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PM preso por matar lutador Leandro Lo em show em SP já foi condenado na Justiça Militar por agredir policiais em boate em 2017

Lutador Leandro Lo e o PM Henrique Velozo — Foto: Reprodução

Henrique Velozo foi acusado de dar soco em policial militar e chute em outros agentes que tinham sido chamados para atender ocorrência na boate The Week, há mais de 4 anos. Tenente estava de folga e a paisana. Ele recebeu pena de 9 meses de prisão em regime aberto. Neste final de semana, agente foi preso temporariamente por dar tiro na cabeça de campão de jiu-jítsu.

Lutador Leandro Lo e o PM Henrique Velozo — Foto: Reprodução

O tenente da Polícia Militar (PM) Henrique Velozo, preso temporariamente por suspeita de matar com um tiro na cabeça o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo , neste final de semana, já havia sido condenado pela Justiça Militar do estado por agredir e desacatar outros policiais militares na boate The Week, na Zona Oeste da capital, em 2017.

Nos dois casos o tenente da PM estava de folga e sem uniforme.

Neste sábado (6), segundo testemunhas contaram à Polícia Civil e à imprensa, Henrique, que também seria praticante de lutas, foi tirar satisfações com Leandro, que o imobilizou no Clube Sírio, durante o show de pagode do grupo Pixote. Depois que foi solto, o policial militar sacou sua arma e disparou contra o rosto do lutador. Leandro chegou a ser internado, mas morreu neste domingo (7) no hospital. A vítima tinha 33 anos. A Justiça decretou a prisão temporária de 30 dias do agente, que foi levado para o presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte. Ele tem 30 anos.

Já em 27 de outubro de 2017, Henrique foi acusado de dar um soco no braço de um agente da Polícia Militar e de tentar bater no rosto e de dar chutes em outros policiais militares, além de ofendê-los. O motivo: os PMs tinham sido chamados para atender uma ocorrência de confusão dentro da The Week. De acordo com o Ministério Público Militar, o tenente estava com um primo no local e ambos acabaram se desentendendo com outros frequentadores.

Ainda segundo o Ministério Público, um vídeo gravado no local e testemunhas confirmaram a versão dos agentes que encontraram Henrique “embriagado”, “nervoso e exaltado, dificultando o trabalho dos militares”. Em 13 de maio de 2021, o tenente foi condenado a nove meses de prisão em regime aberto.

A condenação de 2021 foi relevada pelo UOL nesta segunda-feira (8) e confirmada pelo g1 com fontes do Tribunal de Justiça Militar (TJM). A reportagem não conseguiu localizar a defesa do tenente para comentar as duas acusações.

Sobre o a morte de Leandro Lo, o Ministério Público informou que o promotor Romeu Zanelli acompanha as investigações da Polícia Civil. O caso é investigado como assassinato.

Mãe fala do filho

Mãe de Leandro Lo diz que PM que o matou também praticava jiu-jítsu

Fátima Lo, mãe de Leandro Lo, disse nesta segunda que o policial militar que atirou e matou seu filho também era praticante da arte marcial, conhecia o atleta e provocou a confusão num show de pagode no Clube Sírio, na Zona Sul de São Paulo, neste final de semana.

“Ele era lutador na vida, nos tatames ele só trouxe alegria para a gente. Muito preocupado com a família. Ele era a alegria em pessoa e uma pessoa que fez isso com ele… E a pessoa conhecia ele, porque era do jiu-jitsu também, e acabou acontecendo. A pessoa já foi para isso, com certeza já foi pra isso, só que a gente não sabe o porquê.”

“Porque não tem explicação, a forma estúpida que aconteceu. Porque ele provocou uma confusão gente, justamente para o Leandro reagir e nessa ele tirou a vida do meu filho”, disse Fátima em entrevista.

A declaração foi dada na frente do Cemitério do Morumby, na Zona Sul da capital, onde acontecia o velório de Leandro. O atleta morreu neste domingo (7) após ser baleado na cabeça pelo tenente da Polícia Militar (PM) Henrique Otávio Oliveira Velozo durante apresentação do grupo Pixote.

‘Campeão dentro e fora do tatame’, diz amigo do lutador Leandro Lo

‘Deu 4 passos para trás, tirou uma arma da cintura e atirou à queima-roupa na cabeça’, conta amigo que estava com lutador

Henrique, que estava de folga e sem farda no dia da briga, se apresentou ainda no domingo à Corregedoria da PM, onde foi preso. A Polícia Civil, que investiga o caso, pediu a prisão do policial militar. Por determinação da Justiça, o tenente foi preso temporariamente por 30 dias. Ele está detido no presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte.

Mãe de Leandro Lo posta homenagem ao filho nas redes sociais  — Foto: Reprodução/Instagram

Mãe de Leandro Lo posta homenagem ao filho nas redes sociais — Foto: Reprodução

Mais cedo, a mãe de Leandro postou uma homenagem ao filho nas redes sociais.

“Meu herói, lindo da mãe! Você foi um presente de Deus na minha vida. Vou sentir tanta sua falta, tá faltando um pedaço de mim. Te amo eternamente filho amado. Guardarei as lembranças boas que foram muitas. Vc fazia eu me sentir a mãe mais amada do mundo. Muito obrigada pelo seu amor , seu cuidado. Te amo muito, saudade eterna”, escreveu Fátima Lo.

Discussão em show

O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, que é acusado de atirar e matar o lutador Leandro Lo em SP. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, que é acusado de atirar e matar o lutador Leandro Lo em SP. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

De acordo com o advogado da família de Lo, Ivan Siqueira Junior, o lutador teve uma discussão com o PM. Para acalmar a situação, Lo imobilizou o homem que, após se afastar, sacou uma arma e atirou uma vez na cabeça do lutador.

O advogado conta que, após o tiro, o agressor ainda deu dois chutes em Leandro no chão e fugiu em seguida. Pouca gente ouviu o barulho do tiro porque o som estava alto em função do show.

Henrique Velozo apagou suas contas nas redes sociais após atirar em Leandro Lo — Foto: Reprodução/Redes sociais

Henrique Velozo apagou suas contas nas redes sociais após atirar em Leandro Lo — Foto: Reprodução/Redes sociais

Um amigo do lutador que presenciou o crime disse que o autor do tiro estava sozinho e provocou Lo e cinco amigos, que estavam numa mesa.

“Ele chegou, pegou uma garrafa de bebida da nossa mesa. O Leandro apenas o imobilizou para acalmar. Ele deu quatro ou cinco passos e atirou”, disse a testemunha, que pede para não ser identificada.

Henrique apagou suas contas nas redes sociais após atirar em Leandro. Numa das postagens, antes do crime, o tenente tinha publicado uma foto dele segurando uma arma com a seguinte mensagem: “A arma de fogo anula a tirania do mais forte e protege a integridade do mais fraco”.

O atleta foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Arthur Saboya, no Jabaquara, também na Zona Sul de SP, onde morreu depois.

 

Fonte G1.

Redação Gdsnews.