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Desacordo por reajuste termina em greve, mas atendimento é mantido

Por determinação do Tribunal Superior do Trabalho, 60% dos servidores da saúde devem continuar trabalho normalmente

Os servidores do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, um dos três hospitais públicos de Campo Grande, entraram em greve ontem, e a paralisação não tem prazo para ser encerrada.

Um desacordo sobre o aumento salarial motivou os protestos, porém, decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) garantiu que 60% dos trabalhadores da saúde continuarão atuando normalmente, para garantir o atendimento no local.

Linha de frente no combate à pandemia, os profissionais estão desde a manhã de ontem postados em frente ao hospital, em busca de direitos salariais. Segundo eles, há quatro anos, os servidores não recebem reajuste salarial.

De acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal em Mato Grosso do Sul (Sintsep), Wesley Cassio Goully, mesmo com a greve, nenhum setor será paralisado.

“Nós, por natureza, temos esse compromisso com a vida. Então, 100% das atividades hospitalares do Hospital Universitário a gente não vai parar, mas vai diminuir consideravelmente”, frisa.

PROBLEMAS

Antes mesmo da pandemia da Covid-19, a categoria já reclamava sobre a falta de reajustes, que deveriam ser de 6% ao ano, mas já se acumulam há, pelo menos, quatro anos, conforme os servidores.

“Infelizmente, a gente chegou nesta situação, depois de quatro anos negociando com o governo, e foi muito dura e pesada para a gente, porque, em alguns momentos, eles ofereceram até, absurdamente, uma redução salarial, sabe? Por meio da ampliação da nossa insalubridade”, aponta o secretário-geral.

Segundo ele, isso seria um valor que é extremamente impactante nos trabalhadores em saúde do hospital.

Funcionária do Hospital Universitário há sete anos, Amanda Fogaça destaca a indignação da classe da enfermagem e administrativa por conta da falta de reajuste.

“Estamos com eles [processos pedindo reajuste] parados. Além do mais, com todo esse contexto de pandemia, que toda equipe teve de percorrer, a empresa está sugerindo que a insalubridade seja reduzida, para ser em cima do salário mínimo, em que recebemos hoje em cima do [salário] base”, revela.

Conforme a categoria faz questão de ressaltar, a insalubridade é “inegociável”, principalmente diante do contexto de desvalorização.

“Estamos neste movimento por valorização e para que sejamos respeitados”, conclui ela, que atua na enfermagem há 14 anos.

Por fim, a categoria afirma que não enxerga o próprio pedido como “absurdo” nem “algo distante”, já que exigem que seja feita a correção inflacionária dos últimos quatro anos para que eles voltem a trabalhar.

“Esperamos que este movimento de todos os hospitais universitários no País, vinculados à rede Ebserh [Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares], faça com que o governo se sensibilize e entenda que é o momento de negociar”, finaliza a enfermeira.

OUTRO LADO

Em contato com o Hospital Universitário de Campo Grande, a entidade afirmou que espera que essa situação seja resolvida o mais rápido possível.

“É importante acrescentar que, com o início das manifestações, fica ainda mais clara a vontade dos empregados, semelhante à da Ebserh, em uma resolução rápida para o Acordo Coletivo de Trabalho [ACT]. Diante do impasse nas negociações, a Ebserh peticionou no dia 10 de agosto, no próprio TST, pedido para análise dos ACT’s em curso, requerendo o julgamento imediato do dissídio coletivo, inclusive quanto aos ACTs em aberto”, afirmou, em nota.

Decisão da ministra Delaíde Alves Miranda Arantes, do TST, determinou que 50% dos trabalhadores da área administrativa e 60% da área médica e assistencial devem continuar trabalhando, sob pena de multa diária de R$ 50 mil, em caso de descumprimento. (Colaborou Daiany Albuquerque)

SAIBA

A categoria da enfermagem também luta para que o piso nacional, estabelecido por lei, seja reconhecido e pago pela rede de saúde.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

 

 

 

 

 

 

 

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