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Leitura de cartas pela democracia tem atos simultâneos pelo país

Ato será na Faculdade de Direito da USP, no centro de SP; manifestações ocorrem nas cinco regiões

SÃO PAULO – Manifestos a favor da democracia são lidos nesta quinta-feira (11) na Faculdade de Direito da USP, no centro de São Paulo. O ato começou por volta das 10h.

Um deles reúne mais de 920 mil assinaturas, e a forte adesão impulsionou a organização de atos em todo o Brasil.

Outro documento, apelidado de “carta dos empresários”, é uma resposta de entidades às investidas do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao processo eleitoral e ao Estado democrático de Direito.

Deveríamos estar pensando no futuro, mas estamos voltados a impedir retrocessos, diz reitor da USP

A primeira fala do evento foi feita pelo reitor da Universidade de São Paulo, Carlos Gilberto Carlotti Junior que defendeu eleições livres e disse que a universidade é oposto do autoritarismo.

Disse ainda que a sociedade deveria estar pensando no futuro, mas está voltada a impedir retrocessos.

“Após 200 anos de Independência do Brasil, deveríamos estar pensando em nosso fururo, em como resolver problemas graves. Mas estamos voltados a impedir retrocessos.”

Ele defendeu o papel da universidade, da pesquisa e do conhecimento e relembrou os 47 pessoas ligadas à USP que foram vítimas da ditadura. “Não esquecemos e não esqueceremos”.

Disse ainda que espera que a mobilização ao manifesto coloque novamente “no caminho correto”. (Bruno Soraggi e Renata Galf)

 

SÃO PAULO

Presente em ato no Pará, em 1977, escritora leva filha ao Largo São Francisco

A paraense Ruth Rendeiro, 65, foi com a filha Anaterra, 26, em frente ao Largo São Francisco com saudosismo e desolação. Em 1977, Ruth estava na Universidade Federal do Pará em em um dos atos organizados pelo país.

“Não esperávamos voltar às ruas para pedir democracia. Mas a gente precisa se mobilizar contra tudo o que estamos vivendo novamente”, disse a escritora Ruth. “Não é só com manifestos e notas de repúdios que vamos garantir a nossa democracia.”

A filha de Ruth, Anaterra apresentava em sua camisa uma frase de protesto ao presidente Jair Bolsonaro (PL). “Depois de tudo o que aprendi na escola, o quanto as pessoas durante o governo militar, estar aqui hoje, em 2022, é até triste”, disse Anterra. (Carlos Petrocilo)

Bolsonaro é o mal e momento é mais crítico que Diretas Já, diz Casão

O presidente Jair Bolsonaro “tem total razão quando diz que temos uma luta do bem contra o mal”, diz o ex-futebolista Walter Casagrande Júnior, um dos signatários presentes no ato da USP. “Mas o mal é ele.”

Uma das personalidades mais assediadas para fotos, Casão diz que estava no palanque das Diretas Já, que pediu eleições diretas num Brasil ainda imerso na ditadura militar, em 1984. “Acho este momento mais crítico”, afirma sobre a escalada golpista no discurso de Bolsonaro e asseclas.

Assim o considera por termos no poder, segundo ele, “um cara que espalhou o ódio pelo país”.

Para o ex-jogador, que fez parte da Democracia Corintiana, a reação do presidente à carta que será lida nesta quinta (11) mostra que ele sentiu o calo pisado. E se é a favor da democracia, como diz ser, “por que chama a gente de mau caráter e cara de pau?”.
“A carta é como se fosse uma luta de boxe”, afirma Casão. “Ele tomou soco bem forte e não sabe como sair da corda.” (Anna Virginia Balloussier)

Anna Virginia Balloussier/Folhapress
O ex-futebolista Walter Casagrande Júnior participa de ato da USP
O ex-futebolista Walter Casagrande Júnior participa de ato da USP
SÃO PAULO

Começa ato na Faculdade de Direito na USP

Com a execução do Hino Nacional, a cerimônia de leitura da carta das entidades em defesa da democracia teve inicio por volta das 10h no salão Nobre da Faculdade de Direito da USP. (Carolina Linhares)

SÃO PAULO

Frei serve pão em frente ao Largo São Francisco

Uma comunidade franciscana montou uma ampla mesa, em frente à entrada da Faculdade de Direito da USP, para servir pães na manhã desta quinta-feira (11). O alimento foi consumido, gratuitamente, por quem ficou do lado de fora da universidade, desde moradores de ruas aos que foram fazer manifestações.

A procura pelo pão se intensificou a partir das 9h30, mas logo uma garoa dispersou parte dos transeuntes.

Segundo o frei David Santos, da ONG Educafro, serão servidos 80 pães, desde caseiros aos encorpados com azeitonas ou frutas. Todos eles feito pela comunidade franciscana ou doados por fiéis.

“Não existe democracia sem pão, com fome. Queremos que o pobre tenha esperança e vote conscientemente. Que não vote pensando nos benefícios que vão receber até dezembro, mas que viva num país com emprego e perspectiva”, afirmou o frei.

Carlos Petrocilo/Folhapress
Frei serve pão em frente ao Largo São Francisco
Frei serve pão em frente ao Largo São Francisco

Santos também transmitia mensagem ao público que, para cultivar democracia, é preciso combater o racismo e a homofobia, além de defender os direitos das mulheres. (Carlos Petrocilo)

No Pátio das Arcadas, cartazes resgatam memória da luta contra a ditadura

Palco da leitura da carta pela democracia da Faculdade de Faculdade de Direito da USP, o Pátio das Arcadas foi decorado com cartazes que resgatam a memória da luta contra a ditadura militar no país.

Marlene Bergamo/Folhapress
Vista do Pátio das Arcadas, da Faculdade de Direito da USP
Vista do Pátio das Arcadas, da Faculdade de Direito da USP
SÃO PAULO

Chuva faz público de ato se abrigar em comércios

A chuva e o frio no largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP, obrigou pessoas que aguardavam pelo evento pela democracia a se abrigar em comércios próximos.

Apesar do clima, por volta das 9h45, a frente da universidade estava praticamente tomada pelo público.

Muitas pessoas se aglomeravam em uma fila para tentar entrar na faculdade.

Na rua em frente à faculdade, estudantes estenderam uma bandeira do Brasil. (Artur Rodrigues)

SÃO PAULO

Concentração para ato tem sindicatos e distribuição de pães

A concentração para o ato pela democracia no largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP, tem sindicatos, camelôs vendendo broches de esquerda e distribuição de pães.

A distribuição de pães fez parte de um ato de combate a fome foi promovido pelo grupo denominado Banquetaço. Antes da distribuição dos pães, foi lido um manifesto e realizado um ato ecumênico.

Na frente da faculdade, também se concentraram diversos grupos e sindicatos com bandeiras e balões. (Artur Rodrigues)

Artur Rodrigues/Folhapress
Concentração para o ato pela democracia no Largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP
Concentração para o ato pela democracia no Largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito da USP

Policiamento é reforçado, e ruas são fechadas no entorno do Largo São Francisco

Viaturas da Polícia Militar reforçam a segurança nos arredores da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, no centro de São Paulo. As ruas foram fechadas para carros e a cavalaria da PM circula na região. (Carolina Linhares)

Carolina Linhares/Folhapress
Policiamento é reforçado e ruas são fechadas no entorno do Largo São Francisco, no centro de São Paulo
Policiamento é reforçado e ruas são fechadas no entorno do Largo São Francisco, no centro de São Paulo

Autores de carta pela democracia aguardam início de cerimônia no Pátio das Arcadas

Os autores de carta pela democracia da Faculdade de Direito da USP aguardam início da cerimônia no Pátio das Arcadas. Espaço é decorado com faixas em defesa do Estado Democrático de Direito e contra a ditadura. (Uirá Machado)

Uirá Machado/Folhapress
Autores de carta pela democracia reunidos na Faculdade de Direito da USP. A partir da esquerda, Thiago Pinheiro Lima, Roberto Mônaco, Dimas Ranalho, Luiz Marrey, Roque Citadini e Ricardo Nascimento
Autores de carta pela democracia reunidos na Faculdade de Direito da USP. A partir da esquerda, Thiago Pinheiro Lima, Roberto Mônaco, Dimas Ranalho, Luiz Marrey, Roque Citadini e Ricardo Nascimento
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