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Fórum de Davos começa hoje, e russos ficam de fora pela 1ª vez desde o fim da União Soviética

Evento, que volta a ser realizado após dois anos, terá participação online do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Os ministros Guedes e Queiroga estarão no encontro

Após dois anos, o Fórum Econômico Mundial de Davos volta a ocorrer de forma presencial neste domingo, nos Alpes suíços. Entre os temas abordados, estarão as consequências da guerra na Ucrânia para a economia mundial e os temores de uma desaceleração no crescimento global diante dos aumentos nas taxas de juros que já começaram em várias economias desenvolvidas.

Uma das presenças marcantes será a do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que falará por meio de uma transmissão virtual. A Rússia foi excluída do evento após a invasão à Ucrânia. É a primeira vez desde o fim da União Soviética que o Fórum não contará com representantes russos. A Rússia House – famosa por sua vodka gelada – nem será montada.

Dois ministros do presidente Jair Bolsonaro (PL) vão representar o Brasil no Fórum: Paulo Guedes, da Economia, e Marcelo Queiroga.

O primeiro terá um encontro bilateral com o copresidente da empresa General Atlantic, Martín Escobari. A reunião será na segunda-feira, às 19h do horário local. Em seguida, Guedes participa de um jantar organizado pelo banco BTG Pactual.

No ano passado, Guedes participaria do Fórum virtualmente, mas cancelou sua participação em cima da hora alegando problemas internos do ministério.

Já Queiroga estará presente no evento entre os dias 23 e 26 de maio. O ministro da Saúde pretende discutir o futuro das patentes de medicamentos para o tratamento da Covid-19.

Neste ano, Guedes quer apresentar o Brasil como “destino privilegiado para investimentos e como um país destacado para soluções de segurança energética e alimentar internacional”, segundo disse o governo federal em nota.

Além dos ministros, a lista prévia do evento também inclui os nomes do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), Gustavo Montezano, e o governador do Pará, Helder Barbalho.

Segundo a organização, Davos retorna com uma agenda “para enfrentar os desafios atuais deste período de polarização exacerbada”.

O encontro está centrado no tema “História em um Ponto de Virada: Políticas Governamentais e Estratégias Empresariais”. O Fórum, que costuma ser realizado no início do ano, foi cancelado em 2021 devido à pandemia de Covid-19. O evento vai até quinta-feira.

Entre os cerca de mais mil participantes estarão cerca de 50 chefes de Estado e de governo e mais de 1.250 líderes do setor privado.

Entre os confirmados para a edição deste ano estão Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) e John Kerry, enviado especial para o clima dos Estados Unidos.

A sociedade civil será representada por mais de 200 líderes de ONGs, empreendedores sociais, academia, organizações trabalhistas, grupos religiosos.

Crimes de guerra da Rússia

A guerra na Ucrânia e suas consequências tanto para a defesa quanto para a segurança energética da Europa irá ocupar boa parte da agenda. Além de Zelensky, o diretor-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, também irá participar.

A Rússia House deve ser reformulada em uma “Casa de Crimes de Guerra da Rússia”, incluindo uma exposição sobre crimes de guerra supostamente cometidos por tropas russas na Ucrânia.

— A agressão da Rússia (…) aparecerá nos livros de história como o colapso da ordem nascida após a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria — disse à imprensa esta semana o economista Klaus Schwab, fundador do Fórum, garantindo que Davos faria todo o possível para apoiar a Ucrânia e a sua reconstrução.

Na última reunião em Davos em 2020, os magnatas russos foram os terceiros mais bem representados pela contagem de bilionários.

 

Mas seu futuro em Davos começou a desmoronar apenas três dias depois que Moscou atacou a Ucrânia, quando o Schwab, e o presidente Borge Brende emitiram uma declaração condenando “a agressão da Rússia contra a Ucrânia, os ataques e as atrocidades”.

Desaceleração da economia

O Fórum é uma oportunidade para os representantes dos governos e das empresas discutirem o atual cenário da economia mundial, mas também para estabelecer e ampliar as redes de relacionamento e começar a construção de entendimentos que podem render frutos mais à frente.

As perspectivas para a economia mundial e as maneiras de lidar com um cenário de inflação alta, juros subindo e crescimento menor também devem estar entre os temas de debate durante o evento.

A elevação dos preços de energia e alimentos e os recentes lockdowns impostos na China agravaram os gargalos já existentes nas cadeias globais de suprimento. E ainda não se sabe qual será a intensidade do impacto das sanções impostas contra a Rússia para os demais países.

Em abril, o Fundo Monetário Internacional (FMI) previu que o Produto Interno Bruto (PIB) global vá crescer 3,6% este ano, ou 0,8 ponto percentual abaixo da estimativa divulgada em janeiro, antes da guerra, de 4,4%. Para 2023, a previsão foi reduzida em 0,2 ponto percentual, também para 3,6%.

E já há bancos como o Deutsche Bank e o Wells Fargo que falam de recessão para a economia americana nos próximos anos diante da elevação de juros por parte do Federal Reserve, Banco Central do país.

O impacto dessas preocupações já é sentido nos mercados acionários, principalmente, nos EUA. Nesta semana, o índice Dow Jones amargou a oitava semana consecutiva de perdas. No S&P e em Nasdaq, já são sete semanas de baixas seguidas.

Temáticas como as mudanças climáticas, o combate a epidemias, o futuro do trabalho e da globalização também constam na programação do evento.

A América Latina estará muito presente, com discursos dos presidentes do Peru, Colômbia, Costa Rica e República Dominicana e sessões específicas sobre a região.

 

Fonte G1.

Redação Gdsnews.

 

 

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