Com passagem só de ida, agrônomo fortemente armado é preso em raio-x do Aeroporto de Campo Grande

Pistola foi identificada no raio-x do aeroporto –Foto Ilustração

Semana passada policiais federais prenderam um engenheiro agrônomo de 38 anos de idade que saiu de Aral Moreira, cidade sul-mato-grossense, situada na região de fronteira com o Paraguai e pretendia embarcar no aeroporto internacional de Campo Grande para Goiânia carregando consigo, dentro da mochila uma pistola e ao menos uma centena de munições.

O passageiro foi detido na área de embarque do aeroporto, onde há equipamentos capazes de identificar armas, por exemplo. Todas as pessoas e suas bagagens que seguem dali para o avião são submetidos à fiscalização, atravessando por um aparelho de raio X.

Nota-se, até aqui, que o engenheiro armado não quis tapear os fiscais do aeroporto que, ao perceber a arma e as munições acionaram os policiais federais.

Daí em diante, o histórico narrado pelo passageiro fica duvidoso a partir de seu depoimento.

Ele diz que recentemente tinha ido a Brasília e lá procurado a Polícia Federal, onde registrou uma ocorrência, “segundo a qual se sente perseguido por câmeras e drones, bem como por seus próprios aparelhos multimídia automotivo, etc”.

Logo à frente, em depoimento prestado depois de detido na área de embarque do aeroporto, o agrônomo afirma que em 2016 “foi diagnosticado com esquizofrenia ou esquizipatia, tendo feito uso de remédios controlados durante três anos”.

Declarou, ainda, “que tomou remédio de nome Toarip 10 mg durante um mês e parou de tomar por conta própria por já se sentir curado”.

Medicamento em questão é indicado para o tratamento de esquizofrenia e transtorno bipolar.

No depoimento, o agrônomo faz também umas declarações inusuais. Diz que “consegue fazer interações com programas jornalísticos e programas ao vivo com pessoas que estão atrás das câmeras e que também faz interações com animais”.

Acerca das “perseguições” que estaria sentindo, o agrônomo afirmou “que poderia cometer atrocidades se não obtivesse retorno às suas demandas”. Ou seja, quis dizer que se o episódio narrado à PF de Brasília, não fosse apurado poderia cometer alguma “atrocidade”.

O agrônomo afirmou ainda que ia em Goiânia encontrar alguns amigos, mas não citou nome de ninguém e que lá na capital de Goiás, que fica a uns 200 quilômetros de Brasília, “estava sem agenda marcada”.

Questionado se era pretensão sua em seguir de Goiânia para Brasília, o detido esquivou-se. Afirmou que “pretendia registrar o documento [que trata da suposta perseguição a que sofria] em cartório para tornar este de conhecimento público”.

À PF, o agrônomo informou que carregava arma sempre que viajava de carro. Ele comprou a pistola 9 milímetros em agosto do ano passado, mas não era autorizado ao porte, isto é, transitar com ela.

Detalhe: o detido revelou que havia comprado passagem só de ida para Goiânia.

Durante o depoimento, o passageiro detido contou que concluiu mestrado em produção vegetal, na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), em 2010. Disse também que cuida de uma área rural em Aral Moreira, mora com o pai e que recebe em torno de R$ 13 mil mensais. Confidenciou também que havia se separado da mulher e que é pai de uma criança pequena.

Assim que recebeu voz de prisão, a PF perguntou a ele se queria avisar alguém da família sobre a episódio, mas ele não quis.

O agrônomo foi preso sem direito à fiança e, na audiência de custódia, decidiu-se que ele deveria ser mantido em unidade de saúde, onde ficaria internado provisoriamente.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

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