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MDB e PSDB decidem que Mara Gabrilli será vice de Tebet

Chapa feminina à presidência da República deve ser oficializada nesta terça-feira

A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) Agência Senado

Bianca Gomes, Gustavo Schmitt e Julia Noia/O GlOBO

SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO – O MDB e o PSDB decidiram que Mara Gabrilli será vice de Simone Tebet (MDB-MS). O martelo foi batido nesta segunda-feira, após reunião da executiva dos dois partidos e também do Cidadania. No início da tarde, Tebet confirmou que teria uma vice mulher. A declaração ocorreu em evento com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O anúncio oficial está marcado para esta terça-feira, na sede do diretório estadual do PSDB, na capital paulista.

Além de Gabrilli, outros dois nomes eram cotados para a vaga na chapa feminina: a também senadora Eliziane Gama (Cidadania) e Raque Lyra, que é ex-prefeita de Caruaru e pré-candidata ao governo de Pernambuco. Inicialmente, a preferência da senadora para vice era o senador Tasso Jereissati (CE), que desistiu da disputa.

— Quero aqui anunciar para as senhoras e para os senhores que pela primeira vez, provavelmente a primeira vez na história da República do Brasil, nós teremos uma chapa pura para candidata à presidência da República. A minha vice será mulher — disse ela, sem citar o nome de Mara. Além de Tebet, a candidata do PSTU ao Planalto, Vera Lúcia, tem como vice uma mulher: Kunã Yporã.

O presidente do PSDB nacional, Bruno Araújo, confirmou que a sigla indicou Gabrilli para consolidar a chapa nacional com o MDB em apoio a Tebet. Pela primeira vez desde sua fundação, o PSDB não lançará um candidato como cabeça de chapa à presidência da República.

—Oferecemos (o PSDB) o nome da senadora Mara Gabrilli. A expectativa é que possamos confirmar isso amanhã. Esperamos que a candidatura de Simone junto com a Mara Gabrilli seja uma janela aberta para milhões de eleitores brasileiros buscarem uma alternativa. E que possa abrir um espaço novo de discussão fora do ambiente de radicalização.

Desde que o senador Tasso se distanciou da campanha de Tebet, por motivos pessoais e também por discordar da estratégia de marketing da senadora, pessoas próximas à emedebista vinham defendendo um nome feminino para a vaga.

A avaliação é que duas mulheres em uma mesma chapa tem potencial para chamar a atenção do eleitorado. Além disso, Gabrilli pode ajudar a senadora no maior colégio eleitoral do país, São Paulo, onde foi eleita em 2018 com 6,5 milhões de votos. No PSDB, Gabrilli é vista como um quadro independente, distante da vida partidária e das reuniões que envolvem a executiva e a cúpula da sigla.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que foi cogitada internamente para ocupar a vice de Tebet, reconheceu que a escolha pela senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) para o posto é estrategicamente mais adequada, por representar um importante colégio eleitoral. Com a definição, ela avalia que uma chapa 100% feminina é uma “boa esperança para o Brasil”.

— Ela tem uma história pessoal muito forte. Ao mesmo tempo, vem de São Paulo, um colégio eleitoral muito grande, representa muito. No meu caso, seria outro debate, porque sou do Nordeste, evangélica – afirma a senadora.

‘Mea-culpa’

Em indireta à ala lulista de seu partido, Tebet defendeu um “mea-culpa” sobre a participação de parlamentares do MDB no escândalo do Petrolão, denunciado nos governador petistas. A senadora fez referência aos casos na Lava-Jato que envolveria acusações de recebimento de R$ 864,5 milhões em propinas por políticos do MDB no esquema de corrupção da Petrobras. Os valores seriam contrapartida a apoio político aos governos de Lula. Na ocasião, foram acusados os senadores Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA) e os ex-senadores Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO), José Sarney (AP), além do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Os emedebistas sempre negaram as irregularidades.

— Triste Brasil que, nessa loucura de escolher entre o menos pior, tem que escolher entre o passado que tem escândalos de corrupção do Mensalão, que comprou a reeleição, e do Petrolão, inclusive envolvendo membros do meu partido. Nós temos que fazer um mea-culpa do Petrolão — declarou a candidata do MDB.

Em outro momento, a senadora citou as investidas contra a sua candidatura presidencial:

— Não é fácil para uma mulher enfrentar o meu partido, o maior partido do Brasil, quando outros candidatos querem nos puxar o tapete. ‘Vamos tirar Simone porque queremos ganhar no primeiro turno’, ‘Vamos tirar Simone porque ela pode ser competitiva. Contra tudo e contra todos nós conseguimos chegar — disse ela.

A empresários reunidos na Fiesp, em São Paulo,Tebet ainda se colocou como a única candidata capaz de unificar o Brasil. Em referência ao ex-presidente Lula (PT) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL), os dois mais bem colocados nas pesquisas, Tebet disse que o Brasil não pode se resumir a “duas personalidades” ou a “dois governos populistas”.

A senadora ainda defendeu transferência de renda permanente para erradicar a miséria no país e uma poupança para jovens que permanecerem no Ensino Médio. Ao falar sobre o teto de gastos, afirmou que o maior compromisso com a responsabilidade fiscal que um presidente pode assumir é dizer que não é candidato à reeleição.

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