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Afastado, juiz pode estar ligado a mais um esquema de corrupção

Investigações apontam exigência de R$ 250 mil para autorizar venda de imóvel inventariado

O juiz estadual Aldo Ferreira da Silva Júnior, da 5ª Vara de Família e Sucessões de Campo Grande, está sendo alvo de investigações por cobrança de propina em condução de processo de inventário. Por conta disso, nesta sexta-feira o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) comandou uma operação, a Espada da Justiça, para cumprir mandados de busca pessoal e de busca e apreensão em endereços do magistrado, que já está afastado, bem como contra familiares e advogado.

 

No ano passado, a esposa de Aldo Ferreira, a advogada Emanuelle Alves Ferreira da Silva, foi acusada – e chegou a ficar presa – de dar um golpe de R$ 5,3 milhões em um aposentado de Petrópolis (RJ), com tramitação no Mato Grosso do Sul.

 

As investigações contra o magistrado são presididas pelo desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques, relator do processo, com acompanhamento da Procuradoria-Geral de Justiça. Estão sendo apurados eventuais delitos de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa, supostamente praticados a partir de autos de inventário, durante período de atividade funcional de Aldo Ferreira na Vara de Família e Sucessões da Capital.

 

Mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo desembargador Luiz Gonzaga. No cerne dos indícios, está sob investigação um esquema de comercialização de decisões judiciais. Em um dos casos sob apuração, conforme o Gaeco, haveria solicitação de vantagem de R$ 250 mil em troca de autorização judicial para venda de um imóvel inventariado em processo.

 

Nesta sexta-feira, o Gaeco, braço de investigação do Ministério Público Estadual, cumpriu mandados de busca pessoal e de busca e apreensão, tendo como alvo, além do magistrado, o advogado Wilson Tavares de Lima, Pedro André Scaff Raffi e Jesus Silva Dias. Também houve mandados de busca e apreensão contra Vanja Maria Alves (sogra do magistrado) e Aldo Ferreira da Silva (pai dele).

 

Conforme o Gaeco, Pedro André Scaff Raffi e Aldo Ferreira da Silva Júnior mantinham parceria comercial de revenda de veículos, intermediada por Wilson Tavares de Lima e Jesus Silva Dias. A união destes quatro, porém, ia além do simples comércio de automóveis, alega o grupo operacional do MPE e informa o desembargador no relatório da autorização dos mandados.

 

“Os investigados, em tese, unidos de forma habitual e permanente, dedicavam-se a ações criminosas, relacionadas, especialmente, com a prática de atos ilegais no âmbito dos processos judiciais que tramitam na 5ª Vara de Família e Sucessões desta Capital, da qual Aldo é juiz titular, embora atualmente esteja afastado de suas funções”.

 

AFASTAMENTO

 

De acordo com as informações, Aldo Ferreira está afastado de suas funções em decorrência de duas investigações. Em um delas, o juiz estadual também teria se envolvido em outro esquema de ilegalidades – desta vez no pagamento de precatórios. O afastamento em virtude desta irregularidade ocorreu no ano passado.

 

No tocante às investigações do Gaeco contra a sogra e pai do magistrado, a suspeita é de que eles estariam sendo usados como destino de transferências bancárias com recursos obtidos por meio do esquema criminoso.

 

Quanto à prática de corrupção ativa, as equipes do Gaeco têm evidências de que o grupo, chefiado pelo juiz, teria agido para oferecer vantagens a testemunhas para alterar depoimentos quando as investigações já haviam começado. A corrupção passiva estaria caracterizada no recebimento de vantagens para decisões judiciais.

 

Aldo é ainda investigado por participação em um caso em que a esposa dele, a advogada Emanuelle Alves Ferreira da Silva, foi acusada de dar um golpe de R$ 5,3 milhões em um aposentado de Petrópolis (RJ). Uma assinatura falsa teria sido usada para pedir a liberação destes valores em um processo judicial.

 

Fonte GE,

 

 

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