“Melhor estratégia”, vacinação nas escolas atinge metade do previsto

Números mostram que metade dos pais que poderiam liberar a imunização de seus filhos definitivamente assinaram as vacinações – Foto CE.

Mato Grosso do Sul, após o recebimento das 73.344 doses de imunizantes contra a dengue tem adotado medidas que buscam ampliar a cobertura vacinal, que vão desde aumentar a faixa etária do público alvo até levar as aplicações para dentro das escolas, o que ainda assim atingiu apenas cerca de metade dos estudantes previstos.

Cirurgiã, a médica Rosana Leite de Melo assumiu a Secretaria Municipal de Saúde em fevereiro deste ano e na manhã desta terça-feira (05) esteve no lançamento da campanha “Meu Bairro Limpo: todos em ação contra a dengue”, onde inclusive vacinou ao lado da prefeita Adriane Lopes algumas crianças na Escola Municipal Professora Leire Pimentel de Carvalho Corrêa, localizada no Jardim Colibri.

Conforme a secretária, até dezembro as ações de agentes da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV), e demais apoiadores, acontecem priorizando locais que apresentam maior incidência de dengue.

“E aí é uma ação conjunta, não só das limpezas, visitas pelos nossos agentes de combate à endemia. As pessoas que têm objetos que possam ser descartados, eles vão depositar em 2 locais que nós já escolhemos, juntamente com a Sisep, e daqui a 10 dias. Tudo isso vai ser recolhido, podendo ser recolhido antes dependendo da quantidade”, comenta.

Ainda, ela lembra que a dengue deixou de ser um problema restrito aos territórios do Centro-Oeste brasileiro, atingindo níveis preocupantes em todo o País.

“Tanto são os problemas que a gente está vendo em Brasília, em São Paulo… porque o combate à dengue não compete apenas a Secretaria de saúde, ela envolve a Sisep, a Semadur, Planurb, a Secretaria de educação… porque 75% dos criadores do mosquito estão em nossa casa”, pontua.

Vacinação local

Rosana cita que mesmo a ampliação da faixa etária subiu apenas três idades, já que o quantitativo de vacinas, disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, “é pequeno”, segundo a secretária.

Dados do último boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) nesta terça-feira (05), indicam que das 73.344 doses recebidas por Mato Grosso do Sul, foram aplicadas 13.276, aproximadamente 18% do total.

Segundo a secretária municipal de saúde (Sesau), até a sexta-feira (1º de março), a vacinação do público de 10 a 11 anos indicavam cobertura em torno de 15% do total, acima da média nacional que girava em 10 porcento.

“Nós hoje já vacinamos 5300 crianças. Tivemos uma procura não falo baixa porque foi até expressiva.

Você imagina de aproximadamente 24 a 25 mil crianças, de 10 a 11 anos, até sexta-feira (1º de março) conseguimos vacinar 3,8 mil”, disse Rosana na manhã desta terça.

Além disso, após ampliar a faixa etária da aplicação do imunizante a partir de sábado (02), a secretária destaca que durante o fim de semana cerca de 1,5 mil crianças foram vacinadas.

Entretanto, dados das unidades escolares que vacinaram ainda na sexta-feira (1º) mostram que pouco mais de 50% do público previsto buscou a vacinação contra a dengue, ou seja, metade dos pais que poderiam liberar a imunização de seus filhos definitivamente autorizaram as vacinações.

Exemplo da escola Valdete Rosa, onde apenas 117 crianças, dos 276 alunos possíveis, se vacinaram na última sexta-feira (1º de março), cerca de 42,3% do público alvo da unidade.

Além dessa, o colégio Coronel Sebastião Lima foi outro exemplo de cobertura aquém do previsto, já que 79 dos 150 alunos possíveis (o que corresponde a 52,6%) tomaram a vacina na unidade.

“Quando a gente oferta na escola, os pais prontamente autorizam e dificilmente um que não tenha autorizado, a gente fez esse levantamento. Então a gente vai progredir nessa vacinação nos colégios, em locais onde há maior incidência”, argumentou a secretária durante agenda.

Rosana complementa dizendo que o cenário da dengue local ainda é “confortável”, diante do que passam outros centros como Brasília, São Paulo ou Rio de Janeiro, porém, é necessário insistir na comunicação e mostrar que a dengue “está aí”.

“Pessoalmente eu acredito que tem muita informação, inclusive tem até algumas fake news, e a população ela tá começando a ficar meio ressabiada, não tá acreditando. Nós tivemos um aumento de internação na semana passada e se parar para comparar igual ao ano passado, essa fase até abril é que aumenta o número de casos”, conclui.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

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