EconomiaFixo

Banco Central revela que o Pix equivale a mais de 80% do número de transações com cartões

O Pix caiu no gosto do brasileiro. Foto: Thiago Prudêncio/Sopa Images

As transações por meio do Pix já equivaliam, no terceiro trimestre deste ano, a mais de 80% dos pagamentos feitos tanto por meio de cartão de débito quanto de cartão de crédito, segundo os dados mais recentes do Banco Central (BC). Nos três meses encerrados em setembro, foram realizadas aproximadamente 2,9 bilhões de transações no cartão de crédito e 3,5 bilhões no cartão de débito.

Há que se fazer uma ressalva porque os dados do Pix envolvem tanto transferências entre pessoas – que são a maioria das operações – quanto pagamentos, enquanto nos cartões os dados se referem só a pagamentos. No entanto, a comparação tem sido apresentada por diretores do BC em eventos públicos como forma de dimensionar o rápido crescimento do meio instantâneo. Para efeito de comparação, as transações via Ted no terceiro trimestre de 2021 somaram 298 milhões, pouco mais de 10% do total registrado no Pix. DOC e outros tipos de transações ficaram em 84,2 milhões no período.

Desde que o sistema de pagamentos instantâneos foi lançado, em novembro de 2020, as transações via Pix vêm se aproximando do uso de cartões. Nos três últimos meses do ano passado, elas representavam 6,1% e 5,1% das transações via crédito e débito. No terceiro trimestre deste ano, estavam em 86,8% e 82,2%, respectivamente.

Sócio fundador da consultoria JL Rodrigues, especializada em regulação do sistema financeiro nacional, José Luiz Rodrigues destaca que o Pix “é muito barato e eficiente”, o que explica a rápida expansão. Para pessoas físicas, o meio é isento de tarifas. “Mas o cartão de crédito, por exemplo, tem o ‘cashback’, a milhagem. São algumas vantagens que o Pix não possui”, afirma.

O BC anunciou ontem que o Pix atingiu na segunda-feira o recorde de transações diárias, com pouco mais de 51,9 milhões de transferências ou pagamentos.

Números mais recentes do PIX. Arte: Banco Central

Apesar do rápido crescimento, houve também ao longo do ano problemas de segurança ligados ao meio de pagamentos instantâneos, como transferências realizadas a partir de golpes e sequestros relâmpago. O aumento desses casos levou o BC a realizar mudanças no sistema. A principal delas foi a permissão para que o usuário estabeleça um limite em reais das transações que pode realizar durante a noite.

Mesmo implantando as alterações, a autoridade monetária argumentou que os problemas não são ligados à segurança interna do Pix e podem acontecer com outros meios de pagamentos.

Fonte: Banco Central/Valor Econômico