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Sesi forma primeira turma no “Projeto 60+”, que leva inclusão digital à terceira idade

O enquadramento do autorretrato na tela do celular entrega que a intimidade com o aparelho é recente. Poder desvendar o mistério por trás da tela iluminada, da qual a humanidade não desgruda os olhos, é uma vitória digna de ser certificada quando se trata de pessoas de outras gerações. Foi justamente essa a conquista celebrada na primeira formatura do “Projeto 60+”, realizada nesta quarta-feira (10/08), na Escola Sesi de Corumbá, e que contemplou 14 idosos do município de Ladário.

Voltado para inclusão digital da melhor idade, o programa tem como objetivo ampliar o acesso dos idosos às facilidades que a tecnologia oferece. O superintendente do Sesi, Régis Borges, esteve no evento e ressaltou a importância da iniciativa. Para ele, o projeto dialoga com as práticas ESG (ambientais, sociais e governança) norteadoras da indústria. “Fazer essa inclusão, esse beaba digital, que hoje é exigido de toda a sociedade, é um dever. Faz parte da nossa missão social como Sesi, como Fiems”, afirmou.

Régis Borges acredita que para além da qualificação, o acesso a canais digitais traz a oportunidade dos idosos compartilharem histórias de vida. “Se estamos aqui é porque alguém mais velho nos apresentou valores e ensinamentos. E esse compartilhamento precisa continuar”.

Desenvolvido em parceria com a Prefeitura de Ladário, na Biblioteca do Sesi, a ação possibilitou a interação dos idosos com alunos da rede estadual, como relatou a secretária municipal de Educação, Elizama Medina de Ávila. “Não é só o curso em si, mas a oportunidade de confraternizar e conhecer outras pessoas. Conseguimos fazer uma interação muito boa entre os alunos do 60+ e nossos alunos. Então, o programa os aproximou dos mais jovens, ampliou a troca de ideias e de experiências”, ressaltou.

A formatura não se limitou à entrega de certificados. Os alunos fazem parte do Grupo de Teatro Tesouro Pantaneiro e encenaram o espetáculo “A Cultura Ladarense”, em que foram abordados temas como o carnaval, causos locais e violência contra a mulher. Na interpretação dos personagens, o 60+ se transformou até em poesia, mostrando as diversas possibilidades da linguagem.

Sem limite de idade – Formanda do projeto, Maria Elizabeth Oliveira, 66 anos, afirma que a inclusão digital ampliou seu horizonte. “A sensação é maravilhosa de saber que, na idade que estou, ainda posso aprender. O mundo digital para mim era desconhecido, era um mundo totalmente alheio do que eu vivia”, lembrou. Agora fazer vídeo chamada com os netos é uma das suas atividades preferidas.

Os 94 anos do senhor Edgar Alves de Oliveira não foram empecilho para que se tornasse um usuário assíduo de aplicativo de troca de mensagens. “O que mais aprendi foi mexer no celular para falar com os meus parentes no Rio de Janeiro. Me ensinaram tudo direitinho, com perfeição e com carinho. Estou feliz e satisfeito e quero continuar aprendendo”.

Projeto 60+ 

Desenvolvido em mais de 40 bibliotecas do Sesi de Mato Grosso do Sul, o 60+ tem como público-alvo pessoas com 60 anos ou mais. O curso tem carga de 30 horas, divididas em encontros semanais e presenciais de 2 horas nas bibliotecas.

O projeto foi pensado para trazer uma série de benefícios à população idosa, como: redução do estresse; estímulo às habilidades sociais; promoção de experiências educativas com uso da tecnologia; aumento da qualidade de vida; entre outros.

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