OUTUBRO ROSA

Rosildo Barcellos*

O Outubro Rosa é uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar a sociedade feminina em geral, sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e, mais recentemente, do câncer de colo do útero.  A mamografia é ainda o método inquestionável e fundamental para o diagnóstico precoce.  O símbolo da campanha é um laço ou fita rosa. O diagnóstico precoce ainda é o maior aliado para o tratamento eficaz do câncer de mama. Quando identificado cedo pode ser tratado, impedindo que o tumor alcance outros órgãos. O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim as chances de tratamento e cura. Outra informação importante é que o FGTS pode ser retirado pelo trabalhador que tiver neoplasia maligna (câncer). Também pode ser sacado pelo titular da conta que possuir dependentes – esposo(a), companheiro(a), pais, sogros, filho e irmão menor de 21 anos ou inválido – portadores daquelas doenças. O paciente deve levar os documentos exigidos a uma agência da Caixa Econômica Federal – CEF e dar entrada na solicitação de saque.

As pesquisas continuam e dois estudos apresentados, bem recentes, na European Society for Medical Oncology (ESMO 2019) alegraram nossos horizontes. O primeiro estudo foi o Monaleesa-3, que mostrou redução do risco de morte em 28% com o uso de ribociclibe junto ao tratamento endócrino convencional, conseguindo também adiar a progressão da doença em mais de oito meses. O efeito permitiu ainda adiar a quimioterapia.  A adição do medicamento aumentou a sobrevida em média 30%.

O segundo estudo apresentado no congresso, Monarch-2, focou em tumores mais resistentes, que falharam precocemente após o câncer inicial ou progrediram após uma primeira tentativa de tratamento. Para estes casos, o uso do abemaciclibe reduziu o risco de morte em 25% e aumentou a sobrevida global em quase 10 meses. Além disso, o desempenho foi particularmente bom nos casos metastáticos com doença visceral (fígado e pulmão). Em média os pacientes fazendo uso do medicamento demoraram 50 meses para fazer a primeira quimioterapia e, no grupo controle, esse tempo foi de 22 meses. Estes dois tratamentos estão aprovadas pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e são comercializadas no Brasil.

Infelizmente a questão obscura, é que, por não estarem no Rol de Procedimentos e Evento em Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as pacientes com convênios de saúde estão com dificuldade de conseguir a medicação, que também ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Se evoluirmos nesse sentido o tratamento dessas pacientes não será mais o mesmo, elas estão vivendo mais e melhor, adiando significativamente o início da quimioterapia nesses casos. Precisamos do apoio da classe política e do esclarecimento da população. Além do que, ainda é preciso lutar para que mais brasileiras tenham acesso a esses e outros tratamentos que podem ter impacto positivo na vida de cada pessoa acometida pelo problema

* Rosildo Barcelos é articulista

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