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Pré-candidatura de Marcos Trad não decola e corre o risco de se restringir ao círculo familiar

Os irmãos Nelson Trad Filho, Fábio Ricardo Trad e Marcos Marcello Trad lideram a bancada familiar na política de Mato Grosso do Sul

Da Redação

Após um blefe que o deixou mal perante a classe política, Marcos Trad (PSD) tem procurado juntar os cacos de sua pré-candidatura a governador de Mato Grosso do Sul, numa difícil tentativa de retirar-lhe a pecha de se tratar de uma candidatura restrita ao âmbito familiar.

Ao bater o pé dizendo que renunciaria ao cargo de prefeito para ser candidato a governador, Marquinhos Trad tentou comprometer o nome do presidente regional do PSB, o médico Ricardo Ayache, afirmando que ele seria o seu candidato a vice-governador.

O problema é que o anúncio se tornou uma espécie de feitiço que se virou contra o feiticeiro.

Ricardo Ayache foi a público desmentir o então prefeito de Campo Grande, afirmando que tem discutido sucessão estadual com lideranças políticas do Estado, mas, em nenhum momento havia se comprometido com esta ou aquela candidatura.

Ayache, embora não tenha dado nenhuma declaração oficial, estaria bem mais próximo de apoiar Eduardo Riedel, do PSDB, do que a candidatura de Marquinhos Trad.

Diante do quadro que começou a se desenhar, Marquinhos também tentou se reaproximar do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) com quem teria feito um acordo em 2020 e que não foi cumprido.

Pelo apoio dado a Marcos Trad, com o PSDB deixando de lançar candidatura majoritária, o que fez com que o partido sofresse desgaste e elegesse uma bancada minúscula na Câmara Municipal, os tucanos esperavam que Marcos Trad se mantivesse no comando da Prefeitura e apoiasse o nome indicado pelos tucanos, o ex-secretário de Infraestrutura, Eduardo Corrêa Riedel.

Porém, a mosca azul picou Marquinhos Trad e ele virou as costas a Reinaldo e seu grupo político.

E tem coisa que o líder maior dos tucanos no Estado, governador Reinaldo Azambuja, não suporta é deslealdade.

Traiu uma vez, será sempre visto e lembrado como Judas Iscariotes.

E Marquinhos caiu em desgraça junto aos peessedebistas e dificilmente conseguirá reconquistar a confiança de Reinaldo e depois de outros expoentes tucanos como o presidente regional da legenda, Sérgio de Paula, e do pré-candidato a governador, Eduardo Riedel.

Sem mandato desde o dia 1º de abril, Dia da Mentira, Marquinhos tem percorrido o interior do Estado e para sua decepção os apoios não têm surgido como ele acreditava que teria.

A pré-candidatura do pessedista só não está completamente desidratada de apoio porque ele conta com um forte esquema familiar para tentar dar uma aparência de vigor à sua pretensão de se tornar o sucessor de Reinaldo Azambuja no comando do Poder Executivo Estadual.

Além dele mesmo que era prefeito de Campo Grande, a família conta ainda com o senador Nelson Trad Filho, o deputado federal Fábio Trad e o vereador por Campo Grande, Otávio Trad, todos filiados ao PSD.

Ainda integram a família os primos Luiz Henrique Mandetta e Paulo Siufi, dois ex-deputados, cujas mães são irmãs da mãe do trio “tradiano”.

Em relação ao assunto, ocorre forte boataria nos bastidores políticos dando conta de que, além de todo esse time que chega a parecer um esquema de nepotismo eleitoral, integrantes da Família Trad estariam propenso

s a aproveitar a carona da candidatura de Marquinhos para tentar uma vaga na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.

O próprio Mandetta, ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, sonha se tornar senador e para tanto vem tentando encontrar uma candidatura consistente com a qual poderia dobrar visando a eleição para o Senado.

Essa “ganância” com os Trad ocupam espaços no cenário político-eleitoral é que estaria sendo o empecilho à construção de uma chapa majoritária consistente e uma chapa proporcional capaz de eleger uma boa bancada na Alems e ao menos dois deputados federais.

A ganância dos Trad, inclusive, já atingiu as “bancadas” de analistas políticos instaladas nos botequins da Cidade Morena. Os mais respeitados “analistas” políticos de porta de boteco dão conta de que muitos pré-candidatos estão evitando integrar a coligação de Marcos Trad porque sabem que a prioridade dele e de irmãos será primeiramente eleger os membros da família e dó depois se preocupar com a eleição de outros correligionários.

Ou seja, ninguém está a fim de ser usado descaradamente como cabo eleitoral de luxo pelo clã dos Trad.

Sintetizando, a pré-campanha de Marquinhos está esvaziada e tende a se isolar cada vez mais a ponto de chegar ao nível de uma candidatura familiar apoiada por meia dúzia de gatos pingados que faz pouca diferença no cenário que se desenha para a sucessão de Reinaldo Azambuja no Governo Estadual.

 

 

 

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