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Áreas tomadas por usuários de drogas concentram furtos de fios na Capital.

Maioria dos usuários, que também furtam fios, está no Centro e entorno; ontem, autor de furto morreu eletrocutado

Problema cada vez mais recorrente em Campo Grande, o número de casos de furto de fios de cobre vem crescendo em algumas regiões, que vivem uma crise de segurança pública, com a presença de usuários de drogas.

Números da Guarda Civil Metropolitana (GCM) indicam que, durante todo o ano passado, 107 ocorrências de furto de cabeamento elétrico foram registradas em Campo Grande. Os locais furtados foram os mais variados: residências, espaços públicos (praças, postes, semáforos, etc.) e estruturas privadas. Os bairros Vila Carvalho e Amambaí tem a maior incidência desse tipo de crime, com 8 e 7 registros, respectivamente.

A área da cidade com maior número de furtos, de acordo com o levantamento da GCM, é a região Anhanduizinho, com 35 ocorrências registradas, seguida da região Centro, com 21.

É possível observar que nas duas regiões há bairros com grande presença de andarilhos e usuários de drogas, que, segundo relatos de moradores, promovem furtos em estabelecimentos comerciais e residências. São os casos do Jardim Jockey Club, que fica na região Anhanduizinho, e da antiga rodoviária, localizada no Centro.

Em reportagem publicada em agosto de 2023, Nivaldo Bogado, de 57 anos, comerciante no Bairro Jockey Club, informou que seu estabelecimento já teve os fios furtados diversas vezes e que era corriqueiro moradores de rua realizarem esse tipo de delito para vender o cobre.

“Andar por aqui não é seguro, é perigoso em qualquer horário, porque aqui, nesta região, tem muitos usuários de drogas, o que nos deixa vulneráveis”, detalhou.

Questionado sobre a presença dos moradores de rua e usuários de drogas no bairro, Nivaldo afirmou que o acolhimento dos usuários de drogas era uma obrigação da prefeitura, e não de organizações religiosas e sem fins lucrativos.

“O pessoal das igrejas vem e dá alimentação para eles, e isso faz com que eles permaneçam aqui e os crimes não parem de acontecer. Eu penso que quem deve cuidar deles é o Estado, a polícia passa de vez em quando, mas não aborda ninguém”, opinou.

Segundo a presidente da associação de moradores do Bairro Amambaí, Rosane Nely, o fato de o bairro ser citado como uma das regiões com mais casos desse tipo de crime na cidade se dá pelo número de imóveis fechados e abandonados.

“Aqui no bairro já tivemos todos os tipos de furto de fio de cobre que você possa imaginar, em residência, em empresa, na rua. Há pouco tempo, tivemos um furto perto do horto florestal, que foi muito comentado porque o rapaz caiu ao subir no poste para roubar fio de energia”, comentou Rosane.

Ainda conforme informações da GCM, neste ano, foram 17 ocorrências registradas, e a região Anhanduizinho tem a maior incidência do delito, com um total de 6 ocorrências.

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) informou que realiza o Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) com equipes que oferecem atendimento à população de rua nas sete regiões da Capital, por meio de busca ativa e de denúncias feitas pelos números disponíveis para a população ligar 24 horas por dia, incluindo feriados e fins de semana.

Conforme informado em nota pela SAS, o objetivo preliminar desse serviço é “estabelecer vínculos com os usuários e assegurar trabalho social de abordagem e busca ativa que identifique, nos territórios, a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, entre outras, possibilitando condições de acesso à rede de serviços e a benefícios assistenciais”.

Ainda de acordo com a SAS, o serviço é oferecido àqueles que aceitam ajuda institucional para o encaminhamento para tratamento da dependência química em comunidades terapêuticas, por meio da parceria com a Subsecretaria de Direitos Humanos (SDHU). A SAS, no entanto, disse não realizar a internação compulsória de moradores de rua.

FURTO EM SUBESTAÇÃO

Situação chegou a seu ápice quando um homem, ainda não identificado, morreu na madrugada de ontem, em decorrência de uma explosão e um incêndio na subestação de energia da Energisa na Vila Progresso, perto do Terminal Morenão.

A suspeita inicial é de que o local foi invadido pelo homem para furtar fiação, mas ele acabou provocando o incidente e morreu carbonizado. A explosão ocorreu por volta das 4h30min, e o incêndio foi visto a quilômetros de distância, assustando muita gente, que registrou os clarões no céu. A explosão deixou 30 mil clientes da Energisa sem energia elétrica na madrugada desta segunda-feira.

Em nota, a Energisa informou que “tudo indica que houve tentativa de furto de cabos na subestação Campo Grande Progresso, ocasionando curto-circuito dentro da subestação. Mesmo com avisos no entorno alertando sobre equipamentos de alta-tensão, houve a tentativa, que terminou na morte da pessoa”, declarou.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

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