Deputado Estadual, José Orcírio Miranda dos Santos (PT), mais conhecido como Zeca do PT, anunciou que coletou seis de oito assinaturas para implantar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) – Missão Caiuá.
O objetivo é investigar suspeita de desvio de dinheiro por parte da Organização Não-Governamental (ONG), Missão Evangélica Caiuá. A instituição é alvo de denúncias e queixas na infraestrutura do Hospital e Maternidade Porta da Esperança.
Ao todo, o petista precisa de oito assinaturas para abrir o inquérito.
As assinaturas são de Zeca (PT), Pedro Kemp (PT) e Amarildo Cruz (PT). O petista não quis revelar os outros três nomes.
“Eu tenho seis das oito assinaturas que preciso para, se possível, apresentar na semana que vem a proposta da implantação da CPI, a da Missão Caiuá. Ou seja, eu quero saber para onde que está indo o dinheiro que vem da Sesai, do Governo Federal, para a Missão Caiuá cuidar dos índios, porque não está cuidando”, disse.
Missão Cauiá
Missão Evangélica Caiuá é uma Organização Não-Governamental (ONG), responsável por cuidar e zelar da saúde de indígenas de diversas aldeias do Brasil.
Em Mato Grosso do Sul, a sede da instituição é em Dourados, onde existem 18 mil indígenas das etnias Guarani Kaiowá; Guarani Nhandeva e Terena.
Em todo o Estado, existem 73 mil indígenas de sete etnias: Guarani Kaiwa /Nhandeva, Terena, Kadiweu, Guato, Atikum, Kinikinawa e Ofaies.
A Missão Caiuá gerencia o Hospital e Maternidade Porta da Esperança, que atende 18 mil indígenas.
A ONG é responsável por administrar o dinheiro da instituição, que é direcionada para remédio, internação, insumos e pagamento de profissionais de profissionais como médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, limpeza e administração.
A Missão Evangélica Caiuá recebeu R$ 432 milhões ao longo de nove anos para atender a saúde indígena em Mato Grosso do Sul.
Além do Estado, a entidade ainda tem convênios no Acre, Amazonas e Roraima, estado em que mulheres de indígenas da etnia Yanomami sofrem com desnutrição, doenças contagiosas e pulmonares.
Queixas
Fontes anônimas, ouvidas pelo Correio do Estado, relataram que o hospital passa por dificuldades e oferece estrutura precária.
Ex-funcionária, que não quis ser identificada, apontou que há falta de alimentos e materiais de higiene.
“Para os indígenas servem arroz, feijão e farinha. Às vezes tem ovo, mas não tem cardápio definido para a necessidade de cada paciente. Quando vai uma verdura ou uma fruta, é de doação do [programa] Mesa Brasil. Eles não compram. Também não tem roupa de hospital ou sabonete para os pacientes”, relatou a fonte.
Defesa
Após diversas denúncias, a Missão Caiuá emitiu nota alegando que a verba repassada pelo Governo Federal é insuficiente para suprir os gastos com medicamentos, insumos, internação e pagamento dos profissionais como médicos, enfermeiros, auxiliar de enfermagem, limpeza e administração.
“As dificuldades encontradas em nosso hospital decorrem do atendimento aos pacientes através do Convênio com o SUS, uma vez que os recursos repassados são insuficientes. Temos lutado com muita dificuldade, principalmente porque os Convênios com a SESAI não permitem a utilização desses profissionais de saúde para trabalharem no Hospital”.
Fonte CE.
Redação Gdsnews.