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Motorista envolvido em racha que matou jovem vai para prisão domiciliar e diz ‘não lembrar de nada’

Motorista está sem movimento das pernas

O motorista envolvido em um racha, na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande, que acabou na morte de Roberta Costa Coelho, de 25 anos, no dia 16 de abril deste ano, foi para prisão domiciliar neste sábado (14). “Ele já está em casa”, disse o advogado de defesa Caio Magno Ducan Couto ao Jornal Midiamax.

Segundo o advogado, o seu cliente não se lembra de nada do acidente, “Ele estava achando que estava em Brasília, não está entendendo nada”, disse Caio. Ainda de acordo com o advogado, ele está sem movimentos nas pernas, não consegue se alimentar sozinho e nem fazer a sua higiene pessoal, e o presídio não tinha estrutura para oferecer todos os cuidados médicos que ele precisava.

“Ele está recobrando a memória, e ainda não sabia nem porque estava preso”, disse Caio Magno. O advogado ainda falou que não teria ocorrido racha, e sim, que o emparelhamento dos carros na avenida seria porque as jovens que estavam no veículo Ford Ka, com seu cliente, estavam conversando com os rapazes do outro carro. “Foi imprudente por dirigir depois de beber, por dirigir em alta velocidade, mas não teve intenção de matar”, disse Caio sobre o seu cliente ter sido denunciado por homicídio doloso.

O advogado ainda disse que seu cliente teria falado que não estaria tirando racha, já que nem gosta de velocidade. No pedido de prisão domiciliar, a defesa alegou que o cliente “se encontra com pneumonia, sendo que o quadro atual é de politraumatismo com fratura e contusão de crânio, inclusive após cirurgia com craniotomia descompressiva, alimentando-se por sonda nasoenterica e ventilação mecânica. As fotografias carreadas também demonstram que o acusado está manifestamente debilitado.”

Denúncia oferecida pelo MPMS

A denúncia foi oferecida no dia 29 de abril. Conforme o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), na madrugada do dia 16 de abril, o motorista do Ford Ka matou a vítima Roberta e tentou matar as outras 5 vítimas, na Avenida Júlio de Castilho. É apontado que a jovem namorava um dos outros passageiros e os dois estavam em uma boate momentos antes do acidente.

No local, teriam encontrado com um amigo, que também estava no carro na hora do acidente. Quando decidiram ir embora, já do lado de fora, encontraram com o homem de 36 anos, que bebia ali. O grupo começou a conversar, quando o suspeito ofereceu carona até a casa de Roberta, onde continuariam bebendo.

Entraram no carro as três vítimas, o motorista e ainda mais três mulheres. No trajeto, o Gol conduzido pelo jovem de 19 anos, que tinha um amigo como passageiro, emparelhou com o Ford Ka e começou a acelerar, iniciando a disputa de corrida em alta velocidade – o racha. A denúncia confirma que o motorista do Ka estava embriagado, em alta velocidade, furou sinais vermelhos, agindo com dolo eventual.

Ou seja, ele assumiu o risco de produzir o resultado morte, com indiferença à integridade física dos passageiros que levava, consciente do perigo que poderia causar. Ele acabou invadindo a calçada em uma curva e colidiu frontalmente contra um poste. Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e Corpo de Bombeiros foram acionados ao local.

Foi constatado óbito de Roberta e as outras vítimas foram socorridas. O jovem de 19 anos fugiu do local, deixando de prestar socorro e de solicitar qualquer apoio. Ele também dirigia sem carteira de habilitação. Os dois motoristas respondem também por participarem de disputa automobilística não autorizada em via pública.

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