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Política de preços do governo federal para o óleo diesel segue massacrando o bolso do sul-mato-grossense

Fretes não vão baixar de preço por causa do óleo diesel em alta desenfreada – Foto CE

O preço médio do litro de óleo diesel a R$ 7,45 no Estado e a R$ 7,24 em Campo Grande é uma mensagem clara de que os custos de tudo o que é transportado vão permanecer altos.

A política de preços do óleo diesel – missão do governo federal – não será alterada.

Vai continuar atrelada ao preço internacional do barril do petróleo e ao dólar, que seguem em alta pelo mundo.

Moral da história: alimentos vão continuar caros, o frete não vai cair e o diesel vai se manter nas alturas.

O economista Michel Constantino explica que um dos componentes do preço dos alimentos é o frete, que está relacionado diretamente com preços dos combustíveis, principalmente o óleo diesel, que é utilizado no transporte rodoviário.

De acordo com Constantino, com os preços altos do óleo diesel, o custo de produção e a composição dos alimentos aumentam também.

“É o cenário atual, de falta de produtos no mundo pela guerra entre Rússia e Ucrânia e ainda problemas com a pandemia, ajudam a encarecer os produtos, principalmente alimentos”, detalhou Constantino.

Na avaliação do economista, nesta situação as famílias devem buscar alternativas “locais”, onde o comércio, a feira, a cooperativa de produtores da região podem ofertar produtos mais baratos e com qualidade semelhante aos importados de outros Estados.

Constantino informou, ainda, que esse movimento ajuda o fluxo comercial local e todos melhoram o bem-estar, desde o pequeno produtor, o vendedor e o comprador.

Quando o questionado sobre o que comprar, o economista Michel Constantino destaca que o melhor é seguir o conselho dos mais experientes e comprar produtos da “época”, ou seja, aqueles que estão em período de produção, em plena safra.

“Isso ajuda a comprar mais barato. É importante também buscar alternativas de consumo, com marcas diferentes e uma boa pesquisa de preços”, acrescenta Michel Constantino.

spinner-noticiadiesel continua muito caro – Foto: Gerson Oliveira

Economista revela que perspectivas são de redução de preços

Em termos de perspectivas sobre um futuro de preços dos alimentos, o economista Michel Constantino afirma que a tendência é de redução na média, segundo o relatório Focus do Banco Central, que calcula a inflação para o ano atual de 7,15% e de 5,13% para o próximo ano.

“Haverá redução de preços a cada semana”, complementa.

Outra perspectiva, na avaliação de Constantino, é a redução do desemprego.

“O cenário vai mudar e teremos mais emprego e mais renda, além de uma melhora no cenário econômico das famílias, e isso vai impactar positivamente na intenção de consumo, que vem aumentando”, revela.

Para melhorar o cenário será necessário a mudança de rumo em cenários externos, como, por exemplo, a continuidade da queda do barril do petróleo, retorno da produção de alimentos mundiais, acordo entre Rússia e Ucrânia.

“Internamente precisamos aumentar a oferta de produtos e de diesel, assim conseguimos baixar preços, o que atualmente não é muito fácil”, receita Constantino.

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O óleo que transporta tudo não cede no preço, afetando os alimentos – Foto: Gerson Oliveira

Cesta básica de Campo Grande é 5ª mais cara do País

A inflação da cesta básica calculada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do mês de julho será divulga esta semana.

Contudo, o fechamento do semestre já aconteceu e o valor da cesta ficou em R$ 702,65, a quinta mais cara do País.

No ano, a cesta básica ficou 9,55% mais cara e em doze meses 23,97%.

O alívio do mês passado veio da carne bovina, que não subiu de preço.

O preço médio do quilo da proteína foi comercializado a R$ 40,48.

Nos hortifrútis, os preços estão em queda: batata (-19,60%) e tomate (-17,47%) apresentaram retrações expressivas.

O preço médio de um quilo do tubérculo passou de R$ 5,37 para R$ 4,80, e o do fruto passou de R$ 6,41 para R$ 5,29.

Também registraram variação negativa de preços o óleo de soja (-2,91%), o açúcar cristal (-2,87%) – que completou um trimestre de queda, e o arroz agulhinha (-2,52%).

Entre as altas de preços, os destaques são o leite de caixinha (12,95%) registrou a terceira alta mais expressiva do país em junho, com preço médio de R$ 6,28 o litro.

Além do leite, o feijão carioquinha (8,19%), a manteiga (5,69%), a banana (3,44%), a farinha de trigo (2,11%), o pãozinho francês (1,01%) e o café em pó (0,65%) registraram alta de preços.

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Produtos vão encarecer em ritmo mais lento – Foto: Marcelo Victor

Povo reclama de preços e frete não deve cair

Caminhoneiros confessam que o frete está sufocante, não concordam com a política preços do óleo diesel.

Para Leonardo Giusti, Mato Grosso do Sul está com o diesel mais caro da região.

Ele conta que no Paraná abasteceu a R$ 7,08, R$ 7,06 em São Paulo e R$ 7,15% por aqui.

“Hoje, quase 70% do custo do frete vai para pagar o combustível”, disse.

Para Hudson Fernandes, esse quadro não vai mudar porque a tendência é de novos aumentos.

“Vão segurar um pouco por causa das eleições. Depois tudo vai disparar”, prevê.

Ele sustenta sua tese baseado nos produtos que transportam, pelo fato de ainda estarem passando por reajustes.

Para ele, o que acontece agora é que os preços estão subindo em uma velocidade mais lenta.

Nos supermercados, Noélia Lopes – da área de serviços gerais – disse que os preços continuam subindo, principalmente nos alimentos mais consumidos, como legumes, verduras, carnes e leite.

Sua amiga Silvana Silva concorda e destaca que carne e leite ficaram caros demais.

A vendedora Aira Coronel explicou que está comendo menos e o motorista Edvaldo Mendes pediu para o filho beber mais suco do que leite.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.