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‘O povo vai dizer se estamos certos ou não’, diz Bolsonaro ao defender Moro

O presidente afirmou que tentará entrar no campo do Maracanã com Moro antes da final da Copa América

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que caberá ao povo avaliar se ele e o ministro da Justiça, Sergio Moro, estão “certos ou não”. Nesta sexta-feira (5), Moro foi novamente alvo de vazamentos de supostas conversas entre ele e procuradores do MPF (Ministério Público Federal) responsáveis pela operação Lava-Jato.

 

Ao sair em defesa de seu ministro, Bolsonaro afirmou que tentará entrar com Moro no gramado do Maracanã, na final da Copa América entre Brasil e Peru, no domingo.

 

“Pretendo domingo não só ir assistir à final do Brasil com Peru, bem como, se for possível, se a segurança me permitir, irei com o Sergio Moro junto ao gramado. E o povo vai dizer se nós estamos certos ou não”, disse a jornalistas.

 

As revelações desta sexta, feitas pela revista Veja em parceria com o The Intercept Brasil apontam que orientou procuradores da força-tarefa a incluir provas na peça de acusação, além de ter pautado datas para realizações de pelo menos duas operações e fazer pressão para que determinadas delações não andassem.

 

O ministro, assim como das outras vezes, afirmou que não reconhece a autenticidade dessas supostas mensagens.

 

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A fala de Bolsonaro aconteceu na comemoração do 196º Aniversário da criação do Batalhão do Imperador e o 59º de sua Transferência para a Capital Federal. O evento foi realizado no Batalhão da Guarda Presidencial, em Brasília.

 

VAIAS

Questionado sobre as vaias direcionadas a ele por torcedores no jogo entre Brasil e Argentina, o presidente se esquivou e disse que os vaiados eram os jogadores argentinos.

 

“Houve vaia quando a seleção da argentina entrou. E aí jogaram a câmera para cima de mim, queriam o quê? Acham que de imediato, eu, com paletó e gravata, no Mineirão enorme, uma vaia estrondosa de repente para mim? Não tem cabimento isso. Quem por outro lado sabia que era eu? Não sabia. A vaia foi para a seleção da Argentina”, rebateu. O presidente afirmou ainda que se um dia for alvo de vaias vai “logicamente pensar onde estou errando”.

 

O NOVO VAZAMENTO

Segundo as conversas trazidas à tona nesta sexta, o chefe da força-tarefa Deltan Dallagnol informou à procuradora Laura Tessler, no dia 28 de abril de 2016, que Moro o alertou sobre a falta de uma informação na denúncia do réu Zwi Skornicki, tornando-a mais robusta.

 

“Laura no caso do Zwi, Moro disse que tem um depósito em favor do Musa e se for por lapso que não foi incluído ele disse que vai receber amanhã e da tempo. Só é bom avisar ele”, diz Deltan. “Ih, vou ver”, responde à procuradora.

 

Zwi era representante da Keppel Fels, estaleiro que mantinha contratos com a Petrobras, e apontado como um dos operadores de propina. Skornicki tornou-se delator na Lava-­Jato e confessou que pagou propinas a vários funcionários da estatal, entre eles Eduardo Musa, mencionado por Dalla­gnol na conversa.

 

Um dia após a conversa, o MPF incluiu um comprovante de depósito de 80 000 dólares feito por Skornicki a Musa. O ex-juiz aceitou a denúncia, segundo a veja, minutos depois do aditamento e, na sua decisão, menciona o documento que havia pedido.

 

DELAÇÃO DE CUNHA REPROVADA

Um diálogo realizado em julho de 2017 indica que Moro opinou sobre um possível acordo para delação do ex-deputado federal Eduardo Cunha (MDB-RJ). A palavra final para realização de acordos de delação cabe exclusivamente ao Ministério Público, podendo o juiz somente aceitá-la na denúncia ou não.

 

No dia 5 de julho, procuradores do MPF agendaram uma reunião com Délio Lins e Silva Júnior, advogado de Cunha, para o dia 11. Às 23h11 do dia 5, em uma conversa privada com Deltan pelo Telegram, Moro questiona se os rumores de uma delação de Cunha são verdadeiros.

 

“Rumores de delação do Cunha…Espero que não procedam”, diz o ex-juiz, segundo a Veja. “Só rumores. Não procedem. Cá entre nós, a primeira reunião com o advogado para receber anexos (nem sabemos o que virá) acontecerá na próxima terça. Estaremos presentes e acompanharemos tudo. Sempre que quiser, vou te colocando a par”, afirma Deltan. “Agradeço se me manter informado. Sou contra, como sabe”, manifesta Moro.

 

OPERAÇÕES AGENDADAS

De acordo com os diálogos revelados nesta sexta, um membro da força-tarefa, que segundo a Veja seria o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, afirma, no dia 7 de julho de 2015, que Moro – identificado entre os interlocutores como Russo – sugeriu datas para a realização de operações por parte do MPF em conjunto com Polícia Federal.

 

Fonte Yahoo Notícias

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