Ação PolicialBrasilFixo

PM reforça patrulhamento no Jacarezinho após três dias de confrontos

Blindado da PM no Jacarezinho na manhã desta segunda-feira, após dias de confrontos

Após três dias de tiroteios no Jacarezinho e em favelas vizinhas, policiais militares reforçam o patrulhamento na comunidade, com o uso de blindados, desde o início da manhã desta segunda-feira. Até o momento, não foram registrados novos confrontos no local, na Zona Norte do Rio. A corporação ressalta que agentes estão presentes no Jacarezinho desde o início do programa Cidade Integrada, em janeiro deste ano.

Operação da PM em Manguinhos deixa cinco baleados e um morto; Leopoldo Bulhões ficou fechada por duas horas

Bebida e direção: Justiça manda soltar dentista que provocou acidente de trânsito embriagada na Zona Sul do Rio

Segundo o comando do Batalhão de Polícia de Choque (BPCHq), não houve ocorrência de confronto envolvendo as equipes na noite deste domingo e na madrugada desta segunda-feira. “O policiamento segue atuando na região nesta manhã e, até o momento, sem ocorrências”, diz trecho da nota.

Neste domingo, seis pessoas foram baleadas em confrontos, e uma delas morreu em Manguinhos. Já no Jacarezinho, um policial militar do BPChq ficou ferido durante um patrulhamento, na região conhecida como Concórdia, após equipes serem atacadas “por criminosos, que efetuaram disparos de arma de fogo”, segundo nota da PM. Ele foi levado para o Hospital Central da Polícia Militar e já teve alta médica.

Também na nota na manhã desta segunda-feira, a Polícia Militar afirma que não há equipes atuando na região do Mandela, uma das comunidades que registrou tiroteio neste fim de semana.

Neste domingo, moradores questionavam os confrontos em dias seguidos e a falta de liberdade de ir e vir no Jacarezinho dada a violência. Uma delas escreveu nesta manhã em uma rede social: “Ontem fez um dia lindo e ensolarado para quase todos, exceto para todos os moradores do Jacarezinho. Não fomos passear, não podíamos ir sequer na padaria. Vivemos refém do medo e da insegurança. De quem é a culpa?”.

De acordo com dados divulgados pela corporação, desde o início do programa Cidade Integrada, a Polícia Militar prendeu 400 pessoas, apreendeu 77 armas, sendo 28 fuzis, 30 quilos de cocaína, uma tonelada de maconha, 20.807 pedras de crack, 5.505 litros de loló e 573 comprimidos de ecstasy. A PM também recuperou 63 veículos roubados. Nas redes sociais, moradores questionam a efetividade do programa uma vez que os confrontos não cessaram.

“Os moradores do Jacarezinho estão há três dias em meio ao fogo cruzado. 1 pessoa morta e 6 baleadas. O programa Cidade Integrada do governo do estado, fracassou!”, escreveu um morador.

Feridos e morto por tiros

Seis pessoas foram baleadas, neste domingo, durante operação policial nas comunidades do Jacarezinho, de Manguinhos e do Mandela, todas na Zona Norte do Rio. Uma delas não resistiu e acabou morrendo, segundo a Secretaria municipal de Saúde. Devido a um protesto de moradores após a ação, a Rua Leopoldo Bulhões ficou interditada nos dois sentidos, entre a Linha Amarela e Benfica, por duas horas, e só foi liberada por volta das 18h25.

A Secretaria de Saúde informou que a UPA Manguinhos recebeu seis pacientes baleados. Desses, cinco receberam alta ainda na tarde de ontem, um foi transferido para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste, e um já chegou morto à unidade.

Segundo a Polícia Militar, três moradores — sendo dois menores — da favela do Mandela, em Manguinhos, foram feridos com armas de fogo e deram entrada na UPA de Manguinhos. A PM ressaltou que não havia equipes da corporação atuando ontem na região do Mandela.

Ainda pela manhã, um policial ficou ferido durante patrulhamento no Jacarezinho.

Na tarde deste domingo, homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) reforçaram o patrulhamento no Jacarezinho e em Manguinhos, após os ataques de criminosos.

Ontem foi o terceiro dia consecutivo de confronto na comunidade do Jacarezinho. Ainda na manhã de sexta-feira, relatos de troca de tiros em vários pontos da comunidade começaram a surgir nas redes sociais, o comércio local chegou a ser afetado, sendo forçado a fechar as portas na região.

No sábado, dois policiais militares do Batalhão de Ações com Cães (BAC) foram baleados e levados ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte, e, em seguida, transferidos para o Hospital Central da Polícia Militar.

Ainda no sábado, a PM disse, em nota, que durante o patrulhamento na região os agentes capturaram um dos suspeitos de ferir os agentes, que se escondia em um imóvel. Segundo a polícia, a proprietária da residência autorizou a entrada das equipes para efetuarem a prisão. O homem foi conduzido para a 19ª DP (Tijuca).

Anunciado pelo governador Cláudio Castro ainda no início do ano, o projeto Cidade Integrada prometeu levar programas sociais, obras e segurança para as comunidades do Rio de Janeiro como o Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde o programa se instalou ainda em janeiro. Dez meses após o início da iniciativa, no entanto, os confrontos no local não parecem estar perto do fim.

Além do Jacarezinho, o projeto — apresentado pelo governo do estado como “substituto das UPPs” — foi implementado na favela da Muzema, na Zona Oeste. O objetivo do programa é a retomada de territórios em áreas sob o domínio do tráfico e da milícia. O nome do programa remete à intenção do governo de “reintegrar” à cidade áreas dominadas pelo crime.

Castro prometeu ampliar o Cidade Integrada, levando o programa a mais duas favelas: Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, na Zona Sul, e Cesarão, em Santa Cruz, na Zona Oeste. Nas duas comunidades ocorrem censos de inadequação habitacional para identificar moradias que poderão ser beneficiadas por melhorias arquitetônicas do programa Na Régua, também do governo.

 

Fonte O Extra.

Redação Gdsnews.

 

Mostrar Mais
Botão Voltar ao topo