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“Só chuva” vai melhorar clima de névoa e fumaça da Amazônia em Campo Grande

Última precipitação foi registrada há três dias, porém, insuficiente para molhar o solo e elevar a umidade relativa

Combinação que tem diversos danos para o corpo humano, o campo-grandense está tendo que lidar com um clima de névoa seca, que está sendo somado a uma concentração de fumaça, devido ao grande número de incêndios florestais que estão ocorrendo na região amazônica.

Dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), que confirmam essas informações, apontam que os ventos atuam de noroeste sobre o MS, favorecendo o transporte da fumaça gerada pelos incêndios florestais e, por consequência, deixam o céu com tom acinzentado em MS.

Ainda que o relatório da Defesa Civil aponta que, há dois dias sem chuva, a última precipitação tenha sido em 06 de setembro, o meteorologista Natálio Abrahão explica que essa água que caiu há pouco não foi suficiente.

Segundo ele, a baixa umidade registra uma média de 15% a 30% em Mato Grosso do Sul. “Com chuva em menos de dois milímitros, o solo está seco e com poeira decorrente do bloqueio atmosférico, impedindo avanço de frentes frias. Formam-se essas névoas conhecida por névoa seca espessa”, frisa.

Natália complementa sua fala, dizendo que essa névoa seca permanece no ar, agravando conforme o passar dos dias e, conforme o meteorologista, “só vai melhorar quando chover”.

Última chuva significativa

Vale lembrar que, além dessa referida garoa, a última chuva que mudou a rotina do campo-grandense foi à registrada entre os dias 17 e 18 de agosto.

Nessa ocasião, como apontou o Correio do Estado, só nos primeiros 17 dias do mês passado, choveu o equivalente a 83,8 milímetros, 2,66 vezes a mais que o previsto para todo o mês de agosto.

Importante lembrar que, foi exatamente essa chuva que ocasionou pane em semáforos, bairros sem energia e quedas de árvores que importunaram a população.

Passado o vendaval, agosto ficou marcado pelas chuvas acima da média histórica no Estado. Segundo Natálio Abrahão, o acumulado previsto para todo o mês de agosto é de 31,4 milímetros em Campo Grande, e, até o momento, choveu 239,4 mm, ou seja, sete vezes a mais que o esperado.

Tempo seco e o corpo

Como destaca o médico pneumologista, dr. Ronaldo Queiroz, a partir de maio, até a chegada de agosto, o sul-mato-grossense se depara com uma combinação prejudicial, justamente a variação de temperatura do inverno e baixíssima umidade do ar.

“Uma variação de dias muito frios, para dias quentes, como agora essa semana que temos visto 35, 38 graus. Isso já é um primeira problema que temos que agridem as vias aéreas, as variações da temperatura: frio e calor”, afirma.

Além disso, ele ressalta que, com pouca chuva, a umidade do ar de Mato Grosso do Sul gira em torno de 20%, o que é muito próximo da média de regiões desérticas.

“Esse conjunto, variações de temperatura desse inverno, dias frios, quentes, variação da umidade do ar com tendência pela falta de chuva, de ter umidade muito baixa e as complicações das queimadas. Não só essa fumaça e poeira que vem de lugares distante, mas as daqui entorno de Campo Grande, em terrenos, porque muitas pessoas tem o péssimo costume de juntar galhos e folhas e atear fogo”, comenta dr. Ronaldo.

Ele explica que todos esses agravantes (ar seco; frio; a variação térmica; poeira e fumaça) agridem os mecanismos de defesa das vias aéreas das pessoas, localizadas no nariz, garganta e boca, que servem inclusive como filtro de impurezas.

“Entretanto, esses agentes agressores acabam por irritar e ressecar as vias aéreas superiores, chegando a machucar às vezes, de tão seco que fica o nariz. Essa diminuição da defesa das vias aéreas superiores facilitam a ocorrência de doenças próprias do inverno: resfriados, gripes e pneumonias”, diz o médico.

Dito isso considerando uma pessoa sem comorbidades, para aqueles pacientes que já são alérgicos; que tem rinite; para os pacientes que têm asma brônquica, o problema é muito maior.

“Os pacientes que têm renite entram em uma crise de espirro, coriza, nariz seco, obstrução nasal, com possibilidade de desenvolver complicações, como a sinusite. E os pacientes que têm asma brônquica, a irritação dos brônquios provocam crises de asma. O estreitamento das vias aéreas, provocam a falta de ar, tosse e chiado no peito”, lista o pneumologista.

Por esse motivo, conforme o médico, nessa época, tanto adultos e crianças, e especialmente os públicos com comorbidades lotam os serviços de urgências público e privado.

Como se previnir

Dr. Ronaldo Queiroz salienta que não podemos “brigar com o clima” nesses dias, então cita medidas que podem ser tomadas individualmente, começando por pender para uma vida saudável.

“Evitar aglomerações, o tabagismo, procurar uma boa hidratação, beber 2 a 3 litros de água por dia e aplicar o dia todo soro fisiológico, tem formatos em spray para usar 4 a 6 vezes ao dia nas narinas, para umidificar as vias aéreas e, com isso, diminuir a as ações de ressecamento que essas condições climáticas agridem as nossas vias aéreas”, destaca.

Ele recomenda ainda o uso de umidificadores, antes de deitar, por duas a três horas antes de dormir, não sendo aconselhado dormir com o aparelho ligado.

“Quem não tiver pode colocar uma vasilha, em baixo da cama para evitar acidentes, ou uma toalha bem úmida pendurada na janela, que também ajuda a melhorar a umidade relativa do ar do quarto de dormir, onde passamos entre 6 a 8 horas em média”.

Por fim, ele lembra que os cuidados também devem ser tomados em ambiente profissional.

“Até que comece a chover e, se Deus quiser, retornaremos a uma condição mais favorável para as vias aéreas”, finaliza ele.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

 

 

 

 

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