DestaquesTecnologia

Campanha quer barrar criptografia no Facebook com medo de abusos

Apoiada financeiramente pelo Ministério do Interior britânico , a campanha "No Place To Hide" defende a suspensão imediata dos planos de criptografia nos aplicativos

ma campanha conduzida no Reino Unido por sobreviventes de abuso, ativistas de segurança infantil e instituições de caridade promete algumas dores de cabeça para a Meta. Com tudo pronto para lançar a criptografia de ponta a ponta no Facebook Messenger e no Instagram, a gigante de tecnologia está sendo acusada pelos ativistas de “se vendar voluntariamente”.

Apoiada financeiramente pelo Ministério do Interior britânico (Home Office), a campanha “No Place To Hide” (Sem Lugar Para Se Esconder, em português) defende a suspensão imediata dos planos de criptografia nos aplicativos da gigante norte-americana. Para os membros da campanha, mensagens fortemente protegidas, em que apenas remetente e destinatário podem visualizar o conteúdo, podem esconder milhões de casos de abuso sexual infantil.

Embora o alvo da campanha não seja especificamente a criptografia de ponta a ponta das empresas de Mark Zuckerberg, a pauta ganhou força no ano passado, após um discurso contundente da ministra do Interior Priti Patel, no qual classificou os planos de criptografar as redes sociais como “inaceitáveis”.

Ativistas de segurança alertam que, por restringir o conteúdo de mensagens às “duas pontas”, a criptografia impede que as plataformas consigam visualizar os conteúdos e, consequentemente, de auxiliar as autoridades na investigação dos crimes praticados por abusadores sexuais de crianças.

Sobrevivente de abuso e especialista da Fundação Marie Collins sobre violação sexual infantil assistida por tecnologia, Rhiannon-Faye McDonald questionou no jornal The Guardian, nessa terça-feira (18), a tese de que o assunto diz respeito apenas à privacidade. “Meu abuso foi registrado com fotos e vídeos que podem estar por aí agora, enquanto falo”, disse.

O que a campanha demanda é uma garantia de que a chamada tecnologia E2EE consiga impedir que abusadores sexuais de crianças usem as redes sociais para perseguir suas vítimas e divulgar seus crimes. Dona do Messenger e do Instagram, a Meta prometeu, em novembro passado, adiar seus planos de criptografia de ponta a ponta para “algum momento de 2023”.

Mostrar Mais
Botão Voltar ao topo