BrasilFixoPolícia

Milicianos rivais travam guerra por faturamento milionário na Zona Oeste

Grupos disputam controle da exploração de negócios irregulares na região. Estimativa é a de que só com taxas cobradas do transporte alternativo paramiitares faturem R$ 2 milhões mensais

Faturamentos milionários estão por trás de uma guerra que envolve dois grupos de milicianos rivais no Rio. Alvo de um ataque, nesta quinta-feira, feito por homens do grupo paramilitar chefiado por Danilo Dias Lima, o Danilo Tandera, a Zona Oeste é a região que traz mais lucro para a milícia. Estimativa da polícia revela que é exatamente nesta área que o grupo chefiado por Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, arrecada mensalmente entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões.

RI Rio de Janeiro (RJ) 16/09/2021 - Na foto, vans queimadas por milicianos na Rua Agaí, em Santa Cruz .Foto de Gabriel de Paiva/ Agência O Globo Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

RI Rio de Janeiro (RJ) 16/09/2021 – Na foto, vans queimadas por milicianos na Rua Agaí, em Santa Cruz .Foto de Gabriel de Paiva/ Agência O Globo Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

A maior parte desta dinheiro vem do transporte alternativo. Só com cobrança de taxas de motoristas de vans, a milícia arrecada mensalmente entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões, de acordo com investigações da policia. A decisão de invadir pontos de Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, e de queimar vans,  teria sido tomada depois que dois homens de Tandera foram mortos a tiros, nesta quarta-feira, em Nova Iguaçu. O crime aconteceu no Bairro do Marapicu, localizado às margens da Avenida Abílio Augusto Távora. Os incêndios dos carros do transporte alternativo seriam uma forma de pressionar os motoristas a pagarem taxas para o bando de Tandera. Atualmente, o dinheiro é recebido pelo bando de Zinho.

Danilo Tandera é procurado pela polícia Foto: Reprodução

Danilo Tandera é procurado pela polícia Foto: Reprodução

A guerra entre as duas quadrilhas de milicianos não foi deflagrada agora.  Danilo controla os negócios da milícia em Nova Iguaçu, Itaguaí, Seropédica e em alguns pontos da Zona Oeste, em Santa Cruz. Ex-homem de confiança de Wellington da Silva Braga, o Ecko, irmão de Zinho,  morto pela policia, em junho, Tandera expandiu sua área de domínio com apoio de armas e de homens cedidos por Ecko. Entre o fim de 2020 e o início de 2021, Wellington da Silva Braga teria tido um desentendimento com Tandera e os dois romperam. A polícia ainda não sabe a razão do rompimento . Um dos  possíveis motivos seria a negativa de Tandera em devolver 38 fuzis que haviam sido emprestados pelo antigo comparsa.

Da esquerda para direita, Ecko, Tandera e Zinho Foto: Reprodução

Da esquerda para direita, Ecko, Tandera e Zinho Foto: Reprodução

A versão, no entanto, não chegou a ser confirmada oficialmente pela polícia. Outra hipótese seria a prisão de três homens ligados ao tráfico que apoiavam a milícia de Leonardo Luccas Pereira, o Leléo. Aliado de Tandera, Leléo controla os negócios dos paramilitares no Morros do Fubá, em Campinho, e nas Favelas Bateau Mouche e Chacrinha, na Praça Seca. O trio foi preso, dia 5 de janeiro, quando deixava o Morro da Rua Barão após evitar a invasão de traficantes de uma facção criminosa.

Polícia faz guarda na Rua Agaí, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

Levado para um presídio que concentra milicianos, eles teriam sido expulsos pelos paramilitares ligados a Ecko, o que teria causado descontentamento a Tandera.

 

Fonte G1.

Redação Gdsnews.

 

Mostrar Mais
Botão Voltar ao topo