OAB/MS promove debate sobre boas práticas na assistência ao parto

A violência obstétrica é uma ‘prática’ mais comum do que a sociedade imagina. Nesta quinta-feira (28), a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), promoveu debate sobre o assunto com profissionais da área no auditório da instituição.

Com o tema “Boas práticas na assistência ao parto”, a mesa de debates foi composta pela Médica Ginecologista Obstetra Lílian Maria Maksouud Gonçalves; Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres de MS e Gestora da Casa da Mulher Brasileira, Carla Charbel Stephanini; Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres de MS, Giovana Corrêa; Diretora-Geral do instituto Ágora e Parteira tradicional, Carolina Abreu Figueiró; Psicóloga Obstétrica e Perinatal Jakeline Medeiros; e o Técnico em Enfermagem na Associação Beneficente de Campo Grande e Presidente do Sindicato de Enfermagem do Estado de MS, Lázaro Antônio Santana.

“A mulher no século XXI se sente pressionada por vários segmentos da sociedade, de não ter o direito de escolher. São temas que estão sendo discutidos hoje em dia. A mulher a partir do momento que ela engravida, ela já é mãe. Ser mãe é uma responsabilidade muito grande. Isso é um treinamento. Para isso, ela precisa ser respeitada e receber informações para que ela consiga com que esse ser mãe tenha um final feliz para ela e para a criança”, explicou a Médica Ginecologista Obstetra Lilliam Maria Maksouud Gonçalves.

Lázaro, que atua há 15 anos como profissional de enfermagem, pontuou em suas palavras sobre como é feito o atendimento a mãe e o trabalho de prevenção. “Trabalhamos com o assunto desde o início do atendimento nas unidades básicas de saúde, para mostrar que a enfermagem vem fazendo esse acompanhamento desde o Pré-natal até o Pós-parto. Desde a fase da expectativa de saber que está grávida, passando pela fase da fase de sensibilidade, de ir à maternidade, período de dor e desconforto, até a fase de insegurança, na qual ela já teve o bebê”.

Segundo ele, “essa abordagem da enfermagem é muito importante para que a mãe tenha sucesso no seu parto. Também é importante também darmos uma atenção especial ao profissional, que por vezes tem uma dupla jornada de trabalho”.

A Psicóloga Jakeline Medeiros falou sobre Essa assistência ao parto, citando à atenção à mãe e a acolhida desde a concepção. “Temos um trabalho com toda a equipe para receber essa mãe nesse momento marcante da vida da mulher. Essa acolhida desde quando chega até quando vai embora, enfermagem, banco de leite […] Outro ponto que merece cuidado são as pacientes que passam por perda na maternidade. A paciente fica ali com um bebê morto na barriga. São necessárias boas práticas nesse momento de acolhimento ao luto parental”.

A Subsecretária Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres Giovana Corrêa ressaltou que “o assunto será levado a mais 49 municípios do Estado, onde tem as unidades para trabalhar a violência obstétrica em prol do parto humanizado, com campanhas e panfletos, trabalhando o tema também durante todo o ano. Muitos não sabem quais são os direitos, como o direito a acompanhantes na sala do parto, que pode optar pelo parto normal ou cesárea, entre outros”.

O preconceito que há por parte dos profissionais da saúde com mulheres negras e de baixa condição financeira em relação a outras de maior poder aquisitivo foi explanado pela Subsecretária Municipal de Políticas para as Mulheres, Carla Stefanini, que reforçou a necessidade em se cumprir a Lei Nº 5217 de 26/06/2018, que dispõe sobre a implantação de medidas de informação e de proteção à gestante e à parturiente contra a violência obstétrica no Estado de Mato Grosso do Sul. “A Lei Estadual deve ser cumprida e além dela, temos outras políticas nacional de Atenção Obstétrica, normativas do Ministério da Saúde. Portanto, instrumentos legais existem. Nós precisamos de passos, como essa discussão promovida pela OAB/MS, como o trabalho que o Conselho e Coordenadoria das Mulheres vêm desenvolvendo nas unidades de saúde. Essas mulheres precisam conhecer os seus direitos porque a informação é tudo”, frisou.
Outro ponto levantado pela Diretora Geral do instituto Ágora e Parteira tradicional há mais de 10 anos, Membro de ONG de parteiras internacionais, Carolina Abreu Figueiró está na humanização. “Tratar desse assunto é trazer consciência, não apenas debater a violência obstétrica, mas trazer a mudança. Para mudança é preciso saímos da ignorância e conscientizar. Temos informações, mídia, mas não vemos uma transformação do movimento de tomada de consciência. Essa consciência precisa ser da sociedade como um todo, não apenas do segmento médico. Uma tomada de consciência conjunta. Sair da cabeça e vir para o sentir. Falta alma. As pessoas precisam se sensibilizar e compreender que a vida é sagrada. Precisamos olhar com mais amor”, concluiu.

A Secretária-Geral Adjunta da OAB/MS, Eclair Nantes agradeceu a presença dos palestrantes da mesa e convidou-os para futuros debates acerca do tema. “A violência obstétrica é um assunto que carece de atenção não apenas por parte dos profissionais, mas por parte da população em geral. É com prazer que recebemos os profissionais da área e sociedade para debater e levantar os questionamentos necessários. O momento do parto deveria ser especial para toda mulher, no entanto, é quando essa mãe é vítima desse tipo de violação de sua autonomia. É importante assim humanizar o parto para garantir o bem-estar da mãe e da criança, ou seja, conscientizar e incentivar as mães a entenderem dos seus direitos e denunciarem caso precisem”.

Por Assessoria de Comunicação da OAB/MS.

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