Grupos fazem manifestações em praças de Mato Grosso do Sul para “descomemorar” golpe de 64.

Além de defender a democracia, manifestantes também levantaram diversas pautas sociais – Foto Unidade Popular.

Assim como em dezenas de cidades brasileiras, integrantes de movimentos sociais se reuniram na manhã deste sábado na Praça do Rádio Clube, em Campo Grande, e na Praça da Bandeira (também conhecida como Ramez Tebet), em Três Lagoas, em defesa da democracia e para “descomemorar” o golpe militar ocorrido em 31 de março de 1964.

Convocadas por movimentos sociais, partidos e sindicatos, as manifestações relembram os 60 anos do golpe de 1964 sob o lema “Ditadura Nunca Mais”. Luso de Queiroz, presidente do movimento estudantil Diretório Estadual da Unidade Popular de Mato Grosso do Sul, explicou a importância de relembrar a data.

“Queremos que o impacto se torne além das pessoas que vieram à praça. Nós queremos que a população do estado de Mato Grosso do Sul tenha consciência das pautas dos trabalhadores, da defesa da democracia, das instituições que compõem a República Brasileira e que todos saibam utilizá-las e defendê-las, pois é através delas que garantimos os nossos direitos”.

Além disso, o Presidente do Diretório Estudantil enfatizou a necessidade da participação ativa da sociedade civil na construção de uma democracia verdadeira, ressaltando que só existe democracia quando a sociedade civil está organizada e ativa.

“Não podemos depender que a camada de cima determine qual é nosso modelo político. A República é pública, e só existe República quando há democracia popular, quando há povo na rua, nas esquinas, governando e mandando na sua própria sociedade”.

A manifestação, que também incluiu a solidariedade ao povo de Gaza e o repúdio ao genocídio praticado pelo governo de Israel, contou com cerca de 200 pessoas e foi pacífica, porém com objetivo de “agitar a população”, conforme Luso.

A escolha da data se dá por ser o último sábado anterior ao dia 31 de março, data em que se completarão 60 anos do golpe de Estado contra o presidente trabalhista João Goulart (Jango), em 1964. A derrubada de Jango instaurou o regime militar, que duraria 21 anos e que resultaria em centenas de assassinatos, torturas e desaparecimentos.

Em suma, o evento não apenas reuniu pessoas em prol da democracia, mas também serviu como um chamado à ação para toda a população, demonstrando que a voz do povo é essencial para moldar o futuro do país.

Golpe de 64

Depois da destituição de João Goulart, os militares permaneceram no poder até 1985. Durante esse período, houve restrições severas às liberdades civis, censura à imprensa, perseguição política, tortura e morte de opositores do regime.

A democracia, que pressupõe a participação popular, a proteção dos direitos humanos e a alternância de poder por meio de eleições livres, foi suspensa durante o regime militar, caracterizando um período de autoritarismo e violações aos direitos humanos.

Os eventos de 1964 são frequentemente lembrados como um período sombrio na história do Brasil, e muitos movimentos em defesa da democracia buscam garantir que tais acontecimentos não se repitam.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

 

 

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