Mapeamento ESG: empresa de tecnologia de MS é pioneira em iniciativas para promover equidade de gênero

A adoção de práticas ESG vai bem além do compromisso com o meio ambiente. Como a própria sigla explica, o aspecto social é determinante para o sucesso na formatação de indústrias comprometidas com a sociedade. Uma empresa de tecnologia de Mato Grosso do Sul tem se destacado ao inovar em iniciativas relacionadas ao bem-estar dos colaboradores e é prova da viabilidade de ações pioneiras para promover a equidade de gênero.

Pensar na diversidade dos colaboradores representou uma virada para Digix. A empresa, com sede em Campo Grande (MS), é uma das maiores desenvolvedoras de soluções em software para a gestão pública e foi a primeira do País, em sua área de atuação, a implantar a licença menstrual. A medida veio para contemplar as trabalhadoras, que representam mais de 60% do quadro de 800 funcionários.

A iniciativa é uma das que vai ajudar a compor o “Banco de Boa Práticas ESG das Indústrias de MS”. A partir dos dados, será possível a elaboração de relatórios com as iniciativas, além de gerar ideias para serem adotadas pelas empresas.

Para a assessora do Núcleo de ESG e Sustentabilidade da Fiems, Cláudia Borges, a empresa pode contribuir para disseminação de boas práticas já existentes no Estado.

“Visitar a Digix foi enriquecedor, para vermos na prática como uma organização pode ser mais humana com ações que fazem sentido ao contexto dela, valorizando sua história e a sua cultura organizacional. Outro ponto foi o olhar que a empresa teve para as diferenças e a criação de iniciativas para impulsionar a diversidade e a inclusão”, ressaltou.

Lançada em março de 2023, a licença foi implantada a partir de estudos como uma pesquisa com mais de 30 mil mulheres, divulgada pela Forbes, que descobriu que 80% tiveram queda na produtividade no trabalho como resultado de seus ciclos menstruais e que essa perda totalizou mais de 23 dias por ano.

A medida também foi inspirada em legislações vigentes em outros países, como Espanha, Japão, Indonésia e Zâmbia.

Na Digix, a implementação está sendo feita de forma gradativa e ganha respaldo no fato de boa parte dos colaboradores atuarem de maneira remota, desde a pandemia.

O benefício dá direito a dois dias de folgas remuneradas para quem sentir necessidade de utilizá-los devido aos sintomas comuns da TPM (tensão pré-menstrual) e do período menstrual. Além do sangramento, enxaquecas, cólicas, intestino desregulado e dores pelo corpo são comuns nesses períodos e podem prejudicar a atividade laboral.

Conforme a publicitária e representante de equidade de gênero da Diginclua, comitê da Digix, Karoline Rodrigues, a ideia é que até o final de dezembro deste ano todas as mulheres da Digix tenham aderido ao programa. Até o momento, 302 colaboradoras fazem uso do benefício.

Karoline destaca que a licença não surgiu de forma isolada e está em sintonia com outras práticas já adotadas pela empresa. “O que nos fez trazer a licença menstrual é porque ela só é um movimento dentro de tudo que temos para conquistar dentro do mercado de trabalho. Envolve questões de educação e cultura”, explicou.

Planejar, implantar e aprender

A Digix conta hoje com um Comitê Interno de Diversidade, Equidade e Inclusão que é responsável por pensar tais iniciativas, desde a sua adesão, com ações educativas, até a sua implantação. As mobilizações internas levaram 70% dos cargos de liderança na empresa a serem ocupados por mulheres e a adoção de medidas como licença maternidade de seis meses para mulheres e 20 dias para os homens.

Segundo Karoline, boa parte das ações ganham força a partir do incentivo natural de uma chefia feminina. A Digix é comandada pela empresária sul-mato-grossense, Suely Almoas. Mesmo assim, ainda há desafios a serem superados.

Na área de tecnologia da informação da empresa, por exemplo, apenas 33% dos contratados são mulheres. “Ainda não temos um mundo ideal”, explica Karoline. Diante deste cenário, coube à própria instituição criar mecanismos para mudanças.

Em 2021, foi lançado o programa de estágio Impulse Girls, que nasceu do desejo de atrair mais mão de obra feminina para os cargos de desenvolvimento dentro da área de Tecnologia da Informação. Em uma semana, foram mais de 100 inscrições e 66% de aproveitamento das jovens selecionadas. “A iniciativa também serviu para quebrar o mito de que mulheres não têm expertise nas áreas de exatas”, ressaltou Karoline.

FONTE: SISTEMA FIEMS

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