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EUA anunciam exercícios militares aéreos com Exército da Guiana

Operação sobre território guianense deve ocorrer nesta quinta-feira (7) e ter participação do Comando Sul americano

FOLHA DE S.PAULO
SÃO PAULO – O Exército americano conduzirá exercícios militares aéreos com as Forças de Defesa da Guiana (GDF, na sigla em inglês) nesta quinta-feira (7), anunciou a embaixada dos Estados Unidos em Georgetown.

Em comunicado, o órgão afirma que trata-se de “operações de rotina” com o objetivo de “aprimorar a parceria de segurança entre os EUA e a Guiana e fortalecer a cooperação regional”.

O texto ainda afirma que a unidade do Exército americano responsável por conduzir os exercícios, o Comando Sul dos EUA, “continuará sua colaboração com as GDF nas áreas de preparação para desastres, segurança aérea e marítima e combate a organizações criminosas transnacionais”. “Os EUA seguem comprometidos em ser um parceiro de segurança confiável para a Guiana”, completa.

Embora o comunicado não mencione o assunto, a motivação mais evidente para os exercícios é a atual ameaça da Venezuela a Essequibo, na Guiana.

região, que corresponde a 2/3 do território guianense e tem a costa rica em petróleo, é reivindicada pelos venezuelanos desde o século 19. A disputa ficou adormecida por anos, mas voltou à tona nas últimas semanas com a convocação, por parte do regime de Nicolás Maduro, de um plebiscito sobre a anexação da área, conhecida localmente como Guayana Esequiba (Guiana Essequibo).

No pleito de domingo (3) —que segundo a parca imprensa independente local teve baixíssimo comparecimento—, o “sim” venceu, com 96% dos que votaram supostamente se manifestando a favor da criação de uma nova província em Essequibo no país e a concessão de nacionalidade aos 125 mil habitantes da região.

Especialistas temem que o resultado da votação, que contraria recomendação da Corte Internacional de Justiça (CIJ), tenha dado a Maduro o ímpeto de invadir seu vizinho.

Eles observam chances de que o plano seja levado a cabo são pequenas. Mesmo assim, ao longo desta semana, o ditador deu diversas mostras de que pretende ir em frente, ordenando por exemplo que a petroleira estatal PDVSA conceda licenças para a “extração imediata” de petróleo na região e anunciando um projeto de lei que permitiria a anexação.Líder sindical que já foi motorista de ônibus do sistema de transporte público de Caracas, o corpulento e bigodudo Maduro, 50, era um firme aliado de Chávez e foi escolhido por ele como sucessor. Maduro entrou na política em 2000, como membro da Assembleia Nacional, onde sua defesa combativa das políticas de Chávez fizeram dele um dos protegidos do presidenteLíder sindical que já foi motorista de ônibus do sistema de transporte público de Caracas, o corpulento e bigodudo Maduro, 50, era um firme  aliado de Chaves e foi escolhido por ele como sucessor. _

As medidas causaram apreensão em Georgetown, levando o presidente guianense, Irfaan Ali, a afirmar que contataria “parceiros” internacionais, incluindo Washington. Ao que tudo indica, a resposta dos americanos foi o anúncio dos exercícios militares conjuntos nesta quinta.

Na véspera, Caracas havia acusado Ali de dar “sinal verde” ao estabelecimento de bases militares dos EUA em Essequibo e de “ocupar” a região na prática. (Com AFP)

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