Com 19 casos, apenas sintomáticos transmitem varíola dos macacos

Unidade de Saúde da Família no Bairro Tiradentes é uma das unidades sentinelas para atendimento de pacientes com suspeita de varíola – Foto CE.

Em um intervalo de um mês e meio, Mato Grosso do Sul já confirmou 19 casos de varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox, conforme boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

A infectologista e presidente da Sociedade de Infectologia do Mato Grosso do Sul, Andyane Tetila, explicou que a transmissão da doença é feita somente por pessoas que apresentam sintomas.

A infectologista ressaltou que a transmissibilidade viral da varíola dos macacos é menor que a da Covid-19.

“A transmissão da monkeypox é mais potente pelo contato direto, íntimo e prolongado. Somente pessoas que apresentam sintomas, ou seja, feridas na pele, são transmissoras da doença”, reiterou Andyane.

De acordo com os dados da SES, até esta terça-feira, dos 19 casos confirmados da doença em Mato Grosso do Sul, 12 eram de pacientes de Campo Grande. Em segundo lugar, Dourados possui quatro casos positivos da doença. Aparecida do Taboado, Costa Rica e Itaquiraí possuem um registro cada.

O primeiro caso suspeito da doença foi notificado em MS em 31 de maio, sendo descartado posteriormente. O primeiro caso foi confirmado pela SES em 15 de julho. Até o momento, o Estado possui 69 casos suspeitos de varíola dos macacos em investigação.

Para a infectologista Andyane, não há risco de os casos de monkeypox desencadearem uma pandemia.

“Não vemos como um risco pandêmico, a situação é diferente da Covid-19, por exemplo. Há uma preocupação em termos de impacto na saúde, por conta da susceptibilidade da grande maioria da população. E com indivíduos que fazem parte de grupos de risco para complicações e evolução com gravidade, incluindo óbitos, como já presenciado em um caso em Minas Gerais”, ressaltou a especialista.

Conforme o Ministério da Saúde, o País permanece com um óbito pela doença, confirmado no estado de Minas Gerais.

Em relação aos casos, até segunda-feira, o Brasil já havia confirmado 4.693 pessoas com varíola dos macacos. Outras 5.176 suspeitas da doença seguem em investigação em todo o Brasil.

VACINA

Segundo o Ministério da Saúde, a Pasta segue em tratativas junto a entidades internacionais e à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) para compra de vacinas e antivirais para o tratamento da varíola dos macacos.

O Brasil adquiriu 50 mil doses do imunizante via Opas/OMS, que coordena, junto ao fabricante, de forma global, a aquisição e a ampliação do acesso ao imunizante nos países com casos confirmados da doença.

Em relação à compra de tratamentos, o Brasil negocia via Opas/OMS e também com o fabricante o antiviral Tecovirimat, para reforçar o enfrentamento ao surto da doença. O antiviral é indicado para casos graves, com autorização para uso compassivo.

No dia 25 de agosto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autorizou, por unanimidade, a dispensa de registro para que o Ministério da Saúde importe e utilize no Brasil a vacina Jynneos/Imvanex contra a varíola dos macacos.

Em outra decisão unânime, a Anvisa autorizou a dispensa de registro para que o Ministério da Saúde importe e use no País o medicamento Tecovirimat, para tratamento da mesma doença. A estimativa é de que as primeiras doses contra a monkeypox cheguem em setembro.

Conforme a infectologista Andyane Tetila, a vacinação contra a varíola humana foi realizada até os anos 1970.

“Logo após, em 1977, a varíola humana foi erradicada. Portanto, a grande maioria das pessoas, incluindo os adultos jovens, não está protegida. E sabemos que esta doença atual é semelhante à varíola humana e tem sua transmissão facilitada pelo contato direto e íntimo, principalmente. O que coloca, consequentemente, indivíduos em idade sexualmente ativa em maior risco”, destacou a presidente da Sociedade de Infectologia do Mato Grosso do Sul.

PÚBLICO-ALVO

Em um primeiro momento, apenas profissionais de saúde que manipulam as amostras recolhidas de pacientes e pessoas que tiveram contato direto com doentes serão vacinados contra a monkeypox.

De acordo com o Ministério da Saúde, essa estratégia será adotada em um primeiro momento porque não existe, por parte da OMS, recomendação para vacinação em massa contra a varíola dos macacos.

Em nota disponível no portal do Ministério da Saúde, o ministro Marcelo Queiroga afirmou que, se houver indicação para imunização em massa em algum momento, “para se ter vacina em escala, tem que existir outros parques de fabricação com capacidade para produzir essas doses”.

De acordo com a infectologista Andyane Tetila, no momento, é indicado evitar o contato com pessoas que apresentarem sintomas como lesões na pele, erupções no rosto, nos órgãos genitais e em outras partes do corpo, febre, dor de cabeça, calafrios e exaustão.

“Caso a pessoa apresente sintomas, deve se isolar. É extremamente importante o cuidado adicional praticado pelas pessoas de grupo de risco, como gestantes, idosos e imunossuprimidos”, finalizou a infectologista.

Transmissão da varíola dos macacos

A monkeypox é transmitida por meio do contato com pessoas infectadas, por meio de secreções respiratórias, fluídos corporais e lesões na pele. Quando as lesões desaparecem, o paciente deixa de infectar outras pessoas.

Saiba

A varíola dos macacos é uma doença causada pelo vírus monkeypox.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

 

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