Primeira vacina da CoronaVac aplicada em Ponta Grossa (PR) Foto: Danilo Schleder/Zimel Press/Agência O Globo
Meiruze manteve o termo de compromisso firmado pelo Butantan e pela Anvisa no último domingo que prevê a entrega até dia 28 de fevereiro de dados sobre resposta imune da vacina.
O lote analisado nesta sexta-feira pela Anvisa difere em relação à quantidade de doses envasadas em cada frasco. Enquanto no primeiro lote, havia uma dose por frasco, neste lote há dez doses por frasco. Nesse sentido, a relatora orientou que o Programa Nacional de Imunização oriente os profissionais que aplicarão a vacina para evitar erros durante a imunização.
— (Orientamos que) o PNI alerte e oriente os profissionais de saúde que aplicarão a vacina de que cada indivíduo venha receber somente a dose exata e necessária.
De acordo com a área técnica da Anvisa, como o frasco desse lote traz dez doses, é importante que após aberto seja utilizado em até oito horas. Passado esse tempo, a eficácia do imunizante poderá ser comprometida. Os técnicos da agência chamaram a atenção para que os profissionais envolvidos na vacinação adotem medidas de higiene para não contaminar a vacina.
— Considerando a missão institucional da Anvisa de promover e garantir a saúde da população E que as vacinas são as formas mais eficazes em prevenir doenças infecciosas ao redor do mundo — justificou Mota.
Em seu voto, Jourdan disse que a vacinação decorre de um “pacto social necessário para que possamos alcançar o bem estar comum”.
— As vacinas deverão no tempo mais breve possível chegar a população brasileira por meio do Plano Nacional — disse, acrescentando:
— A vacinação decorre de um pacto social necessário para que possamos alcançar o bem estar comum.
Já o diretor-presidente da agência elogiou o trabalho da Anvisa e ressaltou que a aprovação do uso emergencial ocorre em um momento ” que o balanço entre riscos e benefícios é favorável”.
Para que a autorização fosse concedida, era preciso obter maioria simples entre os cinco diretores da Agência. A relatora do pedido também foi responsável por relatar os outros dois pedidos de autorização emergencial concedidos no último domingo pela Anvisa, liberando para uso 2 milhões de doses da vacina de Oxford e 6 milhões de doses da CoronaVac, produzidas pelo Instituto Butantan.
O lote analisado nesta sexta-feira é mais uma vez de vacinas do Butantan, mas que precisava obter um novo aval da agência, uma vez que houve modificação em sua cadeia produtiva. Essas doses foram processadas e envasadas pelo instituto no Brasil, diferentemente das anteriores, que já vieram prontas da China. Há também mudança na embalagem.
O Butantan informou que tem capacidade para envasar 1 milhão de doses de vacina por dia. No entanto, o instituto ainda aguarda a chegada de matéria-prima, o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), da China para a produção. A inclusão da CoronaVac no plano de imunização do governo se deu em meio a politização da vacinação no país.
Até o momento, somente as doses da CoronaVac aprovadas pela Anvisa no último domingo foram distribuídas aos estados, uma vez que o governo enfrentava entraves na importação dos dois milhões de doses da vacina de Oxford importados da Índia, que devem chegar no país somente no fim da tarde desta sexta-feira.