Plano de Lula e Marina para o Meio Ambiente prevê interdição de metade da área desmatada no país

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em imagem de janeiro de 2023 — Foto: G1.

O novo plano para enfrentar o desmatamento na Amazônia, lançado nesta segunda-feira (5) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, prevê o embargo imediato de metade da área desmatada ilegalmente no Brasil.

O embargo é uma forma de sanção administrativa que suspende as atividades desenvolvidas na propriedade atingida.

A proposta também projeta a criação até 2027 de novas unidades de conservação em três milhões de hectares – área equivalente ao estado de Alagoas.

O governo federal escolheu o Dia Mundial do Meio Ambiente para lançar a 5ª fase do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDam). O plano é organizado em quatro eixos e tem cerca de 150 metas.

Trata-se de uma iniciativa interministerial, que envolve 17 pastas, com coordenação do Ministério do Meio Ambiente, e participação de dezenas de órgãos públicos (veja abaixo os principais pontos previstos no plano).

O PPCDam foi criado em 2004, no primeiro mandato de Lula, por iniciativa de Marina Silva. Especialistas afirmam que o plano foi fundamental para o Brasil reduzir o desmatamento na Amazônia.

O projeto foi encerrado em 2019, no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, sob críticas de ambientalistas no Brasil e no exterior.

O plano tem o objetivo de ajudar o Brasil a cumprir a meta de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030.

Nos últimos três anos, o Brasil registrou o pior desmatamento em 15 anos, o maior número de focos de incêndios em 10 anos e a maior taxa de emissão de gases poluentes em 16 anos. — Foto: Reuters

Nos últimos três anos, o Brasil registrou o pior desmatamento em 15 anos, o maior número de focos de incêndios em 10 anos e a maior taxa de emissão de gases poluentes em 16 anos. — Foto: Reuters

Principais pontos

Veja abaixo alguns eixos e pontos do plano:

Eixo 1 – Atividades produtivas sustentáveis

elaborar o Plano Nacional de Bioeconomia

criar selos e marcas oficiais para certificação de produtos da bioeconomia na Amazônia

levar energia a 120 mil unidades para estimular projetos

Eixo 2 – Monitoramento e controle ambiental

embargar 50% da área desmatada ilegalmente identificada

cancelar 100% dos registros irregulares no Cadastro Ambiental Rural sobrepostos a terras federais

ampliar o número bases estratégicas, delegacias federais e aeronaves da Polícia Federal e Forças Armadas na Amazônia

contratar 1.600 analistas ambientais para atuar no combate ao desmatamento

produzir alertas diários de desmatamento

Eixo 3 – Ordenamento territorial e fundiário

criar 3 milhões de hectares de unidades de conservação

incorporar à União 100% das terras devolutas (terras que são públicas, mas ainda estão sem destinação)

demarcar 230 mil quilômetros de limites de terrenos marginais de rios

Eixo 4 – Instrumentos normativos e econômicos

Oferecer juros mais baixos e outros incentivos à produção sustentável no Plano Safra

Regulamentar o mercado de carbono no Brasil.

Ofensiva dos ruralistas

A retomada do PPCDam ocorre em meio a uma ofensiva do Centrão e da bancada ruralista contra pontos sensíveis da agenda ambiental do governo.

Nas últimas semanas, a Câmara aprovou a MP da Mata Atlântica, adicionando jabutis que, segundo especialistas, vão aumentar o desmatamento e a degradação do bioma.

Os deputados também aprovaram o marco temporal das terras indígenas que, além de dificultar demarcações, podem gerar impacto ambiental – o texto ainda precisa ser votado no Senado.

Por fim, foi aprovada nas duas Casas a MP da reorganização básica do governo, com o esvaziamento dos ministérios do Meio Ambiente e Povos Indígenas.

A pasta de Marina Silva, por exemplo perdeu o controle da Agência Nacional de Águas (ANA), do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e de sistemas de gestão e informação.

Marina Silva ainda tem sido alvo de críticas do Centrão e de setores do governo pela decisão do Ibama de não autorizar a Petrobras a iniciar os estudos para prospectar petróleo na margem equatorial.

O evento desta segunda-feira é visto por interlocutores do governo como uma espécie de ato de desagravo à Marina após os últimos acontecimentos para demostrar que ela continua prestigiada no governo e que a pauta ambiental permanece sendo prioritária para Lula.

Auxiliares da ministra e do presidente afirmam que, apesar dos últimos acontecimentos, a relação dos dois está muito boa e que eles têm trabalhado em sintonia. Neste sábado (3), Marina gravou um pronunciamento para ser exibido nesta segunda-feira em cadeia nacional.

 

Fonte G1.

Redação Gdsnews.

 

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