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Campo Grande tem o segundo maior gasto com pessoal entre as capitais

Capital de MS só perde para Vitória (ES) em gasto per capita com folha; cidade capixaba, porém, não estoura os limites da LRF

Campo Grande é a segunda capital com mais gastos com pessoal do Brasil, indica levantamento da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) publicado na semana passada. Conforme a análise, que envolveu os 5.568 municípios do País, cada cidadão da capital de Mato Grosso do Sul gasta, em média, R$ 2.965,54 com a folha de pagamento da prefeitura.

O custo per capita da folha de pagamento do município só não é maior que o de Vitória (ES). Na capital capixaba, cada morador gastou em média R$ 3.258,70 com a folha de pagamento do município.

Mas a situação do Município de Campo Grande é um pouco mais complexa que a da capital do estado do Espírito Santo.

Em 2022, conforme o levantamento da FNP, os gastos com pessoal na capital de Mato Grosso do Sul representaram 56,3% da receita corrente líquida, ou seja, estavam acima do limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Já em Vitória os gastos com pessoal no mesmo ano, embora mais altos quando divididos pelo número de habitantes, representaram apenas 41,3% da receita corrente líquida, porcentual bem distante dos limites estabelecidos pela LRF.

Em relação aos municípios mais populosos do Brasil, Campo Grande está no topo do ranking, só fica atrás de Niterói (RJ), que gasta com folha de pagamento R$ 3,92 mil por habitante, e Santos (SP), cujo gasto per capita com folha é de R$ 3,49 mil.

Em 2022, Campo Grande gastou R$ 2,66 bilhões com pessoal, uma redução de 2,9% ante os R$ 2,74 bilhões de 2021, último ano de Marquinhos Trad (PSD) como chefe do Executivo.

A leve queda nos gastos com pessoal não foi suficiente para que deixassem de ser representativos nas estatísticas: foram 51,3% de todas as despesas do município naquele ano.

Folha secreta

Em dezembro de 2022 e em outubro do 2023, o Correio do Estado denunciou que servidores do primeiro escalão do município recebiam centenas de milhares de reais em um único mês em holerites secretos não informados pelo Portal da Transparência.

O escândalo, que ficou conhecido como folha secreta, mostrou que uma secretária do município chegou a receber em um único mês R$ 51,7 mil.

Em outubro do ano passado, foi divulgado que uma servidora de alto escalão que trabalhava muito próximo da prefeita Adriane Lopes (PP) que recebeu nada menos que R$ 88.384,67, conforme o Correio do Estado também mostrou em primeira mão.

Desde então, o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) e a prefeitura tentam entrar em acordo para pôr fim aos pagamentos secretos, “por fora” do Portal da Transparência. O impasse continua.

Outro motivo de grande impacto na folha de pagamento foi o escândalo que veio à tona durante a campanha do ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD) conhecido como “farra do Proinc”.

A administração anterior, conforme as denúncias, usava uma bolsa, praticamente uma ajuda para alimentação e custeio de prestadores de serviços, normalmente varredores de rua e trabalhadores braçais, para empregar desde influencers e técnicos de som até pessoas que não cumpriam expediente na prefeitura.

Interior

Quando se leva em consideração todas as cidades do Brasil, Mato Grosso do Sul também aparece no ranking, emplacando três municípios com os maiores gastos per capita em folha de pagamento.

O município de Jateí, por exemplo, é o oitavo da lista. Lá, cada um dos 3.856 moradores (é o menos populoso do Estado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) paga, por ano, R$ 7.293,86 em média para manter a folha de pagamento da prefeitura.

No ranking nacional aparecem Alcinópolis, na 49ª posição, onde o gasto per capita com folha é de R$ 6.131,94, e Taquarussu, no 88º lugar, cujo gasto anual com a folha da prefeitura é de R$ 5.566,50.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

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