Número de beneficiários das gratuidades cresceu 8%

Alunos da Reme representam a menor fatia de solicitações do passe do estudante na Capital – Foto CE.

Dados da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) mostram que, entre 2022 e 2023, houve um aumento de 8% no número de pessoas com direito a gratuidades no transporte coletivo de Campo Grande. Esse porcentual difere da informação apresentada pela Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) de que a quantidade de viagens gratuitas teria quase duplicado no período.

Conforme dados da Agetran, agência responsável por receber as solicitações de gratuidades, em 2022, 96.525 usuários do transporte coletivo foram beneficiados com o passe gratuito, entre estudantes da Rede Municipal de Ensino (Reme) e da Rede Estadual de Ensino (REE), universitários, idosos e pessoas com deficiência (PCD). No ano passado, o quantitativo teve um pequeno aumento, de 8%, chegando a 104.789 usuários com direito à gratuidade.

Este levantamento da Agetran contrasta com os dados, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), informados ao Correio do Estado pela Agereg. No levantamento da agência, consta que, em 2022, foram realizadas 4.766.650 viagens gratuitas no transporte coletivo de Campo Grande e, no ano passado, esse montante teria praticamente dobrado, com 8.942.414 viagens gratuitas, um aumento de 87,6% no número de viagens de um ano para o outro.

Se os dados de 2022 informados pela Agereg estiverem corretos, deveria haver um grande aumento entre 2022 e 2023 no número de benefícios concedidos, o que não ocorreu, segundo o levantamento da Agetran, que é a agência que cuida da parte operacional do transporte em Campo Grande.

Como já apontado pela reportagem, os dados da Agetran mostram que, em 2022, estudantes, idosos e PCDs fizeram um total de 7.756.865 viagens gratuitas no período.

Ou seja, em 2022, a diferença é de 2.990.215 viagens entre os registros feitos pela Agereg e os números apresentados da Agetran.

Além da diferença no total de viagens, foi possível perceber que houve aumento na concessão das gratuidades em todos os grupos beneficiados.

DADOS PARA SUBSÍDIOS

Em um recorte de gratuidades, que leva em conta o que deve ser destinado ao Consórcio Guaicurus em forma de subsídio pelo Poder Executivo, é possível perceber que, no caso da Prefeitura de Campo Grande, responsável pelas gratuidades concedidas a estudantes da Reme e PCDs, houve um aumento de 43% no número de viagens gratuitas.

O que chama mais atenção é o aumento que ocorreu na concessão do passe para pessoas com deficiência, 3.922 usuários do transporte nesta categoria receberam a gratuidade em 2022. Em 2023, o número de beneficiados quase dobrou, passando a ser de 6.712, segundo os dados da Agetran. No total, as gratuidades para estudantes de escolas municipais e PCDs somam 18.394.

No caso do governo do Estado, responsável pelas gratuidades dos alunos REE, também houve aumento. Em 2022, 13.532 alunos de escolas estaduais em Campo Grande utilizaram o passe do estudante, no ano passado, foram 14.962, um aumento de 10% na procura pela gratuidade.

PASSE DO ESTUDANTE

Outro ponto interessante dos dados da Agetran é que a procura pelo passe do estudante na Capital caiu muito durante e depois da pandemia de Covid-19 e ainda não foi retomado o patamar da gratuidade de antes. O número alto de gratuidades foi um dos motivos que levou o Consórcio Guaicurus a solicitar o subsídio ao poder público.

De acordo com a Agetran, em 2019, antes da pandemia da Covid-19, 43.755 estudantes, entre Estado, município, instituições particulares e de universidades, utilizavam o benefício do passe gratuito para se locomoverem de casa para os estabelecimentos de ensino.

Porém, entre 2020 e 2021, período de auge da pandemia de Covid-19, este número caiu, voltando a crescer em 2022, quando houve a retomada das aulas presenciais. Em 2023, a quantidade de benefícios concedidos voltou a subir, mas sem recuperar o patamar de antes da pandemia – eram 33.872 estudantes com o passe gratuito, um decréscimo de 22% em relação ao montante de 2019.

O diretor-presidente da Agetran, Janine de Lima Bruno, e o chefe da Diretoria de Transporte e Mobilidade Urbana, Luiz Carlos Alencar, opinaram sobre quais podem ser os motivos para que este número esteja abaixo do registrado em 2019.

“No período pandêmico, de 2020 até 2021, qualquer número que você pegar relativo ao transporte, você terá números bagunçados. Só a partir de 2023 que começa a ter números condizentes com a normalidade”, disse o diretor-presidente da Agetran.

“O perfil dos alunos também vem mudando, eles não querem mais pegar o transporte coletivo para estudar longe de casa, querem estudar mais próximo de casa”, declarou Alencar.

“Nas universidades também, antes você não tinha esta questão de estudar a distância. Todas agora têm EAD [educação à distância] ou [ensino] híbrido, e isso vai interferindo”, analisou Janine de Lima Bruno.

Os dados das três remessas entregues no início deste ano letivo, até a primeira quinzena deste mês, mostram que 24.966 estudantes estão usufruindo da gratuidade no transporte coletivo da Capital.

SAIBA

Conforme dados da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), os alunos da Rede Estadual de Ensino (REE) são os que mais utilizam gratuidades, com 9.634 beneficiários. Os acadêmicos de universidades são os segundos na lista, com 5.622 solicitações, e os estudantes das escolas municipais são os que menos solicitam a gratuidade, com apenas 2.187 pedidos.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

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