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Soja reage e saca volta a superar os R$ 100

Saca da oleaginosa chegou a ser cotada a R$ 83 no início deste mês, porém, na última semana, preço foi a R$ 103,08

Com um início de ano desafiador para o seu produtor, após chegar à cotação mínima de R$ 86,50 a saca neste mês em Mato Grosso do Sul, a soja apresenta reação e encerra março com a comercialização do grão acima de R$ 100 no Estado. Segundo cotação da Granos Corretora, o preço médio para a saca de 60 quilos ficou em R$ 103,08.

Principal produto da economia local, a soja não só parou de cair como deu uma pequena reagida na última semana, com alta de 26,95% no mês. Em Campo Grande, onde a saca de 60 kg chegou a ser cotada a R$ 100 em 1º de janeiro, o preço fechou em R$ 112 no fim desta semana, o que representa alta de 12%.

Em Mato Grosso do Sul, a saca ficava abaixo dos R$ 100 desde junho de 2020. De lá para cá, chegou a R$ 206. Porém, com esse aumento de preço, ocorreu uma verdadeira corrida em busca do lucro, e agricultores de vários países desandaram a plantar soja, provocando oferta elevada e, consequentemente, queda no preço.

De acordo com Carlos Ronaldo Dávalo, da Granos Corretora, a cotação atual veio para ficar. “Por enquanto, praticamente não existem perspectivas de que os preços melhorem consideravelmente. Analistas ainda não se arriscam a cravar se a tendência de aumento da última semana vai se manter, uma vez que a bolsa de Chicago, que serve de baliza mundial, não está apontando alterações importantes”, detalha.

Para o economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Corguinho e Rochedo (SRCG) Staney Barbosa Melo, o movimento vem acontecendo em todo o País. “As condições econômicas globais estão mudando no mercado da soja e os preços dos grãos estão voltando a subir”, destaca.

Apesar da escassez de chuvas em MS desde outubro do ano passado, o boletim da  Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), divulgado pelo Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS) no dia 25, aponta que a área de soja no Estado ainda está em constante crescimento.

“A estimativa é de que a safra seja 6,5% maior em relação ao ciclo passado [2022/2023], atingindo a área de 4,265 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 54 sacas por hectare, gerando a expectativa de produção de 13,818 milhões de toneladas”, projeta a equipe técnica da Aprosoja-MS.

RETROSPECTO

Ao serem levadas em consideração as cotações médias para Mato Grosso do Sul no ano passado, quando, segundo o histórico da Granos Corretora, a saca estava cotada a R$ 155, a perda ainda é de 33,69%. Na comparação com a média anual de 2022, a diferença é ainda maior, chegando a 42,83%.

O ano passado foi de cotações baixas para a soja. Em janeiro, a média de negociação em MS girava em torno de R$ 165 por saca, valor que caiu abruptamente com o pico da colheita.

Em maio de 2023, de acordo com a Granos Corretora, as cotações estavam em torno de R$ 120 por saca. De agosto em diante, houve uma ligeira melhora nas cotações, que passaram para a média de R$ 130

no Estado, voltando a cair com o início do plantio, em outubro e novembro. Já em janeiro deste ano houve uma queda muito forte nos preços da oleaginosa, que chegou a ser negociada abaixo de R$ 100 por saca.

“A tese de mercado que sustenta a queda nas cotações da soja é de que, apesar dos problemas de clima no País, a safra mundial de soja terá uma oferta que compensa as perdas vindas do Brasil, com maior oferta de grãos na Argentina e nos Estados Unidos”, explica o economista do SRCG.

Com isso, Melo frisa que duas questões estão colocadas para o produtor rural. “De um lado, problemas de produtividade nas lavouras em função do clima e, de outro, preços baixos oferecidos na comercialização. Esse quadro sintetiza a atual situação dos preços e os problemas que o produtor rural enfrenta na atualidade”, diz.

COLHEITA

O boletim Casa Rural detalha que, dentro do processo da safra 2023/2024, a região sul de MS está com a colheita mais avançada, com média de 91,6%, enquanto a central está com 85,5% e a norte com 72,5% de média. A área colhida até o momento, conforme estimativa do Siga-MS, é de aproximadamente 3,723 milhões de hectares.

Ao realizar a comparação com a operação passada, a porcentagem de área colhida na safra 2023/2024 se encontra superior, em 7,7 pontos porcentuais (p.p.) em relação à safra 2022/2023, para a data de 22/3.

A Aprosoja-MS pontua que as expectativas iniciais de produção, produtividade e área cultivada no Estado permanecem inalteradas, “uma vez que estão levando em conta um cenário de instabilidade climática. O volume de chuvas, especialmente no período que

se estende até o fim de fevereiro, será o principal fator determinante da produtividade em todo o Estado”.

MILHO

Com avanço de 22,8 p.p. em comparação ao registrado em 19/3/2023, durante o ciclo 2022/2023, o plantio do milho iniciado em 12/1 atingiu 1,717 milhão de hectares, equivalente a 77% da área total estimada.

A região norte está com o plantio mais avançado, com média de 95%, enquanto a área central de MS está com 87,5% de média. Já a região sul consta com 71,6%.

SAIBA

Mesmo com essa reação no valor da soja nas últimas semanas, a alta no preço da oleaginosa ainda não alcançou o pico de 2022, quando a saca chegou a ser cotada a R$ 230.

 

Fonte CE.

Redação Gdsnews.

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