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Em audiência pública, ministra Cida Gonçalves pede que homens combatam a violência contra mulher.

A audiência, cujo tema debateu "Caminhos inclusivos rumo a um MS sem misoginia", que foi o último compromisso na agenda da Ministra, ocorreu na sexta-feira (05) - Foto: CE.

A ministra das Mulheres, cumpriu agenda na Câmara Municipal de A Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves Dourados, onde participou de audiência pública e pediu que homens se juntem para combater o ódio contra a mulher em diferentes esferas da sociedade.

A audiência, cujo tema debateu “Caminhos inclusivos rumo a um MS sem misoginia”, que foi o último compromisso na agenda da Ministra, ocorreu na sexta-feira (05), a pedido da deputada estadual, Gleice Jane (PT), e contou com representantes do parlamento municipal, estadual e sociedade civil.

Participaram diversas mulheres da sociedade apresentando demandas dos povos originários, setores do movimento sindical, imigrantes, mulheres trans, assentadas, quilombolas, mãe universitárias.

A ministra Cida Gonçalves destacou dados relacionados a misoginia, como feminicídios, violência política de gênero, discurso de ódio nas redes sociais e a desigualdade social.

Durante sua fala pontuou a importância da população possuir o entendimento que a misoginia é a raiz que desencadeia em todas as violências e discriminações que acabam atingindo as mulheres e aproveitou o momento para chamar os homens a combater o ódio contra mulheres.

“A nossa tarefa é fazer com que todas as pessoas desse país, a que anda de ônibus, a que não sabe ler, a da aldeia, a do campo, a da floresta, saiba que se alguém gritou, encostou, brigou, humilhou, é ódio contra as mulheres, é misoginia. E vai ter que gritar: isso é um ato misógino!”, enfatizou.

“Mesmo que nós trabalhemos incansavelmente em políticas públicas para enfrentar a violência de gênero nesse país, mesmo que a gente construa uma Casa da Mulher Brasileira em cada um dos mais de 5 mil municípios neste país, nós não vamos dar conta. Precisamos que a sociedade brasileira e os homens brasileiros nos ajudem a enfrentar esse problema”, acrescentou.

Dados

A ministra compartilhou dados da Agência Aos Fatos que apontou grupos na rede mundial de computadores, formado por homens, que acreditam em uma suposta “superioridade masculina”. Nesses canais, Cida destacou que o discurso de disseminação de notícias falsas, que conseguem atingir aproximadamente 8 milhões de seguidores.

Denúncias de misoginia na internet aumentou 30 vezes em cinco anos no país, conforme dados do SaferNet. Enquanto os registros de crimes de ódio contra mulheres saltaram de 961, em 2017, para 28,6 mil, em 2022.

“A cada seis horas uma mulher é morta por feminicídio no Brasil. O Brasil sobe o ranking da América Latina nos feminicídios. Crimes de violência sexual são 74 mil casos segundo o fórum brasileiro de Segurança Pública, dos 74 mil, seis a cada violência sexual ou estupro são [cometidos] em meninas de até 13 anos de idade”, explicou a ministra e completou:

“Outra grande questão são as redes sociais, nas redes sociais temos mais de 80 canais no YouTube que todos os dias pregam o ódio contra as mulheres. E da minha equipe enquanto uma realizava a pesquisa internacional, a outra acompanhava os canais no YouTube. O Ministério, a AGU e a Polícia Federal estamos atrás [dos responsáveis]. Quando me falaram que são 80 canais, pensei, damos conta de fechar logo. Mas são canais com mais de 8 milhões de seguidores nesse país. Oito milhões de pessoas que assiste, curtem e acompanham a questão do ódio contra as mulheres”.

O discurso de ódio, conforme relatou Cida Gonçalves, aborda os temas que forma sútil como situações do cotidiano, como chegou a narrar a situação de um deles em que discorre que quando o marido chega em casa a comida tem que estar pronta, a mulher tem que levar o chinelo para o marido no sofá e caso não aconteça o homem é orientado da seguinte forma: “você sabe o que tem que fazer”.

“Tem canais que ensinam como violentar uma mulher, tem canais que ensinam como usar a inteligência artificial para [fazer montagens] com as meninas nas escolas e mulheres que eles não gostam. Todos os dias 8 milhões de pessoas assistindo”, disse Cida.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.