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“Não tenho esperança de que o PCC acabou”, diz promotor ameaçado por facção

É o que sinaliza o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Ação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

A transferência de líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para presídios federais, realizada nesta quarta-feira (13), não significa o fim da facção e pode abrir uma disputa interna pela alta cúpula da organização. É o que sinaliza o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Ação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Gakiya é o autor do pedido que resultou na retirada de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outros 21 detentos ligados ao PCC de penitenciárias estaduais de São Paulo. “Conseguimos isolar todo o primeiro e segundo escalão da facção”, disse o promotor.

Os 22 presos ficarão em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) por 60 dias nos presídios federais de segurança máxima, onde ficarão isolados. Quinze deles são considerados da alta cúpula da facção e cumpriam pena no presídio de Presidente Venceslau (SP); outros sete já tinham determinação para serem transferidos em novembro passado e estavam em Presidente Prudente, também no interior paulista.

Eles foram distribuídos pelas penitenciárias de Brasília (DF), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO) — esta última recebe Marcola, segundo Gakiya.

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Passados os primeiros dois meses nos presídios federais, os detentos encaram 22 horas por dia de isolamento. A nova rotina também proíbe visitas íntimas e permite encontro com visitas apenas no parlatório, ou seja, através do vidro.

“A estrutura da organização criminosa dentro e fora dos presídios continua existindo e me parece natural que haverá uma disputa interna para ocupar o lugar dessas lideranças que conseguimos isolar nos presídios federais. Não tenho nenhuma esperança que o PCC acabou”, acrescentou Gakiya.

Segundo o promotor, os líderes transferidos estavam atuando atrás das grades “desde pelo menos 2006”. Ao portal, ele relatou que governos anteriores em São Paulo não concordavam com a transferência deles para presídios federais. Com isso, Gakiya espera que o isolamento territorial dificulte a atuação das lideranças no dia a dia da facção.

Ameaçado de morte mais de uma vez, com a mais recente repercutida ao fim do ano passado, após um bilhete com supostas ordens de Marcola para executá-lo ser interceptado, Gakiya continua acompanhado de escolta policial. “Não é a primeira e nem vai ser a última”

Fonte Yahoo Notícias.

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