (Dilma Roussef). “Pesquisa não definem
resultados. Se definisse, Paulo Maluf teria sido eleito governador de São Paulo em 1998
e Lula presidente em 1994” (José Serra).

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