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Por unanimidade, Anvisa libera segundo lote da vacina CoronaVac

Primeira vacina da CoronaVac aplicada em Ponta Grossa (PR) Foto: Danilo Schleder/Zimel Press/Agência O Globo
Primeira vacina da CoronaVac aplicada em Ponta Grossa (PR) Foto: Danilo Schleder/Zimel Press/Agência O Globo

Paula Ferreira e Adriana Mendes
BRASÍLIA — A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou nesta sexta-feira o uso emergencial de 4,8 milhões de dose da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Votaram a favor da liberação todos os cinco diretores da agência — a relatora do tema, Meiruze Freitas, os diretores Rômison Mota, Alex Campos e Cristiane Jourdan e o diretor-presidente Antônio Barra.

Meiruze manteve o termo de compromisso firmado pelo Butantan e pela Anvisa no último domingo que prevê a entrega até dia 28 de fevereiro de dados sobre resposta imune da vacina.

O lote analisado nesta sexta-feira pela Anvisa difere em relação à quantidade de doses envasadas em cada frasco. Enquanto no primeiro lote, havia uma dose por frasco, neste lote há dez doses por frasco. Nesse sentido, a relatora orientou que o Programa Nacional de Imunização oriente os profissionais que aplicarão a vacina para evitar erros durante a imunização.

— (Orientamos que) o PNI alerte e oriente os profissionais de saúde que aplicarão a vacina de que cada indivíduo venha receber somente a dose exata e necessária.

De acordo com a área técnica da Anvisa, como o frasco desse lote traz dez doses, é importante que após aberto seja utilizado em até oito horas. Passado esse tempo, a eficácia do imunizante poderá ser comprometida. Os técnicos da agência chamaram a atenção para que os profissionais envolvidos na vacinação adotem medidas de higiene para não contaminar a vacina.

Os diretor Rômison Mota, Alex Campos e Cristiane Jourdan acompanharam o voto da relatora. O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra, também foi favorável à aprovação do pedido.

— Considerando a missão institucional da Anvisa de promover e garantir a saúde da população E que as vacinas são as formas mais eficazes em prevenir doenças infecciosas ao redor do mundo — justificou Mota.

Em seu voto, Jourdan disse que a vacinação decorre de um “pacto social necessário para que possamos alcançar o bem estar comum”.

— As vacinas deverão no tempo mais breve possível chegar a população brasileira por meio do Plano Nacional — disse, acrescentando:

— A vacinação decorre de um pacto social necessário para que possamos alcançar o bem estar comum.

Já o diretor-presidente da agência elogiou o trabalho da Anvisa e ressaltou que a aprovação do uso emergencial ocorre em um momento ” que o balanço entre riscos e benefícios é favorável”.

— Importante deixar claro que o que se aprova no dia de hoje é uma modalidade de uso emergencial, temporária, nao abrane camadas amplas da população, é para camadas bem definidas. Trata-se de um momento que o balanço entre riscos e benefícios é favorável.

Para que a autorização fosse concedida, era preciso obter maioria simples entre os cinco diretores da Agência. A relatora do pedido também foi responsável por relatar os outros dois pedidos de autorização emergencial concedidos no último domingo pela Anvisa, liberando para uso 2 milhões de doses da vacina de Oxford e 6 milhões de doses da CoronaVac, produzidas pelo Instituto Butantan.

O lote analisado nesta sexta-feira é mais uma vez de vacinas do Butantan, mas que precisava obter um novo aval da agência, uma vez que houve modificação em sua cadeia produtiva. Essas doses foram processadas e envasadas pelo instituto no Brasil, diferentemente das anteriores, que já vieram prontas da China. Há também mudança na embalagem.

O Butantan informou que tem capacidade para envasar 1 milhão de doses de vacina por dia. No entanto, o instituto ainda aguarda a chegada de matéria-prima, o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), da China para a produção. A inclusão da CoronaVac no plano de imunização do governo se deu em meio a politização da vacinação no país.

Até o momento, somente as doses da CoronaVac aprovadas pela Anvisa no último domingo foram distribuídas aos estados, uma vez que o governo enfrentava entraves na importação dos dois milhões de doses da vacina de Oxford importados da Índia, que devem chegar no país somente no fim da tarde desta sexta-feira.

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