Em 1997, na Viradouro, Joãosinho Trinta encantava novamente a Sapucaí e o carnaval com “Trevas! Luz! A Explosão do Universo”, sobre o Big Bang. Um dos encantados era um menino chamado Tarcísio.
“Eu sou do interior. A primeira vez que eu me encantei com o carnaval foi assistindo exatamente a ‘Trevas! Luz!’”, lembrou nesta quarta-feira (26) o agora campeão Tarcísio Zanon.
Marcus (E), Tarcísio (D) e a taça de campeões — Foto: Reprodução/TV Globo
Zanon e o marido, Marcus Ferreira, são os criadores do enredo “Viradouro de alma lavada”, sobre as Ganhadeiras de Itapuã.
Eram escravas que lavavam roupas comercializavam produtos em que a maior parte do excedente vendido era devolvido aos senhores. Suas descendentes formaram, em 2004, um grupo musical que recorda as dificuldades e as conquistas daquele tempo.
“A gente queria passar essa emoção. Por isso que a gente homenageou essas mulheres, que são fantásticas”, destacou Marcus. “Durante o ano, elas preencheram o coração da Viradouro de emoção, de histórias”, emendou.
Emoção após 23 anos
A quadra da Viradouro ficou lotada. Uma multidão virou a noite comemorando o fim do jejum de 23 anos sem um título.
A animação da festa coube à bateria nota dez do Mestre Ciça.
“É uma vitória pessoal. Eu fiquei 10 anos, saí, voltei ano passado, fui vice, e agora campeão. Não tem preço!”, comemorou.
A rainha Raissa Machado ficou na festa até o fim. “A comunidade sempre acreditou muito. A gente sempre teve muita fé e hoje a gente está realizando o grande sonho de ser campeã do Grupo Especial”, vibrou.
Rainha da bateria da Viradouro, Raíssa Machado, comemora título na quadra da escola — Foto: Alexandre Durão/ G1
Fonte: G1