Suspensão das licenças para caça acontece próximo à reprodução dos javalis

Foto: CE.

Prestes ao período de reprodução dos javalis, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) suspendeu as novas emissões de autorizações para a caça que objetiva o controle de javalis, considerados uma praga pelos agricultores, que alegam prejuízos ambientais e de produção.

Em razão da suspensão de autorizações, as agências do agronegócio do País começaram a demonstrar preocupação, considerando a janela de tempo em que a caça pode ficar suspensa, causando danos e prejuízos aos produtores rurais.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Alessandro Coelho, o javali é uma espécie invasora que se tornou uma praga no país todo e em especial em Mato Grosso do Sul.

O produtor rural explica que, muitas vezes, o javali cruza com as porcas domésticas e com outros animais da fauna local, gerando filhotes extremamente grandes e agressivos.

Além disso, esses animais atacam plantações, pessoas, o que o torna uma ameaça aos seres humanos.

“Saliento que apesar da caça estar liberada em um passado recente, demoraram para autorizar a caça desses animais, o que fez aumentar sobremaneira em um curto período de tempo, virando uma praga no campo”, explica o produtor sobre a importância da celeridade nas autorizações.

Sobretudo, Alessandro ressalta que essa espécie não é nativa em nenhum bioma brasileiro, mas rapidamente passou a estar presente em todos os biomas, o que demonstra a sua capacidade de adaptação, crescendo de maneira desordenada e de forma geométrica, parindo ninhadas 4 vezes por ano.

“Certamente, em breve, trará problemas às cidades. Convém ressaltar que o mês de setembro é o mês em que se inicia a reprodução dos mesmos e em um curto espaço de tempo irão quadruplicar ou mais”, pontuou Alessandro.

Os produtores alegam, ainda, que esses animais são difíceis de serem abatidos, por seu tamanho e porte físico, algo que o torna perigoso para as pessoas que, porventura, o encontrem em algum caminho.

“É de extrema urgência que deveriam reverter essa situação, antes que eles se reproduzam e possam vir a causar mais danos às zonas rurais, podendo vir a se tornar uma ameaça urbana se não for controlado”, finalizou o produtor rural.

Saiba mais sobre o decreto e suspensão

O Decreto nº 11.615, de 21 de julho de 2023, definiu alguns critérios para aprovação da emissão das autorizações para o controle de fauna, motivo pelo qual o IBAMA suspendeu preventivamente as novas autorizações de manejo em vida livre nas modalidades de caça ativa, ceva ou espera, até que se proceda às adequações necessárias.

O novo decreto transferiu ao Comando do Exército a competência de autorizar a caça desses animais.

Posteriormente, no dia 18 de agosto, por meio do Sistema de Informação de Manejo de Fauna (Simaf), o IBAMA suspendeu todas as novas emissões de autorizações de caça.

Lívia Karina Martins, diretora da Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFlo) do IBAMA, disse em nota que logo tudo será normalizado.

“Reconhecemos a importância das ações de controle do javali, espécie exótica invasora, porém a adequação do procedimento autorizativo ao novo Decreto é necessária para que haja segurança jurídica na emissão de novas autorizações”.

Logo, as autorizações emitidas pelo Simaf anteriormente à data de 21/07/2023 continuam vigentes até a data de validade expressa no documento. Entretanto, agora as novas autorizações serão emitidas apenas pelo Exército, sendo suspensas especificamente no que diz respeito à competência do IBAMA.

Em nota, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) publicou uma nota enfatizando os riscos sanitários com a suspensão da caça.

“A presença de espécies exóticas como o javali na fauna e flora brasileira não só traz prejuízos ambientais como também vem gerando importantes impactos econômicos à agricultura brasileira”. Destacamos ainda os sérios riscos sanitários que o javali representa para a pecuária nacional, ainda mais neste momento em que avança pelo país a retirada da vacinação contra a febre aftosa. É de conhecimento de todos que os javalis e os javaporcos são reservatórios de várias doenças, como a Peste Suína Clássica, a doença de Aujeszky e a Febre Aftosa.

Sendo assim, a Sociedade Rural Brasileira pede atenção do Ministério da Agricultura e das autoridades sanitárias para que esse impasse no controle destas espécies exóticas seja resolvido com celeridade. A burocracia e a inoperância não podem colocar em risco o status sanitário do país, o minucioso trabalho de retirada da imunização da aftosa tão pouco o rebanho brasileiro”.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

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