Horizon: Forbidden West tem gameplay desafiadora e bom enredo; veja review

Horizon: Forbidden West é o mais novo jogo da série exclusiva para consoles da Sony. O game traz a próxima aventura de Aloy, que no primeiro jogo enfrentou a Inteligência Artifical HADES para evitar a extinção da humanidade. Agora, a heroína precisa reativar GAIA, IA que reconstruiu a vida na Terra, para reestabilizar a biosfera do planeta e acabar com uma praga que ameaça todos os seres vivos. O título segue o estilo de Zero Dawn, com bastante exploração, uso de arco e flecha para combate à distância e confrontos corpo a corpo que pode ser um pouco confusos em algumas situações.

Um ponto alto fica por conta da ambientação, que traz estruturas dos dias de hoje em ruínas com grande riqueza de detalhes, além de bons gráficos e uma história amarrada que instiga o usuário a seguir em frente. O TechTudo testou Horizon: Forbidden West e traz a seguir a análise da nova jornada de Aloy. Vale lembrar que o título da Guerilla Games chega exclusivamente para PS4 e PS5 e sai a, pelo menos, R$ 299 na loja da PlayStation.

aHorizon Forbidden West traz lindos visuais, boa gameplay e história que prende até o fim; testamos o jogo — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Horizon Forbidden West traz lindos visuais, boa gameplay e história que prende até o fim; testamos o jogo — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Entendendo o mundo de Horizon

 

A franquia traz um background bastante interessante, sobretudo para amantes de ficção científica. A sociedade como conhecemos chegou a um trágico fim após a criação de robôs capazes de autorreprodução, praticamente independentes do ser humano para funcionar.

As máquinas, que começaram a disputar fontes de energia com os seres-vivos, ficaram agressivas e não deram muitas chances aos humanos em meados da década de 60 do nosso século. Uma cientista, Elizabeth Sobeck, resolveu então criar a Inteligência Artifical GAIA, capaz de recomeçar a vida na Terra. Esse foi o projeto de Zero Dawn.

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Máquinas são animais-robô que mantém a biosfera funcionando, cumprindo papéis biológicos no ecossistema terrestre — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Máquinas são animais-robô que mantém a biosfera funcionando, cumprindo papéis biológicos no ecossistema terrestre — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Portanto, após a iminente extinção da vida no planeta, a IA pôs o plano de Sobeck em prática após algum tempo: repovoar o mundo e reequilibrar os diferentes biomas com animais-robôs, que vivem soltos na natureza cumprindo diversas funções biológicas. Os humanos, por sua vez, voltaram a pisar na superfície terrestre por meio de reprodução artificial.

GAIA, a IA responsável pela terraformação, foi pensada para suprir não apenas as necessidades biofísicas do planeta, mas também reeducar as pessoas nesse novo mundo por meio de uma de suas funções, a Apollo. Entretanto, a mesma foi apagada ainda no século 21, levando à criação de uma sociedade primitiva e dividida em diferentes tribos. Os novos humanos não tiveram acesso aos conhecimentos anteriores, refazendo a rota na cultura e na tecnologia.

Em meio a esse cenário estão as ruínas do mundo “Antigo” (ou seja, o nosso). A vista dominada pela natureza selvagem divide espaço com prédios desgastados, pontes e túneis, além de tanques de guerra e robôs que ilustram as batalhas por sobrevivência da nossa geração.

Tanques de guerra são vistos com frequência no Oeste Proibido; últimas batalhas pela sobrevivência humana ficam registradas no mapa — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Tanques de guerra são vistos com frequência no Oeste Proibido; últimas batalhas pela sobrevivência humana ficam registradas no mapa — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Além disso, o presente do jogo traz também as Máquinas, animais-robô vistos como “naturais” pelos novos humanos e até endeusadas em algumas situações. Metais, dispositivos eletrônicos e plástico são materiais comuns nessa realidade, mas originados da própria natureza de forma direta.

Nós, os Antigos

 

Horizon retrata bem a desconexão entre os dois mundos, nomeando itens como relógios e projetores de formas diferentes, enquanto a maior parte das pessoas não entende os conceitos de tecnologia. Aloy, por meio do Foco, um dispositivo de Realidade Aumentada, tem acesso a informações dos Antigos, além de conseguir encontrar saídas relacionadas a estruturas e combater as máquinas de forma inteligente.

Aloy pode usar o foco para seguir os passos de acontecimentos passados, encontrar saídas pelo mapa e mais — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Aloy pode usar o foco para seguir os passos de acontecimentos passados, encontrar saídas pelo mapa e mais — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Assim como em Zero Dawn, Forbidden West traz as ruínas do passado de maneira interessante, estimulando tanto a exploração quanto o reconhecimento de aspectos como placas ou mesmo estruturas dos nossos tempos.

Um exemplo é a cidade de Las Vegas, que é representada com alguns dos cassinos presentes na Strip, sua avenida principal. Por se tratar de uma área desértica, muitos prédios estão cobertos de areia, mas é possível reconhecer locais clássicos como a Stratosphere, o cassino Paris (com direito a Torre Eifel soterrada), Bellalgio, entre outros nomes. A Golden Gate, em San Francisco, também marca presença no game.

Ambientação de futuro distante sem intervenção a nível industrial dos humanos mostra estruturas desgastadas e domínio amplo da natureza — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Ambientação de futuro distante sem intervenção a nível industrial dos humanos mostra estruturas desgastadas e domínio amplo da natureza — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Em outras áreas do mapa, há casas e ruas submersas (rodeadas por máquinas subaquáticas), portas trancadas por código ou chave digital, enfeites e mais itens dos Antigos. Uma sugestão para explorar esse universo é recorrendo às missões secundárias e a desafios que aparecem pelo mapa ao longo da história principal.

Explorar é a regra

 

Seja para matar a curiosidade de como ficaria o mundo após séculos sem intervenção a nível industrial ou para entender melhor a nova sociedade e suas diferentes tribos no Oeste dos Estados Unidos, explorar é a regra. Aloy precisa coletar desde plantas medicinais até galhos para construir suas flechas, além de componentes presentes exclusivamente nas máquinas ou encontrados em baús antigos. Para isso, o usuário precisa utilizar o Foco, RA que ilumina pontos de interesse para facilitar o trabalho.

Horizon Forbidden West tem foco na exploração da fauna, flora e das Máquinas encontradas pelo mapa — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Horizon Forbidden West tem foco na exploração da fauna, flora e das Máquinas encontradas pelo mapa — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

A ideia aqui é pegar tudo que se vê pela frente. O que não couber com a heroína vai para um depósito, que pode ser facilmente acessado em vilas e cidades para recarregar o estoque disponível. Por isso, é importante procurar sempre por mais suprimentos.

O Foco também é importante no combate, já que permite observar fraquezas e peças que podem ser utilizadas contra a própria máquina em questão. A caça de animais-robô é bastante importante pois permite encontrar elementos exclusivos das Máquinas. Aqui, a dica é abusar de uma gameplay stealth, já que os combates corpo a corpo são bastante desafiadores para Aloy. Também é possível montar nos robôs ao convertê-los, e o usuário precisa desbloquear os modelos compatíveis ao longo do jogo.

Além de itens e elementos em si, é possível conseguir Cacos ao explorar o mapa. Esses são utilizados como uma espécie de moeda, seja para receber pelos objetos antigos encontrados (cordões, projetores, chaves, entre outros), ou para comprar novas armas e trajes. É importante, sempre que possível, limpar o estoque de itens valiosos que não podem ser utilizados para upgrades. Para isso, basta vendê-los para algum comerciante em cidades e vilas.

Horizon Forbidden West traz vilas do Oeste, incluindo os povoados Tenakth, guerreiros que costumam tomar decisões com violência — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Horizon Forbidden West traz vilas do Oeste, incluindo os povoados Tenakth, guerreiros que costumam tomar decisões com violência — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Combate um tanto confuso

 

A mecânica de combate de Horizon: Forbidden West mistura corpo a corpo e tiros de arco e flecha, exigindo bastante estratégia por parte do usuário para derrotar as diferentes máquinas encontradas pelo mapa. Contra humanos, a situação fica mais fácil, a não ser que o adversário tenha um escudo holográfico para usar de proteção, além de armas mais tecnológicas que podem aparecer conforme você avança na história.

Voltando às máquinas, é importante ressaltar que o confronto pode ser bastante confuso, sobretudo para quem tem pouca prática com jogos de aventura do tipo (algo próximo a Soulsborne, mas com salvamentos automáticos e em locais específicos). A mecânica lembra a nova geração de God of War, Jedi: Fallen Order, entre outros games recentes.

Aloy pode ficar escondida no meio de algumas plantas silvestres para montar a melhor estratégia e atacar na hora certa — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Aloy pode ficar escondida no meio de algumas plantas silvestres para montar a melhor estratégia e atacar na hora certa — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

A diferença aqui fica por conta das diversas possibilidades ao enfrentar as máquinas, que possuem peças com vulnerabilidades distintas e são muito perigosas no corpo a corpo. Aloy pode ser derrotada com um único impacto, dependendo do tipo de adversário, por exemplo, mesmo que esteja com a vida cheia.

O ideal é apelar para o stealth e ter bastante paciência na hora de passar por uma horda de robôs. Estudar as máquinas ali presentes também é essencial, assim como marcar as peças que podem ser removidas ou mesmo utilizadas contra a própria criatura.

Dependendo do nível de dificuldade escolhido, o jogador pode esperar muitas mortes antes de entender e superar os desafios encontrados pelo Oeste. No final das contas, a mecânica é curiosa e permite diferentes estratégias, mas pode desanimar quem pretende focar mais na história do que nos combates em si.

Combate corpo a corpo com as Máquinas não é a melhor opção; antes, vale estudar o inimigo e montar armadilhas para aumentar suas chances — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Combate corpo a corpo com as Máquinas não é a melhor opção; antes, vale estudar o inimigo e montar armadilhas para aumentar suas chances — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Enredo longo e muitas opções de jogo

 

Se Horizon Zero Dawn trouxe cerca de 25 horas de jogo seguindo a história principal, Forbidden West não fica para trás. O jogador passa um bom tempo no prólogo, com tutoriais de combate, alguns desafios de lógica e bastantes informações do enredo. Para entender o universo, é importante atentar a essa primeira parte.

Na sequência, a dica é explorar bem as regiões menores para se acostumar com Aloy e o mundo ao redor, além de melhorar armas, trajes e outros equipamentos. Viajar pelas fogueiras também ajuda a cumprir objetivos que foram impossíveis de completar sem alguma tecnologia ou experiência.

O caminho que Aloy precisa seguir na história principal vai ficar mais tranquilo de seguir, além de facilitar bastante a exploração, caso o jogador conheça melhor o mapa ao redor. Ainda assim, a sensação é de que sempre há mais coisas a descobrir conforme as missões primárias vão se desenrolando.

Aloy pode pegar informações e encontrar diversas side quests ao redor do mapa — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Aloy pode pegar informações e encontrar diversas side quests ao redor do mapa — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Em determinado momento, o objetivo central parece cumprido, mas o jogador ganha novas missões em locais mais distantes e passando por máquinas bem superiores, o que vai aumentar o tempo para avançar. Portanto, é importante ressaltar que Forbidden West valoriza o desafio, além de entregar um mundo vasto de side quests para explorar.

Aqui, também vale destacar um ponto que poderia ser melhor aproveitado pela Guerrilla Games: não há nenhuma opção de jogar online. Seguindo o exemplo de outro lançamento exclusivo para PlayStation (e que hoje já chegou ao PC), Death Stranding, o novo game de Horizon poderia trazer uma interação indireta entre jogadores, recurso bastante elogiado no último título da Kojima Productions.

Horizon Forbidden West poderia aproveitar recursos online para aumentar a interação entre jogadores da franquia — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Horizon Forbidden West poderia aproveitar recursos online para aumentar a interação entre jogadores da franquia — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Gráficos, movimentos e mais

 

Os gráficos em Forbidden West são melhores que em Zero Dawn, diferença esperada pela evolução entre as gerações de consoles. No PS5, é possível perceber ainda uma suavidade maior nos cabelos de Aloy, por exemplo, assim como movimentos faciais bastante fiéis à realidade enquanto os personagens falam.

Ainda assim, o game apresentou alguns bugs durante os testes. O carregamento de algumas estruturas mais distantes demorou um pouco, assim como outros elementos surgiram “do nada” na frente de Aloy. Da mesma forma, pássaros e outros animais que podem ser caçados chegaram a sumir repentinamente durante a caça.

Horizon Forbidden West tem visuais lindos, mas alguns bugs apareceram; na foto, torre do cassino Stratosphere tem partes ‘flutuando’ — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

O console mais recente da Sony também permite uma imersão maior no jogo, que aproveita bastante recursos como o Audio 3D do modelo, a velocidade de carregamento garantida pelo SSD, além do sensor háptico do DualSense.

Já em termos gerais, é importante falar da riqueza de detalhes que o novo game traz. Os aspectos do nosso tempo são muito bem mesclados com o novo mundo, sobretudo as estruturas, afetadas por séculos de intemperismo. As histórias secundárias presentes ajudam a entender o que aconteceu nos anos entre o nosso presente e o processo de extinção, além de mostrar mais das diferentes culturas dos novos humanos.

Também é importante destacar o uso do Foco, que, por si só, facilita bastante a visualização de objetivos no mapa. Além disso, o dispositivo marca onde Aloy pode escalar, marca outros personagens presentes no mapa, entre outros pontos, mas sempre com cores bem destacadas. Há ainda opções de acessibilidade que reforçam esse aspecto, facilitando a jogatina em diferentes condições.

Conclusão

 

Horizon: Forbidden West traz resquícios do mundo antigo pelo mapa, além de natureza e tecnologia funcionando em conjunto — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Horizon: Forbidden West traz resquícios do mundo antigo pelo mapa, além de natureza e tecnologia funcionando em conjunto — Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand

Horizon: Forbidden West traz uma gameplay já conhecida com novos elementos e mais detalhes para enriquecer a história de Aloy e essa Terra refeita por meio de Inteligência Artificial. O combate poderia ser melhor, assim como uma opção multiplayer seria interessante no game, mas nada que prejudique a experiência do jogador. Para quem gosta de jogos de mundo aberto, o título entrega bastante conteúdo para explorar, sendo possível ficar horas jogando apenas missões secundárias antes de avançar na história.

Os cenários e gráficos apresentados são dignos de PS5, mesclando bem aspectos dos dois mundos envolvidos no game. A atenção aos detalhes também merece destaque e coloca o jogo como um dos exemplos de como os diferenciais da nova geração podem aparecer. No mais, o título diverte e prende a atenção do usuário, seja seguindo a história principal ou explorando o Oeste em meio às ruínas dos nossos tempos.

Fonte: Tech  Tudo

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