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Ao lado do filho, André reafirma ser vítima de perseguição e promete tolerância zero com a bandidagem

Ao lado do filho, André Puccinelli Júnior, ex-governador destacou superação e afirmou que foram vítimas de perseguição política (Foto: Reprodução)

Definido como candidato a governador pela terceira vez, o médico André Puccinelli, 78 anos, do MDB, prometeu “tolerância zero com a bandidagem” como mote da segurança pública. Ao lado do filho, o advogado André Puccinelli Júnior, que ficou preso com ele por cinco meses em 2018 na Operação Lama Asfáltica, o emedebista reafirmou que foi “vítima de perseguição política”.

“Sofremos uma injustiça, que agora se configurou perseguição política”, destacou, no discurso nesta sexta-feira (5) na convenção do MDB. Puccinelli é acusado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal de liderar uma organização criminosa que desviou uma fortuna dos cofres estaduais entre 2007 e 2014. A Justiça não julgou nenhuma das ações porque uma série de recursos adiou o julgamento ou enviou os processos da 3ª Vara Federal para a 1ª Vara Criminal de Campo Grande.

“Isso significa superação”, declarou. “Somos do trabalho, da correção e da superação”, bradou, prometendo priorizar, em eventual governo, a geração de empregos. A candidata a vice-governadora será a cirurgiã dentista e ex-secretária estadual do Trabalho e Assistência Social, Tânia Garib (MDB), que disputou o mesmo cargo em 2018, quando o candidato a governador foi Júnior Mochi (MDB).

Natural de Viareggio, na Itália, André veio ao Brasil em 1953 e formou-se em Medicina em Curitiba (PR). Ele veio a MS em 1973, quando passou a exercer a Medicina em Fátima do Sul. O ingresso na política começou na gestão de Wilson Barbosa Martins (MDB), quando assumiu a Secretaria Estadual de Saúde em 1983.

Famoso por não perder nenhuma eleição, André foi deputado estadual por dois mandatos (1987-95), deputado federal (1995-96), prefeito de Campo Grande e governador do Estado por dois mandatos. Ele tentou retornar ao cargo de governador em 2018, mas acabou renunciando à candidatura após ser preso por determinação do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal.

Ex-governador cumprimenta eleitores durante a convenção do MDB (Foto: Reprodução)

O emedebista e o filho só conseguiram deixar o Centro de Triagem Anísio Lima em 20 de dezembro de 2018, quando o Superior Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus. Na ocasião, a ministra Laurita Vaz pontuou que a suposta organização estava desarticulada e sem recursos financeiros.

Como há quatro anos, André lidera as pesquisas de opinião. “Temos quatro partidos unidos para contradizer aqueles que diziam que ficaríamos sozinho”, afirmou, sobre o apoio do Solidariedade, do Democracia Cristã e do PTB.

“Vamos fazer uma campanha de forma tranquila, sem xingamentos, sem fake (news)”, prometeu, repetindo um discurso tradicional em suas campanhas. André garantiu que vai apresentar as propostas. “Vamos mostrar como se sonha e como se faz o sonho”, prometeu.

O ex-governador atacou, sem mencionar, o governador Reinaldo Azambuja e a campanha a governador de Eduardo Riedel, ambos do PSDB, que se gabaram de ter o apoio de 73 dos 79 prefeitos. “Ofereceram de tudo para prefeitos, vices e veadores (em troca de apoio), mas vocês rejeitaram as benesses próprias e acreditaram em um governo que vai trabalhar pela nossa gente”, destacou.

Sobre os poucos prefeitos aliados, o emedebista fez uma promessa. “Não iremos discriminar ninguém, não iremos perseguir, mas vocês, que chegaram primeiro, vão beber água limpa”, disse. E também prometeu dobrar o volume repassado aos municípios pelo Fundersul.

O ex-governador também criticou a falta de investimento em habitação por parte da administração do PSDB. “Ninguém nos suplantou, construímos 74 mil casas, sendo 17 mil em Campo Grande, a única capital do País sem favelas”, disse.

André também criticou a gestão de Reinaldo voltada ao funcionalismo público estadual, que só teve reajuste pífio em três dos oito anos do tucano. “Os professores tiveram o 3º maior salário do país, vamos resgatar não só o magistério, mas o (salário) dos administrativos das escolas e todos os servidores públicos”, afirmou. Na gestão tucana, o funcionalismo público estadual acumula defasagem de 23%.

O ex-governador assumiu o compromisso de buscar mais empresas para gerar empregos no Estado. André lembrou que foi o responsável pela implantação das fábricas de celulose Eldorado e Fibria em Três Lagoas. Ele também frisou que negociou a instalação das indústrias em Ribas do Rio Pardo (Suzano está em obras) e Inocência (da Arauco, do Chile). “Vamos dar trabalho e construir casas para aqueles que não têm”, prometeu.

Ele também prometeu priorizar a preservação do meio ambiente e tornar imortal o Pantanal sul-mato-grossense. “Vamos mostrar ao mundo que o sul-mato-grossense é culto, sábio e mantém (preservado) o Pantanal”, garantiu.

“Queremos modernizar, mas humanizando”, destacou, sobre o programa de Governo que pretende implementar caso retorne à Governadoria pela terceira vez.

André é o 5º candidato a governador a ter o nome homologado nas eleições deste ano. Já foram aprovadas as candidaturas de Giselle Marques (PT), Marquinhos Trad (PSD), Rose Modesto (União Brasil) e Adonis Marcos (PSOL).

Riedel será oficializado no início da tarde pelo PSDB, enquanto o Capitão Contar (PRTB) será homologado às 18h. Coincidentemente, os dois disputam o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), que garantiu apoiar os dois nomes em MS.

Veja o vídeo da convenção do MDB no Estado.

Fonte: Edivaldo Bitencourt/O Jacaré

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