Mato Grosso do Sul tem 36 áreas leiloadas pela Agência de Petróleo e entra na rota do fracking

Mato Grosso do Sul tem 36 localidades que correm risco de entrar na “rota do fracking” – Foto Reprodução/ Não Fracking BR

Antes do fim da gestão, o atual governo liberou um edital que abre um “sinal verde” para a prática de “fracking” – o chamado fraturamento hidráulico – técnica de exploração de reservatórios não convencionais de petróleo e gás, que está sendo banida em outros países, mas mais perto de acontecer no Brasil, inclusive em Mato Grosso do Sul.

Ainda na semana passada, em 7 de dezembro, o Governo Federal publica um edital para qualificação de projetos do chamado “Poço Transparente” que, em resumo contempla e libera esse fraturamento hidráulico.

Dados da plataforma “Não Fracking Brasil”, que monitora áreas em potencial risco de sofrerem esse tipo de exploração, apontam que Mato Grosso do Sul tem áreas 36 localidades do Estado leiloadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Vale ressaltar que as localidades permeiam a Bacia do Paraná (que compreende Rio Verde; Bandeirantes; Figueirão; Camapuã; Bonito; Paraíso das Águas; Ivinhema; Angélica; Batayporã e até Brasilândia, entre outros).

Confira abaixo o mapa das áreas em risco no MS:

Fracking

Vale ressaltar que países como Alemanha, França e Reino Unido já baniram a prática do fraturamento hidráulico, já que é comumente associada a diversos riscos à saúde humana, além de diversos impactos socioambientais.

Na prática, são instaladas tubulações em perfurações do solo, onde uma grande quantidade de água com solventes químicos comprimidos – com propriedades cancerígenas – é injetada.

O fracking acessa rochas de até mais de 3,2 mil metros de profundidade, e a pressão da água causa explosões que fragmentam a rocha, com objetivo de extrair gás de xisto ou folhelo, explorando reservatórios impossíveis de atingir com outras técnicas.

Riscos na balança

Entre as principais consequências da prática, pode-se destacar as altas emissões de gases de efeito estufa, e isso se deve não só pelas etapas de exploração, como nas operações que movimentam essa cadeia, aponta material divulgado pela Agência Pública.

Conforme a “Não Fracking Brasil”, estudos apontam que mais de 90% dos fluídos que restam do fracking ficam um bom tempo no subsolo.

Esse chamado “flowback” fica normalmente armazenado em lagoas abertas, tanques ou no próprio local onde é cavado o poço de extração, contaminando assim o solo, ar e até mesmo lençóis de água subterrânea.

Além das mudanças climáticas e da contaminação, estima-se que cada poço de fracking consuma de 7,8 até 15,1 milhões de litros de água, transportada em caminhões por terra.

Também, com o tempo, essa prática pode fazer moradores locais conviverem como “micro terremotos” provocados pelas injeções de água, que pode trazer tremores de até 5,7 (Mw) na escala Richter.

Áreas como o estado do Texas (EUA), no período de um ano (entre 2021 e 2022) dobrou seu registro de terremotos de magnitude 3 ou maior.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

 

 

 

 

 

 

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