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Preso em Mato Grosso do Sul comandava quadrilha de tráfico com ajuda de advogados e policiais.

Operação do Gaeco cumpriu 55 mandados de prisão e busca e apreensão –Foto Divulgação

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), desancadeou, nesta quarta-feira (24), para desmantelar uma quadrilha chefiada por um detento que opera o tráfico de drogas em cinco estados e que contava com participação de advogados, policiais e servidores públicos.

A operação foi intitulada Last Call, desmembramento da Operação Courrier, com o cumprimento de 55 mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em Campo Grande, Ponta Porã, São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).

Conforme o Ministério Público, o líder da organização criminosa é Rafael da Silva Lemos, conhecido como Gazela ou Patrão, que chefiava o grupo de dentro do Estabelecimento Penal Masculino de Regime Semiaberto e Aberto de Dourados, onde cumpria pena de 49 anos de prisão.

Ele está foragido desde o dia 27 de dezembro de 2023, quando aproveitou deslocamento do presídio para uma consulta média e fugiu, não sendo ainda recapturado.

Investigações apontam que, quando estava preso, para dar ordens aos demais integrantes da quadrilha ele utilizava celulares conseguidos de maneira ilícita e entrevistas reservadas com advogados que se prestavam a repassar os comandos aos demais criminosos.

Ainda segundo o MP, foram identificados aproximadamente 40 integrantes e apoiadores da organização criminosa, entre os quais policial militar, servidor público municipal e três advogados, que não tiveram as identidades divulgadas.

A organização criminosa é altamente estruturada, com uma rede sofisticada de distribuição e que, além do tráfico de drogas, atua fortemente no comércio ilegal de armas de grosso calibre, como fuzis e submetralhadoras, além de granadas, munições, acessórios e outros materiais bélicos de uso restrito, bem como na lavagem do dinheiro relacionado aos crimes.

Para as atividades criminosas, são utilizados diferentes métodos, como a constituição de empresa fictícia, uso de contas bancárias de terceiros, aquisição de veículos de alto valor econômico, como Porches e caminhões, em nome de terceiros.

As investigações tiveram início a partir da análise de aparelho celular apreendido em posse de uma advogada que chegou a ser presa durante a Operação Courrier, mas foi beneficiada com prisão domiciliar dias depois.

Registro de conversas apontam que Rafael da Silva Lemos a contatava por mensagens para a prática de obstrução de investigações, lavagem de dinheiro, corrupções, e outros crimes.

Durante as investigações, foram identificadas mais de 4 toneladas de maconha, mais de 3 mil comprimidos de ecstasy, centenas de munições e carregadores de fuzil de calibre 762 e pistolas cal. 9mm, pertencentes à organização criminosa, apreendidos em ações policiais.

De acordo com levantamento do Gaeco, as apreensões geraram um prejuízo ao crime organizado superior a R$ 9 milhões.

Para o cumprimento dos mandados, a operação contou com participação de equipes do Gaeco do Ministério Público dos Estados do Ceará e de São Paulo, e apoio da Diretoria de Inteligência e do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Gerência de Inteligência Penitenciária da Agência de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen-MS) e da Assessoria Militar do MPMS.

A operação também contou com a participação da Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados da Ordem dos Advogados do Brasil.

A operação foi batizada de Last Chat, que em tradução livre significa último bate-papo, aludindo ao que os órgãos esperam, que a operação seja o encerramento do contato mantido entre os integrantes presos e os demais integrantes do mundo externo.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.