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Massacre no Amazonas: um mês depois, visitas em presídios continuam suspensas

Governo fez pedido para renovar suspensão de visitas a presídios de Manaus por mais 30 dias. Famílias relatam falta de notícias de presos.

Desde a morte de 55 presos no massacre dos dias 26 e 27 de maio, todas as cadeias de Manaus estão com visitas suspensas. Isto é: há um mês, Vanessa (nome fictício) não tem notícias de seu irmão mais novo cumpre pena por tráfico de drogas. Antes disso, estava acostumada à rotina de levantar antes do sol aos domingos. Acordava, preparava um quilo de comida, colocava na bolsa e seguia por horas de ônibus até chegar à cadeia.

Um mês depois das mortes em quatro presídios diferentes, em resposta imediata, o governo anunciou a suspensão das visitas por 30 dias. Essa medida pode ser renovada após pedido da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Hoje, a entrada do Complexo Penitenciário que abriga as principais cadeias do Amazonas está vazia. Aos poucos as famílias deixaram de arriscar a caminhada até lá e se contentaram: “Uma hora eles vão precisar mandar notícias dele. Né?”.

“Eu não vou até lá só para passear, eu vou para saber se o meu irmão ainda está vivo. É só na visita que a gente consegue conversar com eles. Se não tem, a família fica no escuro. Ninguém diz nada, ninguém atende”, protesta a irmã, que pede para não ter o nome verdadeiro revelado.

“Eu não sei nem onde o meu irmão pode estar amanhã. Acordo, vou cozinhar alguma coisa e penso: ‘meu deus, será que meu irmão vai ter o que comer hoje?”.

Ela conta que seu irmão, antes preso no Centro de Detenção Provisória I (CDPM I), foi transferido para a Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) em algum momento durante esses 30 dias. A família só ficou sabendo depois que pagou R$ 150 para um advogado ir até o presídio em busca de notícias. “Tem muita mãe que não tem esse dinheiro”, argumenta.

Fonte: G1

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