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Após morte de promotor em lua de mel, servidores do MP do Paraguai relatam clima de tensão e medo

A investigação da morte de Marcelo Pecci está concentrada na Colômbia. As apurações não descartam a possibilidades dos assassinos do promotor serem de alguma organização criminosa do Brasil.

Uma semana após a morte do promotor paraguaio Marcelo Pecci, durante lua de mel com a esposa Claudia Aguilera, na Colômbia, o “clima” é de tensão e medo entre os funcionários do alto escalão do Ministério Público do Paraguai, conforme fontes ouvidas pelo g1 e que trabalham internamente no órgão.

Para um servidor público – que terá a identidade preservado por segurança -, a morte de Pecci escancarou a necessidade de uma maior fiscalização e cuidado entre os funcionários do MP paraguaio. “Necessita mais cuidado, logicamente”, comentou.

“Nós estamos em alerta… estamos com um pouco de medo”, disse a fonte ouvida pelo g1 ao ser questionada sobre o “clima” entre os funcionários do alto escalão do Ministério Público paraguaio.

As investigações da morte do promotor não descartam que os mandantes do assassinato sejam de alguma organização criminosa brasileira, comentou a fonte escutada pelo g1.

Investigações

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As investigações da morte de Pecci estão concentradas na Colômbia. A região paradisíaca, onde o promotor foi assassinado, está cercada pela polícia. Apenas os clientes do hotel têm acesso, e isso explica por que os criminosos vieram pelo mar. Os atiradores estavam numa moto aquática, alugada numa praia vizinha.

A polícia divulgou um vídeo, gravado por uma câmera de segurança, do exato momento em que um dos suspeitos aluga o veículo numa barraca na região de Playa Blanca. Ele está de chapéu, óculos escuros e usa uma roupa preta. Assista ao vídeo acima.

Os funcionários relataram à polícia que a dupla alugou a moto aquática por 30 minutos, mas contaram que a mesma foi devolvida logo depois, em 15 minutos.

A rapidez da ação levantou uma nova suspeita, e os investigadores acreditam que haja ainda um terceiro participante no crime, que estaria na praia privativa do hotel monitorando a movimentação do promotor. Segundo testemunhas, os criminosos pareciam já saber a posição de Pecci na areia.

Marcelo Pecci foi atingido nas costas e no rosto. O promotor morreu na hora.

Morte

O promotor encarregado pela unidade do Ministério Público que processa pessoas ligadas ao crime organizado no Paraguai, Marcelo Pecci, foi assassinado no dia 10 de maio na Colômbia.

Ele estava em viagem de lua de mel na ilha de Barú, perto de Cartagena de Índias.

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, confirmou a morte em uma rede social: “O covarde assassinato do promotor Marcelo Pecci na Colômbia deixa toda a nação paraguaia de luto. Condenamos, da maneira mais enérgica, esse trágico incidente e redobramos nosso compromisso de lutar contra o crime organizado”, disse ele.

Quem era Marcelo Pecci?

O promotor paraguaio Marcelo Pecci atuou em casos emblemáticos na fronteira entre Brasil e Paraguai, em Pedro Juan Caballero, cidade ao lado de Ponta Porã (MS), a 324 km de Campo Grande. O funcionário do Ministério Público do país vizinho participou das apurações na prisão de Ronaldinho Gaúcho e na chacina que matou a filha do governador de Amambay (PY).

O promotor atuou nas investigações de vários crimes de pistolagem e de grande repercussão na região de fronteira, como a chacina em que foram mortas quatro pessoas, incluindo Haylee Carolina Acevedo Yunis, filha de Ronald Acevedo, governador do estado de Amambay, no Paraguai, em outubro de 2021.

Além da chacina, o procurador atuou na prisão, em 2020, do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e do irmão dele, Roberto de Assis, por entrarem no Paraguai com passaportes adulterados.

Além dos casos de Ronaldinho Gaúcho e da filha do governador de Amambay, Marcelo atuou nas investigações sobre a execução do jornalista brasileiro Léo Veras.

 

Fonte G1.

Redação Gdsnews.

 

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