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Boulos recebe apoio do PMB, partido com ligações passadas a Bolsonaro e Weintraub

Guilherme Boulos é pré-candidato à prefeitura de São Paulo.

O pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), anunciou nesta quinta-feira o apoio do Partido da Mulher Brasileira (PMB), representado por sua presidente nacional, Suêd Haidar Nogueira. O partido, ao qual o ex-ministro bolsonarista Abraham Weintraub é filiado, eleva para sete o número de siglas na coligação de Boulos.

Durante o evento, Suêd Nogueira refutou a associação do PMB a Jair Bolsonaro, apesar de abrigar simpatizantes do ex-presidente. “Nunca entreguei uma ficha de filiação para Jair Messias Bolsonaro”, afirmou Suêd, destacando que o partido não é feminista, um ponto que contrasta com a composição majoritariamente de esquerda dos partidos aliados a Boulos.

Boulos, que conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), minimizou as divergências, enfatizando que a aliança demonstra a capacidade de diálogo e disposição para concessões. “Há coerência [do PMB] com a decisão de enfrentar o bolsonarismo em São Paulo”, declarou o deputado, criticando a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição com apoio de Bolsonaro e 11 partidos.

PMB: História e Reposicionamento

Suêd Nogueira reforçou que o PMB não é de direita, esquerda ou centro, mas “está na frente”, priorizando “cuidar da vida das pessoas”. Ela mencionou que o partido enfrentou tentativas de compra, mas manteve sua independência. “Nosso partido pode não ter dinheiro, mas ainda tem voz”, afirmou.

O PMB, que não possui representantes no Congresso Nacional nem uma militância consolidada em São Paulo, lançou a pré-candidatura de Cristina Graeml em Curitiba, uma bolsonarista de destaque. Em São Paulo, Abraham Weintraub, que concorreu a deputado federal em 2022 sem sucesso, se opôs ao apoio do partido a Boulos e planeja reivindicar judicialmente seu direito de concorrer de forma independente.

Repercussão e Expectativas

Dirigentes dos seis partidos aliados a Boulos (PSOL, PT, Rede, PC do B, PV e PDT) também participaram do anúncio. Laércio Ribeiro, presidente municipal do PT, elogiou a habilidade de Boulos em formar alianças diversificadas, combinando fidelidade às suas convicções com propostas antagônicas. “Boulos tem tido capacidade extraordinária de construir consensos”, afirmou.

Boulos ressaltou que a diversidade é à força de sua frente e prometeu uma gestão aberta e colaborativa se eleito. “Governo não é feito sozinho por um prefeito”, disse, abordando esforços para combater sua imagem de radical e se apresentar como um político apto para negociações.

Contexto

O PMB está em processo de reposicionamento, buscando evitar extremismos. “Tudo que é extremista nós não vamos permitir no partido. A gente entendeu que [Boulos] é um bom projeto para a Prefeitura de São Paulo”, declarou Sidclei Bernardo, vice-presidente nacional do PMB. A sigla também conversou com representantes das pré-campanhas de Nunes e Tabata Amaral (PSB), mas optou por apoiar Boulos.

No Paraná, o PMB mantém uma postura firme contra coligações com partidos de esquerda. “O partido na [gestão] nacional tem a posição determinada de centro”, afirmou Fabiano dos Santos, presidente estadual do PMB. A sigla tentou mudar de nome duas vezes, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não autorizou as alterações.

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

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