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Uma semana após morte de Aleksandro, pai de sertanejo mostra itens que estavam com cantor no dia do acidente

Em entrevista exclusiva ao g1, Airton Correia, pai do cantor, relembrou da história do filho que desistiu do futebol, judô e natação para ser músico. 'Ele tentou de tudo, mas a música foi mais forte'.

Uma semana após a morte do cantor Aleksandro em grave acidente de ônibus, o pai do sertanejo, Airton Correia, vê, com lágrimas nos olhos, os itens que eram carregados pelo filho no dia da tragédia. Uma garrafa de tereré com o nome “Aleksandro” estampado, um colete verde musgo utilizado em um dos últimos shows e uma toalhinha branca que enxugou o suor do cantor.

Conforme Airton, a garrafa térmica era “amiga” inseparável do filho. Para onde Aleksandro ia, a cuia de tereré – bebida típica em Mato Grosso do Sul – e a água gelada estavam juntas. O pai comenta que o colete verde ainda tem o cheiro do perfume do sertanejo e que a roupa não será lavada e ganhará uma moldura para que todos se lembrem. A vestimenta estava dentro da mala de Aleksandro durante o acidente, junto com uma toalhinha branca que era usada com frequência nas apresentações.

Sete dias após a morte de Aleksandro Correia, o pai do sertanejo recebeu com exclusividade a equipe do g1 e relembrou sobre a história do filho que quase foi jogador de futebol, judoca ou nadador. Airton lembrou da infância, início da fama e trajetória do filho na música sertaneja.

‘Quase foi jogador de futebol, mas a música foi mais forte’

 

Fotos da infância do sertanejo. — Foto: Arquivo pessoal/Reprodução

Fotos da infância do sertanejo. — Foto: Arquivo pessoal/Reprodução

Aleksandro cresceu na região de Dourados (MS), segunda maior cidade do estado. Cercado de verde, propriedades rurais e vários familiares, Airton lembra da infância do filho, que se desenvolveu próximo de várias fazendas e sítios da região.

“Na realidade, a infância do Aleksandro foi sempre rodeada de bois. Ele foi criado neste ambiente. Levava ele todo final de semana na casa do avô, em Fátima do Sul, no sítio. No sítio ele tinha contato com os cavalos. Ele amava o meio rural. Era bota, chapéu e tudo que tinha direito”, relembra.

Airton não sabe de onde surgiu a veia musical em Aleksandro. Na família, apenas um tio distante era cantor e chegou a participar de um programa de calouros. No início da infância, bem antes de ser sertanejo, o cantor se interessou pelo judô, depois quis ser jogador de futebol e por último tentou ser nadador.

“O interessante é que o Aleksandro quando era pequeno queria ser judoca. Depois quis ser jogador de futebol, coloquei ele na escolinha de futebol em Dourados. Depois ele quis ser nadador. Até que ele se despertou para a música e pediu um violão. Eu comprei um violão pequeninho e logo depois, ele pegava um violão que eu tinha e ele despertou para a música com 12 e 13 anos”, disse Airton.

Aleksandro tinha fazendas no Pantanal de Mato Grosso do Sul.  — Foto: Arquivo pessoal/Reprodução

Aleksandro tinha fazendas no Pantanal de Mato Grosso do Sul. — Foto: Arquivo pessoal/Reprodução

Dentre os desejos, a música se fez mais forte na vida de Aleksandro. “Ele quase foi um pouco de tudo, mas a música foi mais forte”.

“Desde pequeno, em casa, os vizinhos vinham para casa. Na infância e adolescência ele permaneceu com essa capacidade de agregar. Quando ele começou a tocar violão, isso floresceu ainda”, detalhou.

 

‘Começou nos barzinhos e depois ganhou o Brasil’

Antes de ser músico, Airton exigiu que Aleksandro fizesse uma graduação. Temia pelo incerto e acreditava que a universidade poderia ser uma garantia caso a vida de sertanejo não desse certo. Depois do ensino médio, Aleksandro cursou Agronomia. Nos barzinhos universitários, a dupla “Conrado e Aleksandro” começou a se apresentar em 2003.

“Eu não queria que se tornasse uma profissão naquele momento. Eu queria que ele tivesse uma profissão e fizesse faculdade. Até, quando ele começou com o Conrado, em 2003, eu acompanhava eles em tudo. Começou em barzinhos ao redor de Dourados. Ele amava a música. Eles começaram a tocar em barzinhos e a coisa foi se tornando maior. De um tempo para o outro, as apresentações começaram a ter mais público, aglomeração”, comenta Airton com um sorriso no rosto ao rememorar as cenas com o filho.

Pai de Aleksandro guarda primeiros CDs da dupla e objetos que sertanejo levava no dia do acidente.  — Foto: José Câmara

Pai de Aleksandro guarda primeiros CDs da dupla e objetos que sertanejo levava no dia do acidente. — Foto: José Câmara

Mas nem sempre as apresentações foram repletas de público. Airton diz que já participou de vários shows em que eram apenas a dupla e ele na plateia. Os sertanejos começaram a rodar por Mato Grosso do Sul, principalmente nas cidades próximas a Dourados. Logo não demorou, os cantores alugaram uma van e começaram a desbravar bares em todo o estado.

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