Jornalista é agredido em frente de casa por supostos policiais militares à paisana

Momento em que jornalista foi agredido, flagrado por câmeras de segurança – Foto Reprodução

Quatro homens, supostamente policiais militares à paisana, agrediram nesta sexta-feira (2) o jornalista Sandro de Almeida Araújo, 46, dono de um portal de notícias, na cidade de Nova Andradina, a 300 quilômetros de Campo Grande, e tentaram levá-lo a uma delegacia da Polícia Civil com a intenção de registrar um boletim de ocorrência contra ele. Ele diz ter sofrido tortura psicológica, conforme o boletim.

O jornalista disse que teria sido vítima do comandante da corporação, que o “persegue há pelo menos três anos”.

Os sindicatos dos jornalistas de Mato Grosso do Sul e de Dourados, repudiaram a violência por meio de nota, que foi republicada pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas).

Sandro disse a reportagem que dirigia seu carro pela cidade e notou que era seguido por outros dois veículos ocupados por dois homens cada um.

Logo, disse ele, manobrou o veículo e retornou para a casa, já com a intenção de registrar a imagem dos perseguidores, pois em frente ao imóvel sabia que ali havia uma câmera de segurança.

“Não tinha ideia do que se tratava [perseguição]. Desci do carro e logo que abri o portão fui dominado. Ali percebi que um dos homens era policial e eu o conhecia”, denunciou o jornalista.

Sandro foi arrastado para a calçada e jogado no chão. Ele disse que os policiais disseram-lhe: “cadê os rojões, cadê os rojões” e, depois, quiseram conduzi-lo até a delegacia, pois o “delegado” teria algo contra o jornalista.

Os rojões os quais os supostos policiais à paisana estariam atrás tem a ver, segundo o jornalista, com os fogos que estariam sendo soltos na cidade. E o motivo seria a transferência do comandante para uma outra cidade.

RAZÕES DA AGRESSÃO

Sandro revelou que há três anos, por força de reportagens publicadas por ele, o comandante da PM local o persegue. “Ele [comandante] quer saber o nome das fontes com as quais converso para produzir as reportagens policiais. Ora, é direito meu em preservá-las”, disse o jornalista, que não carregava rojões, conforme a batida policial feita em seu veículo.

O jornalista afirmou ainda que o comandante da PM o denunciou por “não revelar as fontes” por duas ocasiões. Numa delas, disse Sandro, o Ministério Público Estadual arquivou depois de ouvi-lo. Há, ainda, um procedimento que responde na Polícia Civil pelo mesmo motivo: resistência em revelar as fontes para a produção de reportagens.

Até a publicação deste material, a Polícia Militar local nem o comando estadual da corporação havia se manifestado sobre a questão.

NOTA DE REPÚDIO

O Sindicato dos Jornalistas de MS e o sindicato dos Jornalistas de Dourados emitiram uma nota sobre o episódio, veja:

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Grande Dourados (Sinjorgran) vêm a público manifestar a mais veemente indignação e repúdio aos atos de violência física e perseguição sofridos pelo jornalista Sandro de Almeida Araújo na cidade de Nova Andradina, nesta sexta-feira (2), bem como prestar solidariedade a ele.

É inadmissível e alarmante que um profissional da imprensa seja alvo de agressões e tortura enquanto exerce seu trabalho de informar a sociedade. O ataque a um jornalista representa um ataque direto à liberdade de imprensa, um dos pilares fundamentais da democracia.

Repudiamos tais ações covardes e nos juntamos ao Sinjorgran para cobrar investigação rigorosa por parte das autoridades competentes, e que os responsáveis sejam identificados, levados à justiça e devidamente punidos. Não podemos permitir que jornalistas se tornem vítimas de violência e tais intimidações.

Neste sentido, solicitamos também que a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) tome as devidas providências para apurar o ocorrido, garantindo a segurança do jornalista Sandro de Almeida Araújo e de todos os profissionais da imprensa que atuam em Mato Grosso do Sul.

É fundamental que o Estado assegure um ambiente seguro e propício para o livre exercício da imprensa, garantindo a proteção dos jornalistas e o respeito à liberdade de expressão. O Sindjor-MS reafirma seu compromisso de lutar incansavelmente pela defesa dos direitos dos jornalistas e pela preservação da liberdade de imprensa em nosso estado.

Expressamos nossa solidariedade ao jornalista Sandro de Almeida Araújo e nos colocamos à disposição para prestar todo o apoio necessário nesse momento difícil.

Diretoria do Sindjor-MS

Diretoria do Sinjorgran.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

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