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Foco na Sul-Americana e atuação ruim do mistão tiram dois pontos do Corinthians

Uma das perguntas feitas para Cássio por um jornalista na entrevista coletiva da quarta-feira passada, dia 21, no CT Joaquim Grava, foi se o Corinthians tinha condições de brigar pela tríplice coroa na temporada. O goleiro, sempre ponderado, não descartou a possibilidade.

 

Campeão paulista em abril, o Timão fez um jogo apático no empate sem gols contra o Fluminense no primeiro encontro das quartas da Sul-Americana, em Itaquera, na quinta, e empatou por 1 a 1 no sufoco contra o lanterna Avaí, domingo, na Ressacada, em jogo que podia levá-lo ao G-4.

 

Foram 180 minutos de futebol bastante pobre e questionável.

 

 

O ponto contra o Avaí levou o time para o quinto lugar, a cinco do líder Flamengo. Uma posição honrosa e ainda viva num campeonato que tem 22 rodadas pela frente, claro.

 

A realidade de momento, porém, não indica um Corinthians capaz de brigar por dois títulos.

 

Embora esteja vivo na Sul-Americana e com totais condições de se classificar para a semifinal do torneio se vencer o Flu na próxima quinta, dia 29, no Maracanã, o elenco não parece ter fôlego e/ou elenco para brigar com firmeza também pelo Brasileirão. E quem indicou isso foi Fábio Carille.

 

Contra o (matematicamente) pior time do campeonato, o Timão se armou com oito reservas. Danilo Avelar, Gabriel, Júnior Urso e Mateus Vital descansaram em Floripa. Fagner, Clayson e Vagner Love entraram no segundo tempo, quando o time tentava, de qualquer forma, vencer a partida.

 

Embora o técnico venda uma ideia de que o time tem “17 ou 18 titulares”, essas mudanças quando acontecem de uma vez só acabam prejudicando o nível de competitividade da equipe. Some a esse fato os efeitos da ausência de Pedrinho, hoje o principal ponto ofensivo do Corinthians. Ele, aliás, é duvida para a partida decisiva contra o Fluminense, o que liga um enorme sinal de alerta.

 

Reservas decepcionam

O ex-meia Ricardinho disse que foi o pior primeiro tempo de um jogo em que ele trabalhou na temporada. O Corinthians, invicto no pós-Copa América (seis vitórias e cinco empates) e o Avaí, time que ainda não venceu no Brasileirão, ficaram em igual baixo nível técnico.

 

Numa bola parada de Sornoza (sempre ela), o Timão até abriu o placar com um bom chute de Matheus Jesus, mas a arbitragem anulou o gol corretamente por impedimento de Gil.

 

Com o intervalo, a esperança de todas as pessoas que perderam 45 minutos de vida era que Fábio Carille mudasse alguma peça e tornasse a equipe mais competitiva. Ralf, Ramiro, Jesus e Sornoza não vinham em grande jornada. Everaldo, por mais que tentasse, também não fazia grande jogo.

 

Sem alterações, o Corinthians viu o jogo complicar com uma justa expulsão de Michel Macedo, que acertou o braço no rosto de Brenner. No minuto seguinte, Richard Franco abriu o placar.

 

Carille, que havia trocado Sornoza por Fagner, apostou na troca de centroavantes: saiu Boselli e entrou Love. A mudança, embora questionável pelo momento do jogo, surtiu efeito quando Love cavou a expulsão de Betão e, pouco depois, empatou a partida num lance iniciado por ele mesmo.

 

O Corinthians, que havia finalizado uma vez no primeiro tempo, cresceu no 10 contra 10, finalizou sete vezes contra a meta do goleiro Vladimir e deu total sensação de que poderia ter vencido.

 

É claro que não haveria facilidades. Em batalha complicada contra o rebaixamento, o Avaí chegou ao sexto empate em casa. Único time que ainda não venceu na competição, somou pontinhos na Ressacada contra Grêmio, CSA, São Paulo, Goiás e Cruzeiro. Perdeu para Ceará e Botafogo.

 

Mas Carille e os milhões de torcedores do Corinthians saíram decepcionados. O foco é óbvio: o time precisa vencer ou empatar com gols diante do Fluminense para chegar ao aniversário de 109 anos classificado para a semifinal da Sul-Americana.

 

Para que isso aconteça, alguns sacrifícios precisaram ser feitos. No domingo, dois pontos no Brasileirão foram sacrificados. Diante disso, é difícil falar em tríplice coroa. O foco é a Sul-Americana.

 

Fonte Globoesporte.

Agnaldo Cardoso
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