Profissionais de saúde de todas os níveis de atenção estão participando de capacitação sobre a violência contra as crianças e adolescentes, que teve início ontem (24) e segue na manhã desta sexta-feira (25) na Capital. A realização do evento é uma parceria da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Secretaria Estadual de Saúde (SES) e Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), através da Coordenadoria da Infância e Juventude.
A capacitação é voltada aos profissionais médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos e assistentes sociais da atenção primária, hospitais e centros de referências que prestam atendimento às crianças e às adolescentes vítimas de violência em Campo Grande.
Participam também profissionais da saúde de diversos municípios do interior do Estado e profissionais Judiciário como juízes, promotores e a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, através de suas equipes multidisciplinares.
O secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, ressalta a importância do aprimoramento das práticas e a compreensão do papel de cada profissional de saúde enquanto parte importante da Rede de Cuidado , considerando que o serviço de saúde representa uma porta de entrada importante para o acolhimento de vítimas de violência.
“A violência contra a crianças e o adolescente representa um grande problema de saúde pública que afeta o desenvolvimento geral das crianças e adolescentes vítimas, impactando em lesões físicas e emocionais cujas marcas podem permanecer durante toda a vida. Por isso esse tema necessita ser discutido com urgência, sobretudo entre os profissionais da nossa rede”, destaca José Mauro.
As unidades de saúde são consideradas pontos de atendimento estratégicos para acolhimento e atendimento desse tipo de violência uma vez que os profissionais da saúde têm a possibilidade de realizar avaliação clínica e identificar sinais e sintomas físicos, emocionais e comportamentais que sejam indicativos de violência, observando as políticas de notificação e atendimento instituídas pelo Ministério da Saúde.
Os profissionais de saúde, na sua rotina, devem estar atentos à sinais e sintomas que possam ser indicativos que uma criança e adolescente estão em situação de violência. As notificações dos casos suspeitos são ações de prevenção, pois permite averiguar melhor a situação ou ocorrido junto aos familiares.
As violências contra crianças e adolescentes, na grande maioria, ocorre dentro de casa e são praticadas por familiares ou pessoas de vínculo afetivo. Isso dificulta muito as ações de prevenção, pois muitas vezes se demora para identificar violência, que não deixam marcas, por exemplo.
Anualmente, no mês de maio, as unidades básicas e de saúde da família intensificam as ações de orientação sobre o tema, reforçando a importância de denunciar atos de violação dos direitos humanos, através do canal disque 100. Em 18 de Maio é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
A Secretaria Municipal de Saúde também tem buscado ampliar a oferta de capacitações aos seus profissionais visando o fortalecimento das ações de atendimento e prevenção, com objetivo qualificá-los para o acolhimento, atendimento, notificação e seguimento mais adequados visando a não revitimização e a interrupção das violências contra criança e do adolescente, em especial a violência sexual.
Ainda no âmbito da Sesau, existe o Núcleo de Prevenção às Violências, que tem como uma das atribuições a implementação da notificação compulsória das violências nos serviços de saúde, além de promover as capacitações dos profissionais de saúde e também de outros profissionais que compõem a rede de proteção, e participar ou realizar campanhas junto à população sobre os impactos da violência na saúde e na vida das crianças e adolescentes.
No Município, a prevenção e combate às violências contra crianças e adolescentes também é desenvolvido através de ações estratégias em diversas pastas, como na Educação e Assistência Social.
PMCG / redação
