Comércio de Campo Grande tem alta de 10% nas vendas após programa para limpar nome

Comerciantes da Capital estão otimistas com o Desenrola Brasil – Foto CE.

Empresários de Campo Grande aprovam o Desenrola Brasil e afirmam já terem sentido o aumento de 10% no volume de vendas no mês passado. O programa emergencial elaborado pelo governo federal tem por objetivo reduzir a inadimplência no Brasil.

Conforme dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em três semanas, foram renegociados R$ 5,4 bilhões em dívidas de todo o País. A instituição não conta com recorte regional sobre o montante negociado em Mato Grosso do Sul.

Apesar disso, os comerciantes consultados já apontam uma reação de consumo após as primeiras semanas do programa. De acordo com os varejistas, houve uma ampliação nas vendas na comparação entre junho e julho.

“O volume de vendas ficou abaixo do esperado na primeira quinzena de julho, mas ainda maior que no mês retrasado. Já na segunda parte do mês passado e nesta primeira semana de agosto estamos registrando um aumento tanto no fluxo de clientes quanto na conversão de vendas”, explica Luiz Fernando, gerente da Loja Avenida localizada na região central de Campo Grande.

O responsável pelo estabelecimento comercial ainda detalha que tem percebido uma facilidade maior na aprovação de crédito. “O pessoal está regularizando a situação, e sinto que a análise está menos criteriosa, tornando mais fácil a liberação da compra no crediário próprio da loja, com um limite razoável. Acredito também que essa situação tenda a melhorar ainda mais nos próximos meses”, conclui o gestor, complementando o incremento de 10% no período.

Responsável pela loja de móveis e eletrodomésticos Gazin, Cleuber Ricardo revela que, no estabelecimento, o volume de vendas foi surpreendente em julho. “O mês passado foi um mês espetacular para nós. Não sei dizer se é reflexo das estratégias para trazer o público de volta às compras, mas foi um aumento gigantesco, muito acima do esperado”, celebra.

O gerente destaca ainda que, traçando um paralelo entre 2022 e este ano, foram realizadas conversões de vendas cerca de R$ 500 mil a mais, volume que ele aponta ser significativo para o momento que considera como de retomada.

Jânio Araújo, responsável pela loja de vestuário, cama, mesa e banho Montreal Magazine, diz que julho e o início deste mês apresentaram bons números no quesito conversão. “As compras e a busca de crédito foram ótimas, até mesmo com relação às negociações de dívidas [com a loja], pois tivemos muita procura. Agora, com a chegada do Dia dos Pais, percebemos já uma elevação na quantidade comprada até mesmo em relação ao ano passado”, relata.

Sobre o crescimento das receitas, o profissional detalha que foi possível observar essa elevação de cerca de 10% na comparação com junho. “Foi possível bater nossas metas e ainda acumular crescimento”, finaliza.

Contudo, há uma parte do varejo em que o movimento aumentou e o rendimento foi desfavorável, como ressalta a gerente da Passaletti Calçados, Luana Caneiro. “Há muitas pessoas procurando crédito, porém, com score baixo [do CPF] ou até mesmo com o nome negativado. Esperamos que essa conta feche e que os resultados sejam ainda melhores para nós”, afirma.

Para Regine Dedé de Oliveira, economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), no mês passado houve uma diferença na expectativa do comércio em relação às vendas.

“Os consumidores estão demonstrando maior interesse em ir às compras, porém, é preciso consolidar essas vendas. Consumidores estão se movimentando para as negociações, e com certeza o reflexo do nome limpo dá um fôlego para esses consumidores, que acabam voltando a comprar parcelado”, analisa a especialista.

Regiane ainda faz um alerta, frisando que o importante nesse momento é saber negociar as dívidas antigas e também as futuras, de forma que os compromissos caibam no orçamento familiar de cada consumidor.

BALANÇO

Cinco dias após o início do programa, a Febraban divulgou o primeiro balanço de renegociações, momento em que, segundo a entidade, foram atendidos 150 mil contratos, gerando R$ 500 milhões em acordos financeiros. Entre os dias 17 e 22 de julho, 2 milhões de pessoas que deviam até R$ 100 tiveram seus nomes retirados da lista de inadimplentes.

No início desta semana, a federação apresentou uma nova parcial, com um volume total de R$ 5,4 bilhões de dívidas renegociadas no País, por meio de 905 contratos atendidos até o dia 7. Em relação aos negativados que tinham pendências no valor mínimo de R$ 100, em três semanas, foram contabilizados 4,8 milhões de pessoas que voltaram a ter nome

limpo.

A reportagem entrou em contato com as instituições bancárias e a Febraban, entretanto, ainda não há um recorte regional sobre as renegociações até o momento.

Dividido em duas faixas, o programa emergencial Desenrola Brasil teve começo no dia 17 de julho, com a estimativa de beneficiar 70 milhões de brasileiros durante suas fases. Trata-se de uma realização do governo federal a fim de equilibrar a crise de inadimplência instaurada no País, principalmente após a pandemia de Covid-19.

Uma portaria publicada no Diário da União pelo Ministério da Fazenda, no dia 14 de julho, possibilitou a antecipação do programa, o qual, de início, ficou disponível para a Faixa 2, correspondente aos que têm renda mensal entre dois salários mínimos (R$ 2.640) e R$ 20 mil.

Os pertencentes a essa faixa poderão renegociar dívidas sem limite de valor com prazo máximo de até 12 meses, a fim de quitar o débito diretamente com os bancos em seus canais de atendimentos. Estima-se que, nessa etapa, aproximadamente 30 milhões de brasileiros sejam impactados.

Outro efeito que ocorreu imediatamente foi à extinção de pendências de até R$ 100 com as instituições financeiras. Conforme o ministério, a ação não se trata de um perdão, e sim de parte do acordo firmado com o governo federal. O nome do consumidor foi retirado do cadastro negativo, mas a dívida ainda existe.

A terceira e última etapa está programada para ocorrer em setembro, sendo destinada à Faixa 1. Isso inclui devedores com renda de até dois salários mínimos ou inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) com dívidas de até R$ 5 mil, contraídas entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

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